Capítulo 13: O sacrifício do cavalo branco

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Randgried podia ter a beleza da mãe, mas havia puxado o pai. Nos dias que ficou alojado no rústico castelo de Ragnar, Bjorn manteve olhos de águia sobre a moça, sempre atento a qualquer acontecimento estranho que pudesse anunciar o retorno de Mordred, mas o que realmente descobriu foi que sua noiva era uma ótima lutadora. Em qualquer modalidade.

Ela andava com um arco nas costas e sempre que podia aparecia com uma túnica longa, calças e botas de pele, posicionava-se no pátio e treinava sua pontaria, sempre encarando Bjorn com vontade de acertar uma flecha nele. Rane não era contra Bjorn, nem tinha motivos para odiá-lo, embora sua postura protetora a incomodasse. O que ela odiava era o fato do pai ter escolhido quem bem entendesse para casá-la. A moça preferiria ter seu próprio drakkar e navegar mundo afora conquistando povos desprevenidos.

Bjorn não tinha dúvidas de que se Ragnar tivesse permitido, Rane teria conquistado meio mundo.

Ela olhava desconfiada para o homem do cavalo branco, aquele que chamavam de Imortal. Não sabia o que pensar dele, então bolou seu plano.

— Eu quero caçar nos bosques do Leste — anunciou para o pai, certa manhã. Tinha trançado os cabelos e trazia uma aljava recheada de flechas. Além de um pequeno machado no cinto.

Ragnar a olhou desconfiado. Sabia que muitos clãs inimigos se arriscariam a enfrentar sua fúria só pelo prazer de ter Randgried em seu poder.

— Não me oponho, desde que leve seu noivo com você.

Rane sorriu. Era tudo o que desejava.

Como o esperado, Bjorn, o Imortal, apareceu nos limites do bosque acompanhado de seu grande cavalo branco. Rane jamais daria o braço a torcer, mas tinha achado o guerreiro bastante cordial e achava que ele poderia conquistá-la... se ela lhe desse tempo, o que definitivamente não daria. Não tinha intenção de ser conquistada por ninguém.

Ele permaneceu tranquilamente afiando suas adagas enquanto Majestade pastava e ela treinava sua pontaria em diversas árvores. Até agora, Bjorn não vira motivo algum para a moça estar dentro do bosque, a menos que ainda estivesse apenas se aquecendo.

— Você pretende atirar em troncos por muito mais tempo? — ele perguntou no exato momento em que ela disparou uma flecha, já puxando outra e mirando.

— Por quê? Você tem algo mais importante para fazer?

Zum.

A flecha sumiu na folhagem de um arbusto. Bjorn deu-lhe as costas, enfileirando suas armas sobre uma rocha.

— Não, só estou curioso. Não vai caçar presas maiores? Presas animais, de repente?

— Vou começar agora — ela respondeu e sua voz estava mais perto, mais séria. Alarmes de alerta estremeceram o corpo de Bjorn, mas quando ele virou, teve tempo apenas de ouvir outro zunido antes de se dar conta de que ela atirara nele e que agora tinha uma flecha cravada no peito.

Alvejado por suanoiva, ótimo!


***

Ele despertou com a própria voz, gritando. Pássaros debandaram, o silêncio da floresta era quebrado pelo relincho urgente de Majestade. Bjorn virou a cabeça notando duas coisas: a primeira era que estava caído no chão, a segunda é que Majestade estava firmemente amarrado a uma árvore, debatendo-se enlouquecidamente.

— Hum! Interessante. — A voz de Rane pairou acima dele e Bjorn fixou o olhar nela. Tinha a expressão concentrada de uma criança com uma nova descoberta.

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⏰ Última atualização: Nov 24, 2023 ⏰

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Majestade: A história do Cavalo BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora