9- DNA

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A música "DNA" do BTS transmite uma mensagem de amor e conexão destinada. A letra explora a ideia de que dois indivíduos foram predestinados a se encontrarem, como se suas almas estivessem conectadas desde o início. A analogia com o DNA sugere uma ligação fundamental e inquebrável, como se a relação entre eles estivesse codificada em sua natureza mais fundamental.

Além disso, a música expressa uma energia otimista e positiva, celebrando a alegria e a emoção de estar apaixonado. A melodia cativante e os elementos musicais diversificados contribuem para uma atmosfera contagiante e envolvente.

No geral, "DNA" é uma canção que celebra o amor como uma força poderosa e inevitável, enfatizando a ideia de conexões profundas e predestinadas entre as pessoas.

No geral, "DNA" é uma canção que celebra o amor como uma força poderosa e inevitável, enfatizando a ideia de conexões profundas e predestinadas entre as pessoas

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A sala estava envolta em um silêncio denso, quebrado apenas pelo suave som do obturador da câmera. Cada clique era uma nota amarga que contava a história de um amor despedaçado. Meus olhos encontraram os de Jeon em meio aos flashes, e o ar entre nós pareceu vibrar com um reconhecimento mudo. Mas não era calor o que eu sentia. Era a raiva, a dor que vinha à tona a cada memória do que não foi dito, do que não foi feito.

Os sorrisos que trocávamos, embora cheios de significado, não carregavam mais a cumplicidade do passado. Ao contrário, eram cheios de uma ironia cruel. O fotógrafo, consciente do clima entre nós, continuava clicando, capturando o que parecia ser o reencontro de duas almas, mas que, na verdade, era o encontro de duas feridas ainda abertas.

Os assistentes começaram a se inquietar, percebendo a tensão que não conseguíamos mais disfarçar. Um a um, deixaram o estúdio, dando-nos um espaço silencioso e claustrofóbico. Agora, sozinhos, o peso do passado que carregávamos era esmagador. O silêncio se alongou, cortado apenas pela respiração controlada de ambos.

Foi Jeon quem falou primeiro, a voz baixa e hesitante, como se testasse o terreno.

— Yuna... faz tanto tempo. — Ele começou, os olhos fixos nos meus, como se tentasse ler o que havia mudado em mim. — Você parece diferente, mas ao mesmo tempo... ainda é a mesma.

Senti o gosto amargo das suas palavras, carregadas de nostalgia e arrependimento. Respirei fundo, lutando para manter minha expressão fria. Ele não tinha o direito de me falar como se nos conhecêssemos ainda.

— Jeon... — Usei seu nome de propósito, ignorando o que ele representava agora. — Muita coisa aconteceu. Nós mudamos, mas parece que só você não percebeu isso até agora.

Houve um momento de silêncio, como se ele estivesse processando a frieza na minha voz. A atmosfera estava carregada, pronta para explodir a qualquer momento. Ele tentou retomar o controle da conversa, mencionando algo que ele achava que ainda nos conectava.

— Eu vi seu sucesso... Você está incrível. A VelvetVogue é... admirável.

A ironia não passou despercebida para mim. Ele achava que elogios vazios poderiam apagar o que aconteceu. Ri, um som amargo e seco escapando dos meus lábios.

— Sucesso? Eu não sou o único que parece estar "brilhando" agora, certo? — Minhas palavras saíram afiadas como navalhas. — Mas, me diga, Jeon, por que não estava lá quando eu mais precisava? Por que você me deixou partir sem nem sequer se despedir?

O silêncio após a minha pergunta era ensurdecedor. Ele abaixou os olhos, a culpa estampada em seu rosto. Eu sabia que estava apertando suas feridas, mas não me importava. Ele merecia isso.

— Yuna, eu sinto muito. — Ele murmurou, como se isso fosse o suficiente para consertar anos de dor. — Eu queria... eu tentei, mas as coisas na gravadora...

Interrompi, o sangue fervendo.

— Tentar? Não me venha com desculpas! Você não tentou o suficiente, Jeon! — Meus olhos estavam duros, minha voz afiada. — Você acha que pode simplesmente aparecer aqui, sorrir e agir como se nada tivesse acontecido?

Ele deu um passo para frente, como se quisesse me alcançar, mas eu recuei, criando uma distância intencional. Não ia facilitar para ele. Não dessa vez.

— Yuna, eu realmente estava perdido naquela época. Eu não sabia como lidar com a pressão, com tudo ao mesmo tempo... — Ele suspirou, esfregando o rosto. — Eu sei que falhei, mas estou tentando fazer as coisas certas agora.

— Tentar de novo, é isso? — Perguntei, a voz baixa, mas carregada de sarcasmo. — Sabe, Jeon, o problema é que você sempre tentou... mas nunca conseguiu. Nunca foi o suficiente.

As palavras saíram mais frias do que eu esperava. Vi o impacto delas no rosto dele, mas me forcei a não sentir compaixão. Ele se encolheu, como se minhas palavras fossem socos, mas continuou.

— Você mudou muito. — Ele disse, desviando o olhar para evitar o meu julgamento. — Mas eu... eu sempre soube que você seria alguém grande. Sempre soube que você iria me deixar para trás. Talvez eu tenha sentido isso o tempo todo.

Eu ri de novo, sem humor algum.

— Grande? Eu não sou nada comparada ao 'Jeon Jung-kook' que todos idolatram agora. Não é disso que se trata? Sua fama, sua carreira, seu mundo perfeito sem mim?

Ele pareceu frustrado, como se quisesse dizer algo, mas as palavras não vinham. Ele balançou a cabeça, claramente atingido pelas minhas acusações.

— Eu não quis que as coisas fossem assim. — Ele disse, mais suave agora. — Você sabe disso.

Revirei os olhos, cansada desse jogo de "eu não quis". Não importava mais.

— Então não importa mais o que você quis, Jeon. O que importa é o que aconteceu.

O silêncio voltou a se instaurar. Era pesado, sufocante. Eu cruzei os braços, o olhar duro, esperando que ele dissesse algo mais, que admitisse sua culpa de uma vez por todas.

— Eu não te esqueci, Yuna. Nunca. — Ele finalmente disse, e havia sinceridade em sua voz, mas já era tarde demais.

— E eu estou tentando esquecer você todos os dias. — Respondi, virando-me para chamar o fotógrafo. — Vamos continuar essa sessão. Temos um trabalho a fazer.

Jeon apenas assentiu, a tensão evidente em seus ombros. Ele sabia que a conversa estava longe de terminar, mas também sabia que eu não estava pronta para qualquer tipo de reconciliação.

Enquanto ele voltava a fazer suas poses para a câmera, eu o observava de longe, o coração apertado, mas determinado. A mágoa ainda queimava em meu peito, e não seria apagada tão facilmente.

As fotos continuaram, mas para mim, o reencontro de verdade estava apenas começando. Sabia que ainda haveria mais a ser dito, mais feridas a serem abertas antes de qualquer possibilidade de cura.

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