𝘊𝘩𝘢𝘱𝘵𝘦𝘳 4

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Inglaterra, Londres - um ano atrás

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Inglaterra, Londres - um ano atrás

Samantha Adams

  Eu acordei na manhã seguinte renovada, nunca havia dormido tanto como aquele dia. Me espreguicei pelo sofá aconchegante, abri meus olhos e a vista da varanda foi a primeira coisa que avistei. E era incrível. O sol nascendo entre os grandes prédios enquanto seus raios adentravam meu apartamento, o som do trânsito misturado com os pássaros cantando em cima das árvores chacoalhadas pelo vento.

  Mas algo me chamou atenção. A porta da varanda estava aberta, e eu não me lembrava de ter mexido nela momento algum. Eu me levantei e caminhei pelo piso polido e examinei o vidro. Não haviam marcas de arrombamento, e a chave permanecia ali. Será que eu realmente abri e esqueci? Pensei no momento. Mas era muito pior do que eu imaginava.

  Sai para a varanda e os ventos me abraçaram em uma dança quente, meus braços se aqueceram e meu pé esquentava no chão ensolarado. De fato estava um dia muito quente, e não era nem dez horas da manhã. Rondei por todo o perímetro e não havia notado nada de errado, então retornei para o frescor do ar condicionado.

  E após o uso do banheiro, fui até a grande cozinha, de armários planejados branco neve, iluminado por lustres amarelos, e preparei um café matinal com suco de laranja e algumas bolachas de cereais.

  Estava em paz tomando meu desjejum e admirando a bela vista das janelas quando, no mesmo instante, ouvi o som de vidro se quebrando ao cair pelo chão. Mas não era em minha casa, era no apartamento de cima. Do síndico. Curiosa do jeito que sou fiquei em completo silêncio, afim de ouvir qualquer outra coisa. Poderia ter sido uma briga. Mas não. O som que se alastrou por todo o espaço era outro. Um que eu nem imaginaria ali. Latidos. Latidos graves e extremamente altos que se ecoavam e doíam meus tímpanos.

  No momento eu não me incomodei, apesar de estar quase surda. Mas depois de passar a hora do almoço e a metade da tarde com latidos incessantes, eu já estava louca. Era meu segundo dia naquele lugar e a minha paciência já havia sido testada no limite.

  Quando deu três horas da tarde o meu interfone tocou, e eu torcia para ser algum exterminador de cachorros, mas não. Era Jess, minha melhor amiga.

  A conheci uns anos antes, quando ela trabalhava para o meu pai. A encontrei no banheiro chorando dentro de uma cabine, ela segurava um teste de gravidez positivo. No momento conversei e a ajudei, dando um certo apoio, por mais que não a conhecia. A partir daí, ela sempre me informava sobre o decorrer de sua gravidez. Até hoje não sei quem é o pai do bebê, ela dizia que ele à abandonou quando soube do ocorrido.

  Mas ela estava bem. Tem um lindo menininho chamado Lucca, meu afilhado. Um espertinho de quatro anos, loirinho dos olhos claros e muito falante. Eu adorava passar o dia com eles, eram minhas melhores companhias. Eram.

𝐌𝐑. 𝐌𝐀𝐒𝐊𝐄𝐃 | 𝙻𝚘𝚗𝚍𝚘𝚗Onde histórias criam vida. Descubra agora