As luzes quentes, o jazz, as pessoas rindo, cantando e se divertindo, os magníficos artistas de rua, os doces, a arquitetura, até mesmo o cheiro de Nova Orleans me encantava toda a vez em que visitávamos a cidade. Já estávamos perambulando pela Bourbon Street há algum tempo, eu não me cansava de olhar em volta, parecia até um turista, mesmo que eu já frequentasse aquele lugar desde pequenino.
Finalmente chegamos ao nosso destino, também conhecido como "O lugar onde o filho bebe e a mãe não vê", o lugar favorito em Nova Orleans de Damian Harper, principalmente quando cai a noite. Fica a dica: se um dia vier atrás desse bruxo, caso ele não esteja na loja (porque ele tem uma) e nem no cemitério, ele com toda a certeza estará aqui.
— Desculpe, senhor. — O segurança disse, nos barrando, ele era um cara alto, careca e musculoso, de terno e óculos escuros. — Crianças não são permitidas aqui. — Olhei para meu pai e ele encarou o homem.
— Eu tenho certeza de que pode abrir uma exceção para nós. — disse papai. Seus olhos acenderam em um brilho verde cintilante. — Não pode?
Uou.
O segurança congelou por um segundo, tenho certeza de que seus olhos deviam estar arregalados por debaixo dos óculos, com as mãos trêmulas, o homem deu passagem e respondeu:
— É claro que sim, tenham uma boa noite, senhores. — disse o homem, recuperando-se do susto.
Papai entrou no bar e eu o segui com um sorriso divertido no rosto.
Como previsto, ele estava lá, se divertindo no pequeno palco do bar ao som "How You Like Me Now" do The Heavy cantado por ele mesmo, e acreditem quando eu digo que Damian Harper é muito bom nisso. As pessoas em volta bebiam, cantavam, dançavam, jogavam jogos de azar e bilhar, algumas estavam se pegando nos cantos. Eca, não consegui evitar disfarçar a careta em meu rosto.
Seja bem-vindo ao Rousseau's Bar.
Papai sentou-se ao bar e pediu uma bebida, subi no banquinho ao seu lado.
— O que foi aquilo? — perguntei a ele.
— Aquilo o quê?
— O lance com os olhos! Eles brilharam, igual ao anel do Lanterna Verde, só que em formato de olhos. — Papai riu com a minha comparação. — Eu nunca vi você fazer isso antes.
— É uma coisa de espírito guerreiro. — Papai deu um gole em seja lá o que ele estivesse bebendo.
— Me ensina! — pedi.
— Talvez depois.
— Pai!
— Ah, olha só, Nate, nosso amigo está vindo para cá. — disse ele, apontando com a cabeça.
Virei a cabeça na direção oposta à dele, bem onde papai apontara, estava ele, me olhando com um enorme sorriso do rosto e os braços abertos como se me convidasse para um grande abraço. Retribuí o sorriso que se formou de orelha a orelha.
— Padrinho! — gritei. Pulei do banquinho, meus pés mal tocaram o chão e em segundos eu já abraçava o bruxo em minha frente.
— É bom ver você também, garoto. — Ele me levantou no ar, em seguida me colocou no chão. — E aí, cadê o rabugento do seu pai? — Apontei para o bar. — Joshua Uley! Como está, meu velho? — Damian abriu os braços para meu pai assim como fez para mim, papai olhou para ele com cara de tédio (ou devia ser o cansaço), de cima a baixo e em seguida levantou-se para abraçá-lo.
— Oi, Damian. — disse Joshua em voz baixa. — Preciso da sua ajuda.
— Seria muita ingenuidade a minha, pensar que vocês viriam aqui apenas para me ver, não é mesmo?
VOCÊ ESTÁ LENDO
ℕ𝕒𝕥𝕖 - 𝕆 ℙ𝕖𝕢𝕦𝕖𝕟𝕠 𝔼𝕤𝕡𝕚́𝕣𝕚𝕥𝕠 𝔾𝕦𝕖𝕣𝕣𝕖𝕚𝕣𝕠
FantasyNathaniel Uley é um garoto Quileute que vive em Nova Orleans com seu pai, um caçador de criaturas sobrenaturais e com seu padrinho, um bruxo. Ao completar 11 anos ele descobre ter herdado habilidades sobrenaturais dos antigos guerreiros de seu povo...