Na manhã seguinte, acordei com o som do despertador insistente. Me levantei, ainda sentindo o peso da conversa da noite anterior. Tomei um banho rápido, me vestir e me preparei para mais um dia de trabalho. Antes de sair, passei na cafeteria de sempre e pedi um expresso, o aroma forte me ajudando a despertar completamente.
Cheguei ao distrito e, ao entrar, notei que havia uma reunião incomum acontecendo logo cedo. O ambiente estava mais agitado do que o normal, todos pareciam estar reunidos em torno de algo ou alguém. Jay se aproximou, percebendo minha curiosidade.
— Liza, bom dia. — disse ele, com um tom sério. — Temos um psicólogo aqui hoje. É uma nova ordem do CPD. Todos nós precisamos nos apresentar e falar um pouco sobre nós, coisas da rotina.
Eu sabia que isso tinha a ver com Voight e suas tentativas incessantes de me fazer conversar com alguém sobre meus problemas. Sem dizer uma palavra, fui direto para a sala dele, sentindo a raiva crescer a cada passo.
Entrei na sala sem bater, fechando a porta atrás de mim com um pouco mais de força do que o necessário.
— O que você pensa que está fazendo? — disse, tentando manter a voz firme, mas a raiva era evidente.
— Achei que tinha te ensinado a bater na porta, mas falhei miseravelmente — Voight olhou para mim, despejando todo seu sarcasmo
— Você realmente acha que eu não sei o que está fazendo? — comecei, sem rodeios. — Trazer um psicólogo aqui, com essa tal história de falar sobre nós, Aqui virou oque uma escola de novatos?
— Primeiro abaixa bola, porque aqui eu sou seu superior — Voight respondeu, sua voz autoritária. — Isso não é apenas sobre você. É uma nova política do CPD. Todos precisamos passar por isso.
— Não me venha com essa, Hank. — repliquei, minha voz aumentando. — Você vive enchendo minha cabeça para que eu procure ajuda. Já não basta você falando para Hannah me convencer a procurar ajuda. E agora isso? Qual é o seu problema?
— Meu problema? — Voight bateu suas duas mãos na mesa completamente irritado. Ele se levantou, sua postura firme e imponente. — Você faz da sua vida oque você quiser, Liza. Mas, já que se comprometeu como detetive dessa unidade haja como tal. Aqui não é a Cia, e eu não sou a Kaitlyn. Você não é diferente de ninguém por aqui, todos tem traumas passados e problemas, se é tão difícil para você aceitar as novas regras do CPD, não sei o que você tá fazendo aqui.
A raiva fervilhava dentro de mim, mas sabia que continuar discutindo não adiantaria. Voight estava decidido, e eu estava presa nessa situação. Respirei fundo, tentando controlar a frustração.
— Você é inacreditável, Hank Voight— disse, minha voz agora mais baixa, mas ainda carregada de indignação.
Saí da sala, sentindo a tensão ainda pulsando em minhas veias. Voltei para onde o resto da equipe estava reunido, ainda indignada. Se era isso que o CPD exigia, não tinha nada que eu pudesse fazer. A reunião começou com Jay se apresentando primeiro. Ele se levantou, sua postura, reta e confiante, e começou a falar.
— Meu nome é Jay Halstead. Fui fuzileiro naval e servi em três incursões no Afeganistão. Fiz parte do 75° Regimento dos Rangers. — disse ele, sua voz firme mas carregada de memórias. — Depois que deixei o exército, senti que minhas habilidades poderiam ser melhor utilizadas aqui, na polícia de Chicago.
Enquanto ele falava, fiquei impressionada. Sua história era assustadoramente parecida com a minha. A sensação de estar em terreno familiar, de compartilhar experiências e, talvez, até os mesmos traumas, me fez olhar para Jay com um novo respeito. Depois de Jay, Antonio se levantou. Ele ajustou a gravata e começou sua introdução.
— Sou Antonio Dawson. Tenho uma carreira longa na polícia, e a razão pela qual entrei para a força foi para fazer a diferença na minha comunidade. Trabalhar com crimes graves é difícil, mas acredito que podemos trazer justiça para as vítimas e suas famílias.
A apresentação de Antonio foi seguida por Adam Ruzek, que se levantou com um sorriso fácil. Após ele, Kevin Atwater foi o próximo. Ele era alto e imponente, mas sua voz era calma e cheia de convicção. Por fim, Erin Lindsay se levantou. Sua história era bem conhecida, mas ela a contou novamente, com um toque de emoção.
Enquanto cada um falava, notei que Alvin e Hank estavam ausentes da conversa, como sempre. Eles sempre conseguiam escapar dessas sessões, talvez por causa de sua posição ou simplesmente porque já haviam passado por muitas dessas discussões antes.
Quando finalmente chegou a minha vez, me levantei, mantendo minha postura ereta e a voz controlada.— Sou Liza Meyer. Fui fuzileira naval e, trabalhei na CIA. Passei por várias operações que não posso detalhar, mas foi uma experiência intensa. Trabalhar aqui é minha maneira de continuar servindo e protegendo. — mantive minha fala breve e factual, sem me aprofundar nos detalhes pessoais.
O psicólogo tomou notas, observando cada um de nós com atenção. Percebi que todos me olhavam completamente surpresos pois até hoje não havia comentado com ninguém sobre isso, chega ser até engraçado suas reações. A reunião finalmente acabou, voltei para minha mesa, tentando me concentrar no trabalho. No entanto, a conversa da noite anterior com Hannah e a pressão de Voight ainda pesavam em minha mente. O telefone de Jay toca me despertando dos meus pensamentos
— Estamos a caminho — ele desligou a chamada e se levantou rapidamente — Will pediu para que fosse ao hospital, parece que houve uma explosão de overdose
— Vou com você — Erin também se levanta e o seguia.
Me levantei da mesa indo até a salinha ao lado, peguei um café e me encontrei encostei no armário. Por um lado era bom, não precisaria mais esconder sobre meu trabalho e por outro queria que continuasse sem o conhecimento de todos. Antônio se aproximou pegando uma xícara no armário e despejou café na mesma.
— Então você era uma fuzileira naval, — me encarou sorrindo e concordei em silêncio — Apesar que desconfiamos por causa da sua dog tag
— Foi presente de um amigo — digo seca e bebo meu café
— Se não se importa que eu pergunte, o que te fez sair da Cia? Você aparenta ser uma boa sniper
— Na verdade, eu me importo sim. Isso é algo pessoal que não te interessa saber — deixei a xícara na pia e o deixei sozinha.
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𝐒𝐂𝐀𝐑𝐒 - Aɴᴛᴏ̂ɴɪᴏ Dᴀᴡsᴏɴ
AcciónLiza Meyer, quando seu pai Jason Meyer faleceu, ela se torna a promessa cumprida de seu pai adotivo, o sargento da unidade de inteligência, Hank Voight. Ele a acolheu e protegeu, forjando um vínculo tão forte que ultrapassa os laços de sangue. Ela e...