Meus olhos se abriram para uma luz branca e forte. Eu estava em um quarto desconhecido, um quarto branco. A parede atrás de mim era coberta de persianas verticais; no alto, as luzes brilhantes me cegavam. Eu estava recostado em uma cama dura e desigual - uma cama com grades. Os travesseiros eram achatados e cheios de protuberâncias. Havia um bipe irritante em algum lugar por perto. Esperei que significasse que eu ainda estava vivo. A morte não devia ser tão desconfortável. Minhas mãos estavam presas a tubos claros e alguma coisa estava colada em meu rosto, sob meu nariz. Ergui a mão para arrancar.
- Não, não pode. - E dedos frios pegaram minha mão.
- Kacchan? - Virei a cabeça devagar e seu rosto extraordinário estava a centímetros do meu, o queixo pousado na beira de meu travesseiro. Percebi novamente que eu estava vivo, desta vez com gratidão e alegria. - Ah, Kacchan, eu lamento tanto!
- Shhhh - ele me aquietou. - Agora tudo vai ficar bem.
- O que aconteceu? - Eu não conseguia lembrar com clareza e minha mente se rebelava quando eu tentava.
- Quase cheguei tarde demais. Eu podia ter me atrasado - sussurrou ele, a voz atormentada.
- Eu fui tão idiota, Kacchan. Pensei que ela estivesse com a minha mãe.
- Ela enganou a nós todos.
- Preciso ligar para Hisashi e para mamãe - percebi através da névoa.
- Mina ligou para eles. Inko está aqui... Bom, aqui no hospital. Ela está pegando alguma coisa para comer agora.
- Ela está aqui? - Tentei me sentar, mas minha cabeça girou mais rápido e a mão dele me empurrou delicadamente para os travesseiros.
- Ela vai voltar logo - prometeu ele. - E você precisa ficar quieto.
- Mas o que vocês disseram a ela? - Entrei em pânico. Eu não estava interessado em ficar quieto. Minha mãe estava aqui e eu me recuperava de um ataque de vampiro. - Por que disse a ela que eu estou aqui?
- Você caiu dois lances de escada e atravessou uma vidraça. - Ele parou. - Tem que admitir que isso pode acontecer.
Eu suspirei e isso doeu. Olhei meu corpo sob o lençol, o calombo enorme que era minha perna.
- O que aconteceu comigo? - perguntei.
- Você tem uma perna quebrada, quatro costelas quebradas, algumas rachaduras no crânio, hematomas cobrindo cada centímetro de sua pele e perdeu muito sangue. Eles fizeram algumas transfusões. Eu não gostei... Deixou seu cheiro totalmente errado por algum tempo.
- Deve ser uma mudança boa para você.
- Não, prefiro o seu cheiro.
- Como você conseguiu? - perguntei em silêncio. Ele entendeu o que eu quis dizer de imediato.
- Não tenho certeza. - Ele desviou o rosto de meus olhos curiosos, erguendo da cama minha mão enrolada em ataduras e segurando delicadamente na dele, com o cuidado de não soltar o fio que me conectava a um dos monitores. Esperei pacientemente pelo resto. Ele suspirou sem retribuir meu olhar.
- Foi impossível... parar - sussurrou ele. - Impossível. Mas consegui. - Ele finalmente me olhou com um meio sorriso. - Eu devo mesmo amar você.
- Meu gosto não é tão bom quanto meu cheiro? - Eu sorri em resposta. Isso provocou dor em meu rosto.
- É ainda melhor... Melhor do que eu imaginava.
- Desculpe - eu disse. Ele ergueu os olhos para o teto.
- De todas as coisas para se desculpar...
- Pelo que eu devia me desculpar?
- Por quase tirar você de mim para sempre.
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Twilight | •BakuDeku•
Fanfiction[Concluído] • • •「◆」• • • Nunca pensei muito em como morreria - embora nos últimos meses tivesse motivos suficientes para isso -, mas, mesmo que tivesse pensado, não teria imaginado que seria assim. Olhei fixamente, sem respirar, através do grande s...