Ela não acreditou que Lilia fosse mesmo pular para um abismo cheio de espinhos, mas ele pulou, e ela pulou para tentar o salvá-lo sem pensar em como se manteria viva. Iria sobreviver, teria que sobreviver de alguma forma, um milagre ou algo do tipo. Já havia lido sobre milagres que salvam as pessoas da morte no último instante, mas isso em seu mundo e com princesas encantadas.
Se agarrou ao corpo de Lilia com os olhos bem fechados esperando a sensação da batida ao encostar no chão. Era desesperador, começou a gritar feito uma criança implorando pela mãe após um pesadelo, o que não fazia sentido para ela, sua mãe não poderia ajudar mesmo se quisesse por algum milagre, então implorou por Ben que também não poderia. Lilia estava tranquilo.
— Funciona, funciona, funciona…– Começou a chorar copiosamente para que sua magia agisse por conta própria e os salvasse da morte, virasse um dragão ou o que fosse, morrer não estava em seus planos para hoje.
— Por quê está chorando? Está segura. Não precisa chorar. – Lilia a segurou com força, ele tinha muita força para alguém tão pequeno. Mal se sentiu pequena, como uma criança indefesa, foi quando notou que estava menor que a quem estava agarrada, havia se tornado uma criança fraca de novo.
Uma frágil criança incapaz de se defender, não sabia se foram suas preces para que a magia funcionasse, um milagre ou algo que Lilia tinha feito. Olhou para suas pequenas mãos e depois para o abismo, não estavam mais caindo, estavam flutuando perante todos aqueles espinhos.
— Como?
— Desculpa, desculpa, desculpa, não achei que fosse pular também. – Começou a flutuar mais alto. Percebeu o quão firme aquela criança estava se segurando a suas vestes. – Calma, Calma, eu estava planejando te levar para um lugar, mas está tão assustada…Ah, se tivesse uma garotinha corajosa por aqui…
Os olhos de Mal brilharam curiosos, para onde Lilia queria levá-la? Estava sendo tomada pelos pensamentos infantis, a vontade de saber para onde queriam levá-la era maior do que o medo. Não, não iria se deixar levar por instintos tão sem noção de criança.
— Onde?– A voz fina infantil perguntou.
— Um país encantado, um pouco distante daqui. – O melhor lugar para mostrar o quão a magia pode ser bonita, seria o próprio Vale dos espinhos, onde criou Malleus, seu filho e discípulo.
Como todas as crianças, ficou tentada a ir a algum lugar encantado, mas ainda tinha medo. Não sabia oque estava acontecendo consigo, não saberia se defender, mas ainda assim tinha Lilia que parecia ser o suficiente.
— Encantado? – Era quase a mesma sensação de quando morava na ilha dos perdidos e escutou falar de Auradon pela primeira vez. Um lugar sem vilões e cheio de príncipes e princesas, que existia uma coisa chamada chocolate, parecia repugnante e assustador. Mas algo chamava atenção. – Não é longe ?
— Não iremos demorar.
Lilia voava rápido demais, como se não tivesse noção de quão frágil são os humanos, foi uma surpresa não ter batido em tudo na sala dos espelhos. Sobrevoou o território do colégio e indo em direção ao mar. A princípio Mal gritava, mas depois de alguns segundos sobrevoando em alto mar percebeu que não iriam a deixar cair e nenhum polvo gigante iria surgir das profundezas para pegá-la.
— Feche os olhos! Há um truque pra chegar mais rápido!– Falou Lilia, usou a magia para se teletransportar para mais perto do destino. Em uma ocasião normal, levaria algumas horas para chegar, mas como não poderia demorar…
Assim a garota fechou seus olhos. O vento parou de se chocar contra ela, haviam parado, sentiu ser colocada em terra.
A água gelada cobria seus tornozelos, abriu seus olhos para entender. Era o escuro mais que absoluto.

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𝐕𝐢𝐥𝐥𝐚𝐢𝐧𝐬 - 𝐓𝐰𝐢𝐬𝐭𝐞𝐝 𝐖𝐨𝐧𝐝𝐞𝐫𝐥𝐚𝐧𝐝 𝐱 𝐃𝐞𝐬𝐜𝐞𝐧𝐝𝐞𝐧𝐭𝐬
FanfictionOnde os conhecidos filhos dos vilões dos contos de fadas, e Ben, acabam em um mundo distorcido onde aparentemente seus pais são heróis. Onde os alunos do Night Raven College conhecem os ditos filhos dos Setes Grandes. Curiosos pelo oque ocorreu par...