𝟱. 𝙉𝙖𝙩𝙚 𝙗𝙧𝙞𝙣𝙘𝙖 𝙙𝙚 𝙥𝙚𝙜𝙖-𝙥𝙚𝙜𝙖 𝙘𝙤𝙢 𝙛𝙖𝙣𝙩𝙖𝙨𝙢𝙖𝙨 𝙚 𝙘𝙤𝙣𝙝𝙚𝙘𝙚 𝙖 𝙍𝙖𝙞𝙣𝙝𝙖 𝙙𝙤 𝙑𝙤𝙤𝙙𝙤𝙤

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 O Bayou era um tipo de pântano que ficava fora do Quartel Francês, praticamente do outro lado da cidade. É cercado por lagos e riachos, a vegetação fica em sua maior parte submersa na água e às vezes dá para ver alguns jacarés descansando. Por isso, Nate se preparou adequadamente para o local, já visitara o pântano outras vezes com Damian e Joshua, geralmente para colher musgos, fungos, cascas de árvores e outras matérias orgânicas que fossem úteis a eles.

Ele desceu as escadas ansioso e sorriu ao encontrar seu pai e padrinho o esperando no andar debaixo.

— Pronto? — O garoto assentiu rapidamente.

Damian tomou a frente e abriu a porta ao lado da escada que levava ao segundo andar, esta que dava para ao estoque da loja e quase que laboratório pessoal dele. No fundo da sala havia outra porta feita de madeira com uma maçaneta dourada com algumas engrenagens talhadas nela, o bruxou girou-a de maneira delicada, as imagens brilharam e o desenho de um pântano surgiu dentro de um losango surgiu na porta.

Assim que a porta foi aberta eles saíram dentro do Bayou, a paisagem era impossível que não se reconhecer a água turva, as árvores meio submersas cobertas por uma camada de vegetação que pesava em seus galhos.

— Estão entregues. — disse Damian.

— Não vai ficar conosco? — perguntou o garoto.

— Hoje não pequeno, tenho outros assuntos para resolver. — esclareceu. — Mas te desejo toda a sorte do mundo com... — Damian parou por um segundo pensando no que Joshua teria em mente para ensinar ao garoto. — ... Seja lá o que o seu pai esteja planejando. — O bruxo aproximou-se do afilhado e afagou seu cabelo. — Se ele pegar pesado com você, é só me contar que eu dou jeito no seu pai rapidinho. — Ele sorriu e Nate retribuiu.

— E você. — O bruxou foi até Joshua. — Seja paciente com ele.

— Paciência é meu segundo nome. — disse Joshua e Damian sorriu balançando a cabeça de um lado para o outro.

Tinha algo na maneira como aqueles dois se olhavam, na maneira com a qual conversavam, algo doce e carinhoso. Era só olhar para eles, qualquer um perceberia isso, o que é claro incluía Nathaniel. Seu pai e padrinho nunca explicaram a ele ou expressaram em palavras claras nada sobre o tipo de relação que eles levavam. Nate também nunca se importou em perguntar, mas não quer dizer que ele não notasse as coisas.

Ele tinha onze anos, não era estúpido.

Talvez ele entendesse melhor o que se passava entre Joshua e Damian do que eles dois, ele podia ver o sentimento em seus olhos. Status não importava, o tipo de relação que eles tinham também não. Nada mudava como Nate se sentia sobre eles, como ele os via. Aqueles eram seus pais, sua família e ele tinha orgulho dela. Eles o amavam e ele também o amava, era tudo o que importava.

— Então... — O garoto chamou a atenção dos homens em sua frente. — Vocês vão se beijar agora ou...

— Nate. — repreendeu Joshua.

— Okay, estou atrapalhando o momento, já entendi, mensagem recebida.

Damian riu.

— Tomem cuidado, vocês dois. — falou. Joshua era mais alto que Damian, o que resultou nele ter que se equilibrar nas pontas dos pés para que pudesse dar um beijo na testa do homem.

— Juízo. — Ele encarou o afilhado.

— Juízo é meu segundo nome. — Imitou a fala do pai.

O padrinho deu um sorriso largo para o afilhado e atravessou a porta voltando a loja.

ℕ𝕒𝕥𝕖 - 𝕆 ℙ𝕖𝕢𝕦𝕖𝕟𝕠 𝔼𝕤𝕡𝕚́𝕣𝕚𝕥𝕠 𝔾𝕦𝕖𝕣𝕣𝕖𝕚𝕣𝕠Onde histórias criam vida. Descubra agora