Capítulo XVI

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   Ao se aproximar  do quarto que costuma dividir com sua esposa o rei observa sua mãe sair do cômodo com o semblante sério. É fácil imaginar como foi a conversa, segue em direção a porta fecha os olhos respirando fundo antes de entrar. Mary e Greer rapidamente percebem sua presença.

   — Pode me deixar sozinho com minha esposa Greer.

   — Claro, majestades – a dama faz reverência para ambos e se retira.

   — Fiquei preocupada por não ter dormido em nosso quarto – profere a rainha.

   — Isso não me importa. – o rosto do rei é impassível mas seu olhar é a mais pura mistura de desprezo e raiva –  Temos que voltar a nossa rotina normal, as pessoas não podem descobrir nada. Teve notícias de seu meio irmão?

   — Ainda não, mas acredito que em breve ele estará aqui.

   — Esperamos que sim – da as costas indo em direção a porta.

   — Será assim agora? Meias palavras ditas friamente? 

   — E o que você esperava? – encara sua esposa.

   — Precisamos nos entendermos, eu errei é verdade mas, amo você. Não vou poder suportar essa situação se não estiver comigo, por favor fique ao meu lado – se aproxima do marido

   — Você fala como se fosse fácil – ri sem humor.

   — Basta você tentar, meu amor – sorri carinhosa.

   — Eu preciso de tempo, Mary. Não me pressione.

   — Tudo bem – suspira – mas há algo de diferente em você e não é apenas a sua indiferença, seus olhos estão escuros como se tivesse uma sombra e me olha de uma forma que só presenciei uma vez direcionado a mim, e foi quando... – não consegue terminar por falta de coragem.

   — Quando eu fui a sua procura em seu quarto após o parasita ter rompido o romance de vocês por medo da ameaça que fiz – continua o que a esposa começou a falar – e como esquecer o lindo beijo no lago, mesmo depois de onze anos nunca esquecerei dos lábios dele tomando os seus e as mãos dele sobre você – profere com os dentes cerrados. 

   — Me diga por que seus olhos perderam o brilho? Por que me encara dessa maneira? Diga-me o que você vê ao olhar para mim?

   — Quer realmente saber?

   Mary assente em concordância, as lágrimas ardendo em seus olhos.

   — Vejo você nua nos braços dele. Me pergunto quantas vezes foi para a cama dele, quantas vezes o tocou. – profere com nítida raiva pega os pulsos de Mary com mais força do que devia e afasta as mãos dela de seu rosto mas não a solta – Eu sempre a verei nos braços dele não importa o tempo que passe.

   — Só estive com ele uma vez, Francis, está me machucando – choraminga.

   — E o quanto você me machucou? Eu já era apaixonado por você e tive que sufocar esse sentimento por que ele tinha sido o seu escolhido. E agora que finalmente estava tudo bem com nossa família,  e você comigo, em meus braços onde é o seu lugar, mas esse miserável voltou e quer o que é meu, minha mulher.

   — Ele veio pelo Charles não por mim, meu amor.

   — Mas se ele tiver a chance de te levar o fará, não vou permitir. Você é minha sabe disso, eu nunca amei outra nessa vida não vou te perder – seu olhar tinha algo de perverso que Mary não sabia distinguir.

   — Francis, está me assustando.

   — É incrível como a presença dele não a assusta mas a minha sim.

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