Poderia tirar a mão de mim?

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CHARLIE

Nick me beija com desejo, amor e força. Ele beija muito bem, o que me faz lembrar das fanfics que eu criava na minha cabeça. Como eu, uma pessoa tão sem graça, consegui ficar com um famoso? Isso é tão ridículo. Nick aperta minha cintura, tirando um gemido surpreso, o que me faz sentir uma vergonha imensa. Ainda bem que está de noite, pois Nick veria o quão vermelho eu estou. O beijo estava maravilhoso, mas nos separamos pela falta de ar. Maldita falta de ar.

— Uau... — Soltei essa palavra sem querer, PUTA QUE PARIU CHARLIE, AGORA VOCÊ PARECE UMA CRIANÇA!!! Nick me olha com intensidade, dá para sentir. Às vezes eu não queria que a gente estivesse no escuro.

— O que foi, Char? Não gostou? — Ele fala perto do meu ouvido, me deixando arrepiado. Acho que isso era o objetivo dele.

— Não, pelo contrário... Eu, eu... Foi... — Eu não consigo terminar a frase, o que me estressou. Pego no pescoço de Nick e o puxo para mais um beijo, só que mais forte e quente. Nick desce suas mãos pelo meu corpo até chegar nas minhas coxas, onde ele as levanta, me fazendo ficar em seu colo e ao mesmo tempo pressionado na parede.

Com o tempo, começo a me sentir excitado, o que me dá um certo medo, por causa do meu passado traumático, o que me faz estremecer. Acho que Nick sentiu, pois me botou no chão de volta.

— Ei, tá tudo bem? — Ele pergunta com uma voz doce.

— Ah, sim tá sim. — Eu não quero falar com ele sobre isso logo agora, quando o vejo abrir a boca pra falar algo, o interrompo — Eu suponho que esteja meio tarde, que tal voltarmos? — Ele concorda, sabe que não quero falar disso. Ainda é meio gatilho...

— Claro!! Ainda mais que você trabalha amanhã e a gente está bêbados em outra cidade. — Rio

Durante o caminho até o carro nos assustamos com o horário, pois era quase 2 horas da manhã.

— Caralho!! Eu trabalho amanhã às 12:00 e até agora não dormi — Comento com Nick. Entramos no carro conversando sem parar, emendando um assunto com outro, sem parar para respirar.

Quando cheguei no meu hotel, me senti triste pela noite ter acabado, mas não tinha jeito.

— Então... — Nick fala, o que me faz perceber que eu estou parado encarando meu hotel.

— Ah, sim, hora de ir... Foi muito boa essa noite, de verdade, Nick! Obrigado por tudo e desculpa qualquer coisa! — Nick segura minha mão.

— Foi tudo perfeito pra mim, obrigado você. — Saio do carro e entro no hotel.

Ao adentrar meu quarto, percebo o quão cansado eu estava, acho que Nick me faz perder a noção de tudo. Tomo um banho, mesmo sendo 3 da manhã e deito com tudo na cama pra dormir, onde eu não demorei nem 1 segundo pra cair no sono.

[...]

Estou quase chegando na cafeteria. Acordei morto por causa da noite anterior, mas não tenho nenhum arrependimento, sinceramente. Estou feliz aqui do que na minha cidade antiga, acho que foi bom toda a mudança...

— Bom dia, Nora!! — Digo para minha chefe que já estava no caixa.

— Bom dia, Charles! Entre e coloque seu uniforme pra começar seu dia! — Concordo e entro na sala pra pegar meu uniforme, mas sem querer trombo com um cara.

— Mil desculpas!!! — Olho e vejo sua feição jovem.

— Ah, você deve ser o novo funcionário. Prazer — Ele me olha de cima a baixo.

— Ah sim, Charlie, prazer...

— Ben. — Ele continua seu caminho. Uau, garotinho estranhamente estranho. Continuo meu caminho e visto meu uniforme pra começar meu dia.

Hoje eu vou ficar no balcão, ao lado de Ben que vai ficar no caixa. Nora disse que iria sair para olhar a demora dos novos produtos na cafeteria, mas que era pra eu e Ben fecharmos a loja.

A tarde estava tranquila, o que me aliviou. Não queria grandes movimentos igual ontem. Chegou umas 20:30 e a loja já estava vazia, sem nenhuma alma viva sem ser eu e Ben. Ele estava estranho comigo o dia todo, ficava me tocando, e eu odeio quando pessoas me tocam. Acho que só Nick é uma exceção.

— Que horas é pra gente fechar a loja? — Ben pergunta. Ué, ele trabalha aqui a muito tempo, como não sabe?

— 21:00 se não me engano. — Eu estava sentado em uma cadeira alta atrás do balcão, e Ben moveu outra cadeira do meu lado e sentou. Comecei a sentir uma tremedeira. Aquela tremedeira.

— Você é muito lindo, Charlie — Ben me fala isso, me fazendo soltar memórias que estavam presas dentro de mim... Você é muito lindo, Charles...

— Obrigado. — Respondo seco, mas congelo quando sinto uma mão na minha coxa.

Essa mão não vai parar aí, essa mão não vai parar aí...

Ouço meu inconsciente treinado me avisando.

—Poderia tirar a mão de mim, por favor? — Tento manter minha voz normal, mas falhei um pouco.

— Ah para de se fazer de difícil — Puta que pariu. Não, de novo não. Ele sobe mais a mão chegando mais perto da minha genitália, e eu apenas sentia minha mão tremer. Tento sair de perto dele, mas Ben segura meu pulso com força. Puta que pariu.

Não. Não. Não. Não.

— Ou, ele falou pra sair, caralho. Você é surdo ou o que? — Ouço alguém atrás de mim, e pela voz sei que é Nick.

— Quer saber, vaza vocês dois. Eu fecho a loja sozinho — Ben diz puto, então eu só pego a minha mochila e saio correndo.

— Charlie! — Nick me chama, e eu me viro. — Oi, tá tudo bem?

— Tá, claro. Me desculpa mas obrigado, hum, acho que vou indo... — Eu estava com muito, muito medo.

— Calma, você tem que relaxar... Sua mão está tremendo. Quer dar uma passada na minha casa? É ali — Ele aponta — Só pra você relaxar... Ainda tem que caminhar 15min. — Por algum motivo eu confio nele, então aceito.

— Tudo bem.

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