Você não escapa.

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POV Jennie Ruby Jane Kim

Fungo pela quarta vez seguida, me sentindo uma merda, sem valor algum. Meu braço está engessado novamente, não faz nem 2 meses que tirei o último gesso. Hoje é meu aniversário, completo 16 anos, e eu sequer consigo agir como uma pessoa dessa idade, eu juro que tento, mas eu fico tão confusa na hora que as palavras vão sair, que eu me esqueço de ser normal.

Levanto da cama com a minha mochila nas costas, teria que ir a escola, é melhor do que ficar em casa com meu "pai". Eu poderia ficar pra comemorar a data, mas desde os meus 5 anos, eu não comemoro mais meus aniversários, esse é o motivo de eu não ser tão normal.

Flashback on

Levanto da cama com animação, hoje eu completo 5 aninhos, finalmente! Logo começarei a ir pra escola, e isso me deixa feliz!

- Jennie? Filha? -Minha mãe entra em meu quarto. Bom dia, meu bem, já está de pé?

- Uhum, eu estou animada mamãe, eu quero bolo! Doces, muito bolo e muitos doces! - Falo em afobação.

- Uhhh, você terá tuuudo isso! Agora, que tal você tomar um banhozinho, ficar cheirosinha para começarmos a preparar tudo, hum? - Assinto freneticamente.

Logo eu já estava dentro da banheira, brincando com a espuma, rindo atoa. Eu esperei muito por hoje, meus priminhos, meus amiguinhos, meus tios viriam, vou brincar muito! Até cansar e só ter tempo de cair na cama.

- Hey, neném! - Minha mãe adentra o banheiro. - Como está o banho?

- Quentinho, mamãe! - Ela sorri.

-E já lavou o corpinho todo? - Assinto

- todinho mesmo?

- Siimm!- Levanto as mãos, e ela gargalha.

- Então vamos sair, sim?- Me entregou a toalha assim que saí da banheira. Me ajudou a chegar no quarto e separou uma roupa enquanto eu me secava.

- Filha..

- Sim, mamãe?

- Presta atenção no que eu vou falar pra você gora, eu quero que você leve isso pra sua vida!- Assinto preocupada. - Se alguém, qualquer pessoa que seja, da família ou não, tentar tocar em seu...

- Nikinho, mamãe.

- Em seu Nikinho. - riu, a acompanhei. - okay, presta atenção... Se alguém tentar toca-lo sem sua permissão, não deixe, se possível, grite por ajuda, corra, pode ser?

- Uhum! Mas por que isso agola?- Pergunto, terminando de colocar minha cueca do homem aranha.

- Pra você aprender desde cedo, que é errado, não deixe que façam isso contigo, nem faça isso com ninguém! Entendidas?

- Entendidas, mamãe! - A abraço. - Eu amo voxe...

- Eu amo Você, filhota, agora vamos colocara roupinha!

Flashback off

Depois daquela conversa, arrumamos a casa inteira, e todos os convidados foram.

Foi uma bela festa, o problema foi meu tio, irmão do meu pai. Ele disse que tinha um presente pra mim, disse que estava no meu quarto, eu, como uma garota inocente e estúpida, subi com ele, o presente dele foi um... Abuso sexual.

Eu tentei correr, tentei gritar, tentei afasta-lo, mas eu era apenas uma criança de 5 anos, contra um adulto de 30, não tinha chance alguma.

Quando ele finalmente me deixou sair, eu corri, corri como se minha vida dependesse daquilo, e dependia. Eu cai das escadas, por pouco não tive um traumatismo craniano, o que eu agradeceria caso acontecesse agora. Eu cresci, amadureci mentalmente, mas com ações, ainda sou péssima. Hoje eu tenho a ideia de operar, e retirar meu pênis, talvez assim eu seja um pouquinho mais normal, não?

Nem percebi quando cheguei na escola, andei o caminho todo perdida em pensamentos. Entrei na escola já sentindo olhares em mim, por conta do braço. Suspiro pesadamente indo até meu armário, deixei a mochila lá dentro, e peguei apenas um caderno e meu estojo, a primeira aula é de matemática, eu odeio matemática, nada entra em minha cabeça, nada, nada! Se eu disser que sei a tabuada do três, já é muito.

