Fui para a aula de inglês entorpecido. Nem percebi que, quando entrei naquela sala, a aula já havia começado.
— Obrigado por se juntar a nós, Sr. Midoriya — disse o Sr. Snipe em um tom depreciativo.
Eu corei e corri para me sentar. Foi só quando a aula terminou que percebi que Ojiro não estava no lugar de sempre, ao meu lado. Senti uma pontada de culpa. Mas ele e Iida me encontraram na porta, como faziam, então deduzi que eu não era totalmente imperdoável.
À medida que seguíamos, Ojiro pareceu se
tornar mais ele mesmo, seu entusiasmo aumentando enquanto falava da previsão do tempo para o fim de semana. A chuva devia dar uma trégua curta, então talvez fosse possível a viagem à praia que ele planejava. Tentei parecer ansioso, para compensar a decepção que lhe causara ontem. Foi difícil; com ou sem chuva, a temperatura ainda seria de uns dez graus, se tivéssemos sorte.O resto da manhã passou indistintamente. Era difícil acreditar que eu não havia simplesmente imaginado o que Katsuki me dissera, ou como estavam seus olhos. Talvez fosse só um sonho muito convincente que eu confundia com a realidade. Isso parecia mais provável do que eu realmente atraí-lo de alguma maneira. Então fiquei impaciente e assustado quando Uraraka e eu entramos no refeitório.
Queria ver a cara dele, ver se ele tinha reassumido a personalidade fria e indiferente que eu conhecera nas últimas semanas. Ou se, por milagre, eu realmente ouvira o que pensei ter ouvido esta manhã. Uraraka tagarelava sem parar sobre os planos para o baile — Hagakure e Tsuyu convidaram os outros meninos e todos iriam juntos —, sem a menor consciência de minha desatenção. A decepção me inundou quando meus olhos focalizaram infalivelmente a mesa dele. Os outros quatro estavam ali, mas ele não. Será que tinha ido para casa? Segui a tagarelice interminável de Uraraka pela fila, sentindo-me oprimido. Perdi o apetite — só comprei uma garrafa de soda limonada. Queria apenas me sentar e ficar amuado.
— Katsuki Bakugou está olhando para você de novo — disse Uraraka, finalmente me arrancando de minhas abstrações ao pronunciar o nome dele. — Por que será que está sentado sozinho hoje?
Minha cabeça se levantou de repente. Segui o olhar dela e vi Katsuki, sorrindo torto, olhando-me de uma mesa vazia do lado oposto de onde se sentava sua família no refeitório. Depois de ver meus olhos, ele levantou a mão e gesticulou com o indicador para que eu me juntasse a ele. Enquanto eu encarava sem acreditar, ele deu uma piscadela.
— Ele está chamando você? — perguntou Uraraka com uma perplexidade insultante na voz.
— Talvez ele precise de ajuda com o dever de ciências — murmurei, para convencê-la. — Hmmm, é melhor ver o que ele quer.
Eu podia sentir que ela me olhava depois que me afastei. Quando cheguei à mesa de Katsuki, fiquei de pé ao lado da cadeira na frente dele, inseguro.
— Por que não fica comigo hoje? — perguntou ele, sorrindo. Eu me sentei automaticamente, observando-o com cautela. Ele ainda sorria. Era difícil acreditar que alguém tão lindo pudesse ser real. Tive medo de que ele pudesse desaparecer em uma nuvem repentina de fumaça e eu acordasse. O loiro parecia estar esperando que eu dissesse alguma coisa.
— Isso é diferente — consegui falar por fim.
— Bom... — Ele parou, e depois o resto das palavras saíram em um jato. — Eu concluí que, já que vou para o inferno, posso muito bem fazer o serviço completo.
Esperei que ele dissesse alguma coisa que fizesse sentido. Os segundos se passaram.
— Sabe que não faço ideia do que você quer dizer — ressaltei por fim.
— Eu sei. — Ele sorriu de novo e mudou de assunto. — Acho que seus amigos estão com raiva de mim por ter roubado você.
— Eles vão sobreviver. — Eu podia sentir os olhares fuzilando minhas costas.
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Twilight | •BakuDeku•
Fanfiction[Concluído] • • •「◆」• • • Nunca pensei muito em como morreria - embora nos últimos meses tivesse motivos suficientes para isso -, mas, mesmo que tivesse pensado, não teria imaginado que seria assim. Olhei fixamente, sem respirar, através do grande s...