Inglaterra, Londres - um ano atrás
Senhor Mascarado
Eu me encontrava do lado de fora do grande salão The Clermont¹, de aparência imponente e majestosa, com torres altas e robustas, paredes de pedra maciça e uma entrada grandiosa. Realmente minha vítima tinha um bom gosto, e muito dinheiro. Estava o aguardando à exatos cinquenta e nove minutos, pronto para dar uma hora. Mas não havia pressa.
A pistola preta cano longo de oito cilindros carregava um silenciador pequeno na ponta. Não queria chamar a atenção, precisava fazer meu trabalho em silêncio.
E no amplo estacionamento escuro do salão, eu arquitetava o plano. Não podia ser visto, e muito menos reconhecido. Por isso, decidi usar um terno preto, debaixo de um sobretudo do mesmo tom e diferenciando o estilo social, em minha face era usada uma máscara negra sombria.
O grande relógio Big Ben badalou às quatro horas. Nunca havia feito tal coisa a luz do dia, mas tudo tem sua primeira vez. A arma já estava carregada, e as duas adagas afiadíssimas prontas para perfurar. Ao olhar novamente para a entrada principal do grande edifício, avistei as pessoas saindo sorridentes, gargalhando e bebericando suas bebidas caras, indo em direção aos seus carros luxuosos e partindo para suas mansões grandiosas. Que gente mais fútil, pensei.
Então, eu o avistei. Posturado e importante, cercado por seus seguranças e guiado pelo guarda costa principal. O dono da festa sempre era o último a ir embora, e ele se arrependeria muito por tal.
O local já estava vazio e silencioso e era hora de agir. Meu trabalho me esperava com braços abertos convidativos. Então os ataquei. Eram três contra um, a vítima não contava, pois era um velho indefeso. Mas os seguranças brutamontes eram treinados para matar. Mas eu, sou a morte em pessoa.
Desferi apenas um golpe de adaga nas têmporas do primeiro homem. Segurando firme a arma branca, a senti entrando fortemente no crânio, perfurando os olhos e o cérebro. O sangue vermelho rubi escorria como cachoeira e transformava o chão de concreto em uma piscina avermelhada.
No outro homem, que agora corria em minha direção pronto para atacar, atirei a adaga à três metros de distância, acertando no peito robusto do segurança, fazendo o cair ao solo no mesmo instante do impacto.
A primeira adaga estava fincada na cabeça de um, e a outra estava presa no peito do outro. Era hora de usar a pistola. Adorava essa parte. Com um tiro certeiro na cabeça, derrubei o guarda costa facilmente. Como tirar doce de criança. Eu havia terminado meu trabalho, quase, na verdade.
Ao olhar para trás, assombrado pela cena que acabou de presenciar, o velhote se encontrava caído pelas poças de sangue. Tremia feito um cachorro no frio e chorava como um bebê com fome.
— Por favor... — ele arfafa, o cheiro do medo pairava sobre nossas cabeças. — Não me mate. Eu... eu tenho dinheiro. — o velho retira do bolso a carteira. — Quanto você quer? — olhei para o homem idiota com graça.
— Não quero dinheiro. — minha voz era grave como um trovão e amedrontava até o homem mais corajoso. — Quero sua vida. — o gatilho foi apertado, e a bala se encontrou com a testa do homem, perfurando sua cabeça e esguinchando sangue pelo seu rosto pálido.
Com o corpo caído ao chão, me aproximei lentamente e agachei-me perto do cadáver. Vasculhei cada bolso de suas calças e paletó, e então, finalmente, em um bolso escondido, encontrei o pen-drive. Agora sim, meu trabalho estava feito.
Ao sair, olhei uma última vez para o corpo e pensei em arrancar-lhe a cabeça e deixa-la em minha exposição. Mas não, aquele desgraçado estragaria a coleção tão bem preparada. Então, não havendo mais nada a fazer, parti, antes da chegada dos polícias, para a próxima parada. O Edifício Belle Èpoque.
Eu tinha uma grande habilidade de entrar nos lugares sem ser visto e nem ouvido, parecia mágica, mas sempre gostei de chamar de "furtividade". Era um dom. Um dom que nem todos apreciavam, mas o usava por necessidade e não diversão. E eu usufruia desse dom para observa-lá.
Sai pela varanda, e abri a porta de vidro com a chave cromada. Um silêncio reconfortante se instalava no ambiente luxuoso do apartamento, que fazia junção aos belos tons amarelados causados pelos raios solares do fim da tarde. Uma ótima escolha.
Minha intenção era abordá-la a princípio, mas a encontrei adormecida em cima do belo sofá cinza no centro da sala. Então, sentei-me na poltrona em sua frente, e admirei com fascínio a delicadeza da pele pálida dela, destacada pela suavidade dos cabelos castanhos escuros espalhados pelos obros desnudos. Seus olhos azuis, agora fechados, refletiam tranquilidade em contraste com a quietude do sono.
Sua aura angelical não combinava nem um pouco com minha aparência sombria e acobertada de sangue. Mas de uma coisa eu tinha certeza: nós estavamos destinados a nos encontrar, como dois opostos que se atraem, numa dança perigosa entre o brilho da inocência e a escuridão eterna.
| ¹ - Hotel luxuoso localizado em Londres.
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𝐌𝐑. 𝐌𝐀𝐒𝐊𝐄𝐃 | 𝙻𝚘𝚗𝚍𝚘𝚗
Romance❌️𝐃𝐚𝐫𝐤 𝐑𝐨𝐦𝐚𝐧𝐜𝐞❌️ Samantha Adams, desgastada pela opulência que envolve sua posição como filha de um magnata, e abalada após uma decepção amorosa, decide se reinventar no pulsante coração da cidade de Londres. Seu novo lar, no entanto, tr...