Eu sei que pra minha idade, eu deveria saber, mas eu tenho muita dificuldade em prestar atenção nas aulas, então sempre tenho ajuda quando é dia de prova ou coisas do tipo.

A aula correu bem(mal), diversas perguntas foram direcionadas pra mim, por sorte, eram extremamente fáceis. Durante o resto das aulas, tudo correu bem, ninguém me empurrou contra o armário, nem me bateu. O que é extremamente estranho.

Quando Finalmente a hora do almoço chegou, eu sai da escola sem pressa. Estava fazendo o caminho de casa quando percebi que Kai e seu quarteto dos patetas estavam me seguindo. Apressei os passos. e eles também. comecei a casa, merda! Ow! A cafeteria é na próxima quadra! Corri o mais rápido que consegui, tropeçando em meus próprios pés.

- Merda! - Grito, sentindo meu braço doer. Não está totalmente quebrado, mas está feia a situação dele. Me levanto com dificuldade, rezando para que eles não me alcançassem. Entrei na cafeteria correndo, e eles entraram atrás de mim.

- Hey pequena aberraçãozinha... Acha que vamos te deixar escapar? - Namjoon diz, sorrindo de lado. -
Vamos amassar você, independente de onde você esteja!

- Ei ei! Vocês estão achando que aqui é o que? A casa da mãe Joana?! - Ouço o amigo de Lalisa gritar.

- Fica na sua! - Kai grita de volta, agarrando meu braço. - Vamos Jennie!

- Naum!- Tento me soltar, mas ele aos poucos foi conseguindo me tirar dali. - Lalisa! -Gritei, sentindo meus olhos marejarem, logo a garota apareceu no caixa, com os olhos arregalados.

-Solta ela! - Se aproximou.

- Saí fora, poste! - Kai disse, apertando meu braço.

- Eu estou mandando você solta-la!
- ou o que? - Aproximou o rosto do rosto de Lalisa.

- Quer mesmo testar? - ela pergunta firme, Kai bufa soltando meu braço.

- Você não escapa da próxima... - sussurrou em meu ouvido e se afastou. Abracei Lalisa, sentindo-me mais calma. Eu mal a conheço, mas algo me diz que posso confiar nela, algo me diz que ela não me fará mal algum.

- Vêm, entra... - Lalisa me puxou pra dentro da cafeteria. Estava vazia, provavelmente nem está aberta ainda. - Hoje abrimos mais tarde, por motivos de que a esse horário nunca vêm ninguém... Você está bem?

- Hum hum... - Nego. Ela me colocou sentada. - Meu braço... Eu ca... Burra, burra! - Sussurro para mim mesma.

- Ei ei! Você não é burra! Não diga isso. - Me repreende. - Está doendo muito? - Nego com a cabeça.

- Só um pouquinho... - Ela sorri minimamente, era notável os olhos inchados da garota, ela estava chorando. - Por que voxe chorou? - fecho os olhos, me repreendendo mentalmente por não conseguir dizer do jeito que queria.

- Bom... Eu perdi meu irmão faz apenas dois dias, está sendo muito... Difícil sem ele. - Ela diz, seus olhos marejaram.

- Jennie acha que... -Não, não, não, fale direito Jennie! - Eu acho que ele está em um lugarzinho melhor agol... Agora! E-eu nau.. NÃO sei o quanto dói, mas se... Quiser um abraço, eu darei! - Finalizo feliz, por ter dito como uma pessoa normal.

- Jennie, não precisa fazer isso. - franzi o cenho. - Não precisa tentar falar tão formalmente, eu adoro quando você fala do seu jeitinho... Eu tenho um tête pra você, que tal? - Senti meu coração acelerar, okay, isso não é normal, muito menos comum! - Você quer?

- Sim! - Praticamente gritei, ela gargalhou se levantando. - Vêm pro seu cantinho então!

Com carinho Viih 💕

Until i foud you(Jenlisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora