Fifteen

09

Luiza P.O.V

Quando acordo pela manhã, mando mensagem para Valentina.

L: "Bom dia, como foi ontem?"

Coloco o celular na mesa e saio do quarto.

— Bom dia filha. - Minha mãe fala. - Você tá namorando?

Arregalo os olhos surpresa pela pergunta repentina, quando vejo Carol e Sarah rindo.
Sussurro um "eu vou matar vocês" seguido de um olhar mortal.

— Não mãe, porquê a pergunta?

— A Carol e a Sarah me falaram que você tá, com uma tal de Valentina.

Eu vou matar essas ridículas.

— Não mãe, Valentina é minha amiga.

— Não sabia que amiga beijava na boca. - Sarah diz rindo e Carol solta uma gargalhada alta.

— Beleza, a gente é um pouco mais que amigas, mas eu não estou namorando.

— Eu tenho que conhecer essa Valentina, Luiza.

Sarah e Carol riem mais ainda, parece que elas estão se divertindo bastante.

— O que? - Digo bastante surpresa.

— Eu quero conhecer, chama ela para um almoço próximo sábado, e se você não chamar eu mando a Carol chamar.

— Pode deixar que eu chamo sim. - Diz Carol. - a senhora vai amar ela.

Puta que pariu? eu beijei a menina uma vez e já vou apresentar ela para minha mãe?

Sigo para o quarto me arrumar para saírmos.
Valentina ainda não me respondeu, mas tudo bem, eu não ligo.

Fomos até a praia da Barra.
Minha vó, minha tia e meus pais estavam conversando nas cadeiras enquanto eu e minhas irmãs estávamos um pouco mais afastadas nas cangas.

— Mas eai? como tá com a Valentina? - Sarah me pergunta.

— Ah, sei lá.

— Como assim? - Perguntou Carol.

— Ela foi pra um bar e não fala direito comigo desde então.

— Vixe, mas quando que foi isso?

— Ontem.

Ambas soltam uma gargalhada.

— Ontem Luiza? você tá de sacanagem né? - Carol diz. - Ela ficou menos de 24 horas sem falar com você e tu já tá assim? provavelmente ela só tá com uma ressaca fudida.

— Ou ela conheceu outra mulher.

— Luiza, você está sendo paranóica. - Sarah comenta.

— Não tô não, foi só um beijo né? ela está no direito dela.

— Ah Luiza, por favor né. - Carol revira os olhos. - A menina é doida por você desde 2018.

— Que? Nada a ver.

— Você é muito cega.

— Tá, tá. Vamo mudar de assunto?

Sarah e Carol continuaram conversando.

Mas minha cabeça continuava pensando em Valentina.
Será que as meninas estão certas? ou ela só beijou por beijar?
Não que eu esteja apaixonada, morrendo de amores ou algo tipo. Mas eu tenho alguma coisa especial com Valentina, né? Ou será que só foi especial para mim?

Decido jogar os pensamentos pra longe e aproveitar a praia.

Depois que chego em casa e tomo um banho, Valentina me responde.
Termino de pentear meu cabelo e abro sua mensagem.

V: "Oi Lu, acordei agora"

L: "Oi Valen, tu dormiu o dia?"

V: "Simm, tava bem cansada."

L: "Ah, então você aproveitou bastante com a Duda né?"

Deve ter aproveitado com outras mulheres também.

V: "Sim, tivemos um rolê bem divertido"

A ideia de imaginar Valentina com outras mulheres me incomodou bastante.
Não que eu esteja com ciúmes, nós não temos nada.
Mas imaginar ela dando aquele beijo em outras mulheres é horrível, imaginar ela fazendo cafuné no cabelo de outras mulheres me enjoa.
Eu quero que Valentina seja exclusivamente minha, mas eu não posso ter ela.

"A beleza que não é só minha, que também passa sozinha."

Lembro da música, a música que sempre foi minha, mas agora é nossa.

Uma raiva misturada com tristeza consome todo o meu corpo.

L: "Entendi, vou jantar e depois a gente conversa mais"

V: "Tá bom, beijos e tô com saudade"

Solto celular e enfio meu rosto dentro do travesseiro.
Eu estou com ciúmes da mulher que eu beijei uma única vez?
Não é possível que eu seja trouxa assim.

Saio do quarto, e provavelmente meu rosto revela exatamente o que eu estou sentindo.

— O que foi que aconteceu? - Carol me pergunta.

— Nada. - Respondo secamente.

— Valentina, né? - Ela pergunta como se lesse minha mente.

— É.

— O que aconteceu?

— Sinceramente? Eu devo estar com ciúmes. Mas eu não queria estar, porque a gente ainda nem tem nada. A gente só se beijou uma vez mas isso já foi suficiente pra ela não sair da minha mente, já foi suficiente pra eu querer que ela seja minha.

— Eu não julgo você sentir ciúmes, porque tá mais que claro que vocês sentem algo uma pela outra. Mas você está sendo paranóica, você nem sabe se ela esteve com outras mulheres ou algo do tipo. Eu sei que nessas horas a gente sempre pensa o pior, mas eu tenho certeza que foi tão especial pra você como foi pra ela. Então relaxa e tenta pensar em outra coisa, que tal a gente sair? Eu, tu e a Sarah?

Talvez seja melhor eu pensar em outra coisa e me distrair.

— É, você tá certa.

— Então vamos sair e aproveitar! Não estamos na Bahia pra ficar triste não!!

— Tá bom.

Vou me organizar e depois eu e minhas irmãs partimos para a Praça da Dinha.

Notas da Autora
Esse foi curtinho, porque eu tô viajando ;)

Espero que estejam gostando!!