𝐕𝐢𝐥𝐥𝐚𝐢𝐧𝐬 - 𝐓𝐰𝐢𝐬𝐭𝐞𝐝 𝐖𝐨𝐧𝐝𝐞𝐫𝐥𝐚𝐧𝐝 𝐱 𝐃𝐞𝐬𝐜𝐞𝐧𝐝𝐞𝐧𝐭𝐬

Capítulo 4

No fim de tudo, Ben foi o único que havia ficado sem dormitório e com a lamentável "falta de quartos sobrando" foi encaminhado para o dormitório em ruínas. Não era exatamente um palácio, mas os fantasmas faziam o possível para aquele lugar se tornar acolhedor. Ou assustador. Os outros já haviam sido encaminhados para os dormitórios pela sala dos espelhos.

A velha Ramshackle estava com o típico ar frio e cheiro de poeira na madeira velha, embora os moradores sempre tentassem manter ela em ordem, e algo insistia em manter a sensação de hesitação ao entrar. Apesar da terrível atmosfera, com um pouco de cuidado, pode se tornar um lar, pelo menos para Grim, Yuu e os fantasmas. E agora seu mais novo morador temporário também teria que considerar.

— Bem-vindo! Os quartos ficam lá em cima, ok?– Yuu apontou para escada que fez um rangido como se estivesse quebrado – A escada não está tão ruim assim.

— Pode ficar com qualquer quarto sem ser o meu!– Grim falou enquanto pulava para o sofá. Deu um grito – Yuuuu! As goteiras em cima do sofá voltaram!

Yuu pegou Grim no colo. Ben olhou um pouco desconfortável com o ambiente, ele queria saber se Mal estava em um lugar que pelo menos não estive cheio de poeira.

— Ahhhh…será que a Mal está bem?

Yuu pensou um pouquinho. “Diasominia, certo?”.

— Bom, a Diasominia é um lugar bem melhor que aqui e os estudantes…Tenho certeza que aqueles garotos vão mantê-la segura!– Yuu tentou ser positiva, mas ainda se lembrava que Sebek estava lá.

— Garotos? Falando nisso não vi nenhuma garota aqui…Além de você é claro.

— Sobre isso…

O castelo da Diasominia era enorme e sombrio, e até considerado depressivo por outros
dormitórios, mas ainda assim elegante. A tempestade de raios que estava tendo estava deixando os membros agitados, que alguns estavam discutindo se aquilo realmente era só uma tempestade. Houve um espanto quando o a porta se abriu, revelando o líder junto de uma garota. Os poucos que estavam no salão de entrada se retiraram, restando apenas dois.

— Jovem mestre! – Sebek estava com preocupação em seu rosto. Seus olhos estavam quase em lágrimas ao imaginar que a tempestade poderia ser resultado dos sentimentos de Malleus. Eles estava prestes a fazer um interrogatório sobre os sentimentos ruins que Malleus poderia estar sentindo mas notou a garota de mais cedo ao lado. – Humana bastarda, o que está fazendo ao lado do meu mestre?!?!?!?

Antes que ele surtasse, um rapaz, de cabelos prateados com a postura de um príncipe encantado, colocou a mão em seu ombro.

— Sebek, assim vai assustar a convidada do mestre Malleus! – o rapaz deu uma bronca em Sebek, que calou a boca. – Malleus quem é essa?

— Mas, Silver, essa humana está muito perto do Jovem Mestre…Por quê?

— Se você o deixasse falar, voc……– Silver adormeceu e só não caiu no chão pois Sebek o segurou e o sacudiu – Eu sinto muito pro isso.– Seu rosto ficou rosado.

Malleus suspirou e segurou um pequeno riso, aqueles dois sempre foram assim desde a infância. E a vontade que tinham de proteger o mestre só havia aumentado, por um tempo ele se preocupou em deixar uma desconhecida no mesmo dormitório que eles.

— Essa é a Mal, ela é de outro mundo assim como a Yuu. Nosso dormitório deve hospedala e manter em segurança até que o diretor consiga mandar ela e os amigos para casa. – Malleus explicou. Silver e Sebek pareceram entender a situação. – E o mais importante, no outro mundo, ela é filha da fada dos espinhos.

Os olhos deles se arregalaram com a surpresa, Sebek estava em choque e Silver parecia curioso com a ideia.

— Uma humana como essa não pode ser descente dos Draconia! – Sebek parecia revoltado.

Mal o encarou.

— Qual o seu problema comigo?!?!?– Mal estava irritada com Sebek.

— Então, estamos mais perto de descobrir como mandar Yuu para casa?– Silver se questionou. Já havia meses que Yuu estava presa nesse mundo com poucas pistas de como voltar, os visitantes poderiam ajudar com isso.

Malleus arregalou o olho, ele não era o maior torcedor para que Yuu, ou como ele chama:“Filha do Homem” voltasse para de onde veio. Afinal, ela foi a primeira pessoa que não o temeu e até o convidou para um evento escolar. Não pode deixar de sentir um pequeno rancor, além de ter lidar com alguém que de sua família, que nasceu com a sorte de não possuir a aura assustadora dos Draconia, também veria essa mesma pessoa ajudar a tirar uma pessoa especial dele. Sentia que precisava falar com alguém sobre oque estava acontecendo com alguém de confiança.

— Silver, poderia dividir seu quarto com nossa hóspede?– Malleus perguntou em tom de ordem, e antes que recebesse uma resposta, se teletransportou usando magia. Sebek olhou feio pela última vez a garota e foi embora deixando apenas Silver.

Silver estava confuso com a situação.

— Seria melhor vir comigo? Talvez tenha que ficar no meu quarto…entendo se não se sentir confortável, eu posso dormir em qualquer lugar.

Mal ficou relutante em dividir o quarto com um garoto, mas parecia não ter muitas opções além disso. Ele não parecia o tipo que tentaria alguma gracinha.

— Sem problemas.– forçou um sorriso. Mal preferia ter ficado junto de Ben.

Silver começou a guiar Mal pelos corredores do castelo, o único som presente eram dos sapatos batendo no chão a cada passo. Estava um clima estranho. Mal estava começando a ficar com pensamentos sobre o garoto de chifres…“Como será que foi crescer com a mamãe nesse mundo?" Provavelmente cheia de mordomias e totalmente diferente de crescer na ilha. O momento de caminhada pelo corredor parecia o ideal para saber mais.

— Eles são assim o tempo todo?– Mal tentou puxar assunto.

— O Sebek tem problemas…Ele perde totalmente a razão quando se trata do mestre Malleus. Por favor, perdoe ele. – Silver estava incomodado com a forma de que Sebek tratou uma senhorita.

— E o dos chifres?

— O que tem Malleus?

— Por que vocês ficam chamando ele de mestre? e ele está sendo arrogante desde que o conheci.– Mal abriu o jogo para Silver.

— Eu e Sebek treinamos desde pequenos, no vale dos espinhos, para servirmos ao Malleus. Tenho muito que agradecer a ele… se eu conseguir retribuir um pelo menos pouco…eu – Silver caiu no chão.

Mal ficou desesperada e o balançando. Custou cerca de quatro minutos para que ele voltasse.

— Eu não consigo evitar cair no sono. – Se levantou.

Finalmente haviam chegado ao quarto. Era arrumadinho e havia alguns pássaros no local, não era exatamente com o que Mal estava acostumada em Auradon mas servia.

— Pode ficar com a cama…tenho treinamento de um soldado, o chão por uns dias não irá me machucar.

A garota olhou para a quantidade anormal de despertadores na cama e na cabeceira, “E esse deve ser filho da Bela adormecida desse mundo…" pensou.

— Por mim tudo bem.

E Silver a deixou. Mal ficou pensando em como estavam seus amigos.