Until i foud you(Jenlisa)

Café com leite

POV Lalisa Manoban

00:29

- Merdaaa, abaixa esse som! - Gritei contra o travesseiro.
Eu passei o dia trabalhando, e toda vez que eu chego em casa, meus pais estão bêbados, ouvindo música. Bom, pelo menos eles não brigam entre si, pelo lado bom, eles brigam somente comigo, que tal? Hum. Eu poderia simplesmente sair de casa, não? Não, eu não posso, tenho 17 anos apenas, e sim, eu só trabalho. Eu estudo em casa sempre que possível.

- Chamou? - minha mãe apareceu na porta, gruni contra o travesseiro.
- Não, eu não chamei! Só por favor, abaixa um pouco o som... Eu levanto cedo amanhã! - Me sento na cama, olhando para minha mãe, que tinha um sorriso nos lábios.

- O problema não é meu se você levanta cedo ou não, não tem necessidade de você trabalhar.

- Claro que tem, mamãe! Você acha que o aluguel dessa casa se paga sozinho?! - Ela arregala os olhos. - Por favor, me deixe sozinha, e feche a porta.

- Filha...

- Saía! - Grito. Ela suspira pesadamente e saí, batendo a porta. - Merda.

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10:57

- Oi, bom dia... - Falo para o enésimo cliente naquela manhã fria. Me sinto cansada, não descansei nadinha, a música não parou ontem, pelo contrário, só aumentou. - O que o senhor vai querer?

- Eu vou querer um capuccino, por favor! - Assenti, me virando e colando o pedido na bancada dos garotos que faziam as bebidas.
- O que você está fazendo falando com essa... moça? - Uma garota chega ao lado do menino, reviro os olhos.

- Fazendo um pedido, uai, vim pegar meu capuccino, eu avisei a você. - Ai não, mais um daqueles dias não!

- Estou invisível... - Murmuro, me afastando deles, e indo para o outro lado do balcão.

- Oi, bom dia! - Uma garota se aproximou, bem animada, ao lado de uma senhora.

- Bom dia, o que vão querer? - Forço o sorriso mais gentil que consigo.

- Eu... Eu vou querer um... - A garota coloca a mão no queixo, suspiro pesadamente apoiando o cotovelo no balcão. - Mamãe, o que eu quero mesmo? - Solto um riso anasalado.

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- Eu... Eu vou querer um... - A garota coloca a mão no queixo, suspiro pesadamente apoiando o cotovelo no balcão. - Mamãe, o que eu quero mesmo? - Solto um riso anasalado.

- Um café com leite, por favor. - A mãe da garota diz. Anoto no pequeno papel e colo na bancada.
- Só isso?

- Você é muito linda! - a garota diz, me fazendo corar. Okay, isso foi inesperado.

- Ah... O-obrigada, eu acho... - Sorri fraco, agora reparando na garota. O cabelo é castanho escuro, pele clara, olhos castanhos, lábios rosados. Ela está usando um suéter vermelho. - Vo-você também é muito linda.

- Jennie, vá se sentar alí, não seja incoveniente! - A mãe dela manda, a garota deixa o sorriso morrer e vai para onde a mãe dela indica. - Desculpe-me por ela, ela é... Sincera demais às vezes.

- Está tudo bem. - Sinto Bambam cutucar meu ombro, me viro, pegando o copo da mão dele. - Aqui está o café com leite dela.

- Você pode... Colocar aqui pra ela? - tira uma mamadeira da bolsa, recuo um passo. - Apenas coloque, não pergunte muito. - Peguei a mamadeira, okay, Lalisa, você já viu coisas mais estranhas que isso. Passo água na mamadeira e com cuidado, coloco o café dentro da mesma, fechando em seguida.

- Prontinho. - Sorri fraco, dando a mamadeira para ela.

- Muito obrigada! - Mexe na carteira. - Aqui está, pode ficar com o troco. - Arregalo os olhos, é muito mais que o dobro do café. Ela se afasta antes mesmo que eu pudesse ir atrás. Céus, isso vai me ajudar tanto!

