𝐕𝐢𝐥𝐥𝐚𝐢𝐧𝐬 - 𝐓𝐰𝐢𝐬𝐭𝐞𝐝 𝐖𝐨𝐧𝐝𝐞𝐫𝐥𝐚𝐧𝐝 𝐱 𝐃𝐞𝐬𝐜𝐞𝐧𝐝𝐞𝐧𝐭𝐬

Capítulo 14

Um sorriso ansioso estava estampado no rosto do príncipe, ele havia feito o melhor que pode, apesar de parecer que tinha acabado de enfrentar um batalhão de soldados de farinha e perdido cruelmente, o cabelo preto estava quase tão branco quanto a neve as vestes também, o avental que estava usando também não estava nada limpo. Usar o fogo elétrico era complicado, apesar de ser um simples botão, mas logo consegui domar a tecnologia avançada. Fez pilhas de panquecas desproporcionais, estava orgulhoso de sua criação. 

Lilia praticamente estava arrastando três adolescentes para a cozinha, coisa que em dias normais alguém logo correria para os socorrer ou rezar pela vida das futuras vítimas, mas eles não pareciam tão desesperados quanto deveriam. Entraram na cozinha com um pouco de receio, mas o cheiro de comida no ar era conseguia ser mais forte que o medo nos garotos. Ao entrar, a primeira cena que viram foi de seu mestre, o poderoso Malleus Draconia, coberto de farinha até os fios de cabelo, usando um avental de babados, e segurando pratos de panquecas.

Silver olhou fixamente. Soltou uma pequena risada, e logo tapou a boca para evitar rir de seu mestre. Um ato falho que resultou em uma gargalhada alta.

— Silver! Seu traidor, como ousa…– Tentando segurar a risada– Rir do jovem mestre! – Sebek estava mal se aguentando para não rir junto de Silver.

Mal apenas aceitou a situação.

— Como é possível eu ter duas crianças com cabelo branco?– Riu Lilia. Agora ambos de quem ele considerava como filho, possuíam o cabelo claro. – Talvez eu não seja mesmo o Pai…– Fingiu se lamentar.

— Resolvi aumentar minhas habilidades de culinária…Então se sentem – Colocou três pratos na bancada. 

— Isso é muito gentil…– Silver meio sonolento.

— Eu lembrarei desse dia para sempre, farei que esse acontecimento seja informado para cada geração da minha família!– Sebek estava emocionado. Muitas vezes o que é dito por Sebek são coisas absurdas, algo que costuma irritar ou assustar alguns alunos, porém suas palavras podem ser traduzidas para: “Quando eu for para casa nas férias, vou passar elas inteiras falando para a mamãe, meu pai,  meus irmãos e o vovô, o quão meu Jovem Mestre foi extremamente incrível e bondoso.” 

Se sentaram e deram a primeira garfada. Os olhos de Malleus estavam brilhantes e ansiosos por uma avaliação. 

— É doce, eu gostei!– Silver.

— Estão perfeitas, Jovem Mestre!– Sebek

Malleus disfarçou um sorriso. Mas ainda tinha um prato sem ninguém para comer. Mais cedo, Lilia havia sugerido para incluir Mal, e que isso seria bom para eles começarem a se dar bem um com outro. Não era exatamente isso que Malleus queria, mas uma dor de cabeça a menos era uma ainda uma dor de cabeça a menos. E já estava sendo encarado demais.

— Não vai comer?– Perguntou a Mal, enquanto forçava um sorriso.

— Espera, fez para mim também?–  Ela estava surpresa com a ação. Não esperava isso, a comida deveria estar no mínimo envenenada.

— Agradeça a Lilia. Ele me obrigou.

Fazia sentido, ele não poderia ter feito isso por livre e espontânea vontade. Mas mesmo assim, provou um pouco, ela não poderia mentir que estava ruim, embora quisesse…Não havia gostado que ele estivesse sendo agradável  por obrigação, seria mais irritante ainda.

— Olha, não precisa tentar me agradar. Pelo visto não vamos com a cara um do outro de qualquer forma, não é?

— Isso também vale para você.

Ficou um silêncio na cozinha. Minutos que pareceram uma eternidade. Até que Lilia se levantou.

— Estão se dando bem, né? – Lilia perguntou sorrindo.