EUPHORIA

19- Let Me Know

"Let Me Know" é uma música que aborda temas de desilusão, solidão e tristeza em um relacionamento. As letras expressam a dor do término e a angústia de não ser capaz de compreender completamente os sentimentos do parceiro.

A música transmite uma atmosfera melancólica e emocional, e as letras exploram a complexidade das relações, especialmente quando há falta de comunicação e compreensão.

"Let Me Know" é  por sua sinceridade e pela maneira como aborda emoções profundas relacionadas ao amor e à perda.

...

Acordei com o sol penetrando através da janela, mas a luz parecia cruel, como se zombasse da minha dor. Meu peito doía, o rosto inchado pelas lágrimas incessantes. Estava sozinha, reclusa em meu apartamento, completamente desconectada do mundo lá fora. Por que dessa vez parecia doer tanto? O término com Jungkook cortava mais fundo do que qualquer outra ferida que já senti.

Minha cama se tornou meu único refúgio. O toque do celular, do interfone e do telefone ressoavam no apartamento vazio, todos soando em sincronia com o caos da cidade lá fora. Mas, para mim, era tudo distante. Cada toque era uma intrusão indesejada, um lembrete constante de uma realidade que eu desejava evitar. Eu me afundava nos lençóis, tentando me esconder do peso esmagador da tristeza que pairava sobre mim como uma nuvem negra.

O mundo lá fora continuava girando, mas dentro de mim, havia uma tempestade. Eu estava presa entre o desejo de me perder nas lembranças e a necessidade desesperada de esquecer tudo. O apartamento, antes cheio de vida, agora era um labirinto escuro, um espaço onde eu me afogava em meus próprios pensamentos dolorosos.

Os dias passavam sem qualquer sentido, e a dor da separação permanecia como uma sombra constante. Cada vez que o celular tocava, era como uma nova punhalada, reabrindo a ferida. Ignorava mensagens, recusava ligações. Me afundava ainda mais na solidão, uma solidão que eu mesma escolhi.

As lembranças dos momentos felizes com Jungkook eram tanto um conforto quanto uma tortura. Cada memória era uma adaga, uma lembrança constante do que eu havia perdido. Mas, por mais insuportável que fosse, me agarrava àquela dor, como se fosse a última conexão que eu tinha com ele.

Os dias se tornaram uma repetição sufocante de olhar para o vazio e sentir a dor pulsante da perda. Não havia mais vida no meu apartamento, apenas a solidão. Lá fora, o mundo continuava a girar, mas eu estava presa em uma espiral de tristeza, me afastando cada vez mais da cura, sem saber quando — ou se — encontraria uma saída.

O zumbido do meu celular persistia. Havia mensagens, notificações intermináveis. Mas uma em especial chamou minha atenção. Era de Jungkook, suplicando por uma chance de explicar. Ele parecia desesperado, enviando desculpas, promessas de mudança. Até ameaçou vir até os Estados Unidos para me tirar de casa, implorando por perdão.

Cada palavra era uma mistura de arrependimento e desespero, como se ele estivesse tentando segurar as pontas de algo que já estava desmoronando. Eu queria acreditar, queria ceder, sentir a familiaridade reconfortante de sua presença de novo. Mas não podia ignorar o caos emocional que nos trouxe até esse ponto. As lágrimas que derramei, a dor que enfrentei, não poderiam ser apagadas com simples palavras.

As horas se arrastavam enquanto eu resistia à tentação de responder. A linha entre saudade e a necessidade de seguir em frente se tornava mais clara a cada mensagem ignorada. Sabia que precisava focar em minha própria cura, mesmo que isso significasse deixar para trás o que um dia foi tão precioso.

Os dias se tornavam uma sucessão de silêncios. Rachel, Luka, Olivia e toda a equipe da Velvet estavam preocupados. Sabiam que algo estava errado, mas não entendiam o que. As reuniões aconteciam com sussurros e olhares de preocupação. Todos tentavam decifrar o que estava acontecendo por trás das portas fechadas do meu apartamento.

Finalmente, decidi atender a chamada insistente de Rachel. O toque ecoou no silêncio sufocante do quarto, uma lembrança do mundo que continuava lá fora.

— Alô? — minha voz saiu rouca, quebrada.

— Yuna, finalmente! Estávamos tão preocupados. Como você está? — a preocupação era evidente no tom de Rachel.

Suspirei, tentando reunir forças para responder.

— Estou... tentando lidar com tudo. Cada dia é um desafio, mas estou... sobrevivendo.

— Yuna, sinto muito por tudo. A Velvet não é a mesma sem você. Precisamos de você aqui, mas... você precisa de tempo? Como podemos ajudar?

A pressão emocional aumentou, e eu senti as lágrimas se acumulando novamente.

— Rachel, eu não sei. Cada dia parece uma batalha. Voltar à Velvet agora... com toda essa exposição... é demais.

— Não queremos que enfrente isso sozinha. A Velvet vai ficar bem, Yuna, mas sua saúde emocional é a prioridade agora. Não se preocupe com a empresa. Estamos aqui para você.

As palavras de Rachel eram reconfortantes, mas o peso da minha situação era esmagador.

— Eu só queria que tudo isso acabasse. Não queria que afetasse a Velvet e vocês dessa maneira.

— Estamos preocupados com você, Yuna. A Velvet vai se recuperar, mas você precisa se cuidar. Nós estamos aqui, não importa o que aconteça.

Quando a ligação terminou, ficou claro que, enquanto a Velvet pudesse enfrentar os desafios, a verdadeira batalha era minha. A decisão de voltar para a empresa era algo que eu teria que enfrentar, mas não agora. Agora, precisava me concentrar em mim mesma.

As mensagens de Jungkook continuavam chegando, mas eu não respondia. Sabia que precisava mantê-lo distante, apagar sua presença da minha vida. Cada notificação era uma nova pontada de dor, mas resisti à tentação de abrir as mensagens. Precisava deixá-lo para trás e, de alguma forma, me curar.