⁰³

230 14 2
                                    

𝙻𝚒𝚣𝚊 𝙼𝚎𝚢𝚎𝚛

Estava em um mundo onírico, imerso em cores vivas e risos. Jake e Lana, juntos, irradiavam felicidade enquanto seguravam a pequena Liza. A visão deles, uma família completa, era como um raio de sol aquecendo meu coração.

— Olha, ela está prestes a apagar a vela! — disse Jake, seus olhos cheios de alegria ao me ver chegar.

— Surpresa — riu Lana, a luz da vela refletindo em seus olhos.

A cena era um emaranhado de amor e risadas, um momento que eu temia perder, mas ansiava tanto viver. Segurei o presente, minha própria voz misturando-se às risadas.

— Feliz aniversário, minha garotinha! — disse com um sorriso, presenteando a pequena Liza.

A euforia do sonho desvanece como sombras escuras tomando forma. Subitamente, estava em um campo, minhas roupas sujas de sangue, uma cruel reviravolta da realidade.

— Jake! — gritei, meu coração apertando.

O cenário mudou, e eu revivia o pesadelo da missão. O sangue de Jake, o som dos tiros, uma coreografia macabra da tragédia que vivemos.

— Jake, fique comigo! — minha voz ecoava, desesperada.

As imagens eram vívidas, inescapáveis. Cada passo que eu dava no campo era um mergulho mais profundo nas sombras da memória.

— Não, não, não! — chorei quando percebi que ele não estava mais entre nós

A dor era avassaladora, um eco da realidade que eu queria esquecer. O campo se transformava em um labirinto de lembranças sombrias. Abri os olhos abruptamente, o coração ainda preso ao pesadelo. Vejo Erin, ao meu lado, parecia preocupada.

— Liza, acorda! — disse Erin, me sacudindo gentilmente.

— Não... — despertei em desespero, minha voz perturbada e confusa, ecoou pelo quarto.

Erin, preocupada, explicou que eu estava gritando e me remexendo na cama, como se estivesse presa a alguma sombra. Me sentei tentando recuperar o fôlego.

— Você estava em outro daqueles lugares ruins, não é? — Erin perguntou, seus olhos preocupados estavam fixos nos meus.

— Sim, era a missão... — admiti, tentando me afastar das memórias.

Erin, compreensiva, se aproximou.

— Precisa de alguma coisa? — perguntou Erin, sua mão suavemente sobre meu ombro.

— Não, eu... eu sei o que fazer. — eu disse, forçando um sorriso. — Isso já aconteceu antes.

Erin hesitou, sua expressão, um misto de empatia e preocupação.

— Não gosto de te ver assim. Acha que seria bom chamar alguém? — sugeriu

— Não, estou bem. Só preciso de um momento. — eu disse, tentando acalmar meu próprio coração acelerado.

Erin, preocupada, saiu em busca de um calmante. Enquanto ela estava fora, usei uma tática que aprendi na CIA para me acalmar: respirei fundo, focando em cada inspiração e expiração, afastando as imagens do pesadelo. Quando Erin voltou, eu estava mais calma, mas ainda sentindo o eco do pesadelo.

— Acho que isso vai te ajudar  — Erin me entregou o calmante com um olhar preocupado.

— Valeu — agradeci, engolindo o comprimido.

— Sempre estarei aqui para você, Liz. Não esqueça disso. — ela se sentou ao meu lado.

Enquanto o medicamento começava a fazer efeito, fechei os olhos, tentando bloquear as imagens aterrorizantes.

𝐒𝐂𝐀𝐑𝐒 - Aɴᴛᴏ̂ɴɪᴏ DᴀᴡsᴏɴOnde histórias criam vida. Descubra agora