- Uuuuuuh, que gorjeta! Vai pagar meu almoço? - Bambam fala atrás de mim.

- Pode ser. - Sorri o olhando.
- "Vo-você também é muito linda" - Ele me imita, reviro os olhos.

- Vai se foder, seu arrombado. - Ele gargalha, me junto a ele. - Idiota.

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Entro em casa, estava silencioso hoje, estranhei. Andei até a cozinha, meus pais estavam ali, sentados, me aproximei devagar.
- Boa noite... - Murmuro.
- Boa noite, filha. - Meu pai diz, eles estavam abatidos, quietos.
- O que houve? - Ando até a pia, enchendo um copo com água. - Estão quietos hoje.
- Estamos falidos. - Minha mãe solta, levanto uma sobrancelha.

- Mesmo? Nunca pensei que aconteceria! - Falo em deboche.

- Não é hora pra brincadeiras, Lalisa! Como vamos manter essa casa, pagar as contas? - Gargalho alto.

- Trabalhando, ou isso terá que ficar nas minhas costas também? - Saio da cozinha, indo em direção a escada. A subi sem pressa, e quando cheguei em meu quarto, tranquei a porta. - Isso é tão exaustivo... - Falo para mim mesma.
Por um breve momento, meus pensamentos foram para a garota, a tal Jennie, um pequeno sorriso ocupou meu rosto. Eu tenho apenas uma dúvida...

- Qual a razão de adolescentes usarem mamadeira? - Pesquiso no Google pelo celular.
"Entenda sobre o infantilismo"
Suspiro pesadamente antes de entrar no link.
"O infantilismo pode ter duas definições: hábito para relaxar ou distúrbio de personalidade."
okay, então ou ela faz por que quer, ou por que é louca?

"Infantilismo consiste no desejo ou excitação do indivíduo ao ser tratado como bebê ou criança, usando fraldas e outros acessórios infantis. São os bebês adultos, que gostam de fazer coisas de crianças: usar chupeta, mamadeira, falar como criança, usar fraldas e outras coisas."

arregalo os olhos, céus, aquela garota.... Não, devo estar pesquisando errado. Entro em outro site.

"A maioria das pessoas que têm esse problema ou que estão diretamente ligadas a pessoas que o têm se perguntam porque são assim. A maioria dos casos de Infantilismo estão ligadas a um fato, trauma ou problema ocorrido na infância desta pessoa."
Ow... Okay, agora faz sentido.
- Por que diabos estou pesquisando sobre isso? - Sussurro para mim mesma.

Jogo o celular na cama, e sigo para o banheiro, tomei um banho demorado, para relaxar de verdade, e quando saí do banheiro, coloquei somente uma camisa larga e grande, e uma calcinha, me certifiquei que a porta estava trancada e então me deitei.

- Boa noite, Lalisa. - Falo, me cobrindo.

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Domingo, o que fazer em um domingo? Não sei, nunca faço nada, sempre passo o dia em casa, estudando ou dormindo. Abro os olhos minimamente, o sol mal apareceu que merda! Pego o celular e vejo o horário.

- Cinco da manhã? Não é possível! - Suspiro derrotada. Uma mensagem piscou em meu visor, um número desconhecido, com receio eu abri, era um áudio.

Oi Lalisa... - Essa voz, eu reconheço de algum lugar. - É a Jennie... Eu... Eu peguei seu numelo com seu amiguinho, Bambam
- Me derreti toda por dentro, que fofa meu Deus! -
Ele disse que é segredo, então não conte a ninguém, tá bom?
Você não foi trabalhar ontem, eu fui lá apenas para te ver...
- Pude ouvir a voz da mãe dela no fundo.
Tchauzinho Lalisa!
- Isso foi muito, muito, muito inesperado! - Falo olhando para o celular. - Muito mesmo...
Decido responder.
"- Hey Jennie, aos sábados eu não trabalho, nem aos domingos... E eu não vou contar ao Bambam, fique tranquila" Ri ao encerrar o áudio.
Entrei no bate-papo com Bambam.

"Eu vou matar você, seu gay encubado!"

"Eu não fiz nada!"

Com carinho Viih 💕