1. Entre Encontros

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I. Conhecidos

(6 anos de SooBin)


Choi SooBin nunca escondeu ser um garotinho curioso.

Seus pais, com certeza, deveriam ser premiados por atenção extrema e invejável com sua criança, desde o berço.

Quando tudo o que podia fazer era agarrar coisas aleatórias, com dedinhos de poucos centímetros de comprimento, certamente atentos, e levar qual fosse o objeto desconhecido à boca, para talvez desvendá-lo através do paladar. Quando engatinhava em direção aos pesos de porta estáticos no chão, muita das vezes, mais pesados que seu corpinho e altos como seu tronco, mas não o amedrontava de qualquer forma.

Quando SooBin podia caminhar, e se interessava pelos dois furos escuros nas paredes, decorados com uma bela e chamativa moldura de plástico, as tomadas foram um grande aprendizado para falanges que bem encaixaram nelas. O sobressalto também veio com sustos frequentes, e buscas incessantes a um neném que perseguiu uma pequena borboleta da varanda ao quintal, e se perdeu entre as plantações de arbustos altos.

Seus pais sabiam bem lidar com tudo aquilo agora, as experiências levemente precoces lhes levaram a conhecer e regir bem o sentimento aventureiro do menininho com o passar dos anos. Mas, naquele momento, nada em seus simplórios 6 anos de existência havia despertado tanta curiosidade em SooBin quanto aqueles movimentos.

Eram inexplicavelmente rápidos, certamente furiosos, braços tensionados, postura firme, pernas moventes num 'frente e trás' ritmados. Os cabelos, castanhos, levemente ondulados, e compridos até a altura das costas, esvoaçavam embalados pelos murmúrios desconexos e espontâneos que escapavam dos lábios, pouco grossos, demasiadamente avermelhados para o comum, e logo foi identificado o motivo, uma mordida forte, dada por ela mesma. SooBin assistia uma luta de "espadas", falsamente acirrada entre uma árvore pequena e a garotinha que aparentava ter sua altura. Atrás de uma mesa dobrável de piquenique empoeirada, ele sequer piscava ao acompanhar os golpes dela com um próprio graveto retirado da pobre planta, que perdia, de pouco em pouco, suas folhagens de cor verde vibrante. Parecia seu objetivo, afinal, ela estava determinada a não sair dali até que a árvore estivesse depenada, e ele, a não parar de olhar, seja lá quem fosse aquela do outro lado da cerca que lhe chamava tanta atenção. Entretanto, o plano dos dois foi atrapalhado subitamente.

- Atchim!! - o espirro barulhento cortou o quase silêncio, então SooBin se deu conta de que levou a mão suja ao nariz de estrutura interna facilmente alarmada por qualquer alergia que afetasse sua rinite. Notou também que tinha sido descoberto, ela agora estava parada, o olhando com assombro e ombros encolhidos, à princípio, assustada.

Mas logo os olhos escuros, puxadinhos ao remeter os de uma raposa, se afiaram para ele, o cenho franzido demonstrou desaprovação, então passos rápidos a tomaram junto a uma avalanche de queixas. Ela era agressiva como SooBin nunca havia visto antes.

- O que você está fazendo aí, garotinho!? - a voz, infantil e estridente soou de um ouvido a outro do menino, e antes mesmo que ela pudesse alcançar a cerca, portando firmemente aquele graveto entre os dedos, SooBin se pôs a correr para dentro, gritando aterrorizado por sua mãe.

- O que foi, Binnie?! - NaYeon lavava as mãos apressadamente quando sentiu as pernas serem agarradas com firmeza.

- E-Eu não... Ela!! - gaguejou ao tentar dizer, a voz carregando desespero.

- Ela? - a mulher confundiu se, erguendo o filho até que estivesse a sua altura, sentado no balcão de modelo americano. - Ela quem, amor?

- Eu vi uma menina... Lá! - apontou para a porta de onde havia vindo, e NaYeon sabia que aquela era a direção do quintal da casa vizinha.

A Garota De SooBin - YeonBinOnde histórias criam vida. Descubra agora