The Secret of Royalty

CAPÍTULO XX

   Ainda era manhã o rei e a  rainha decidiram fazer a primeira refeição do dia no gabinete privado de Francis, no entanto a rainha mãe entrou sem ser anunciada interrompendo o que Mary dizia. Usando os próximos minutos argumentando porque a festa de aniversário do filho não pode ser cancelada, minutos esses que para o rei pareciam horas.

   — Não acredito que seja o momento apropriado para falar disso, e não parece adequado essa festa acontecer  – profere o rei tentando fazer a mãe parar de falar.

   — Na verdade acho que sua mãe tem razão, querido – intervêm a rainha – não podemos  demonstrar fraqueza, e muito menos deixar que o povo e os nobres percebam que algo está errado, não precisamos  do medo tomando controle de todos.

   — E será o momento ideal para convidar as famílias leais a nós, muitos deles são generais com exércitos próprios. Algum desses homens lutaram com seu pai e certamente lutarão por você – completa o argumento de sua nora.

   — O ponto de vocês é bem valido, mas não significa que não seja perigoso.

   — Se ousarem fazerem algo estaremos preparados – profere Mary segurando uma das mãos do marido.

   — Tudo bem, mas cada convidado será revistado e o palácio permanecerá fechado, não podemos arriscar que se infiltrem entre nós.

   — Eu vou organizar os cozinheiros quanto ao banquete, e os barris de vinho e a comida que devem ser distribuídos ao povo – profere a rainha.

   — Eu fico responsável pelos convites e cuidarei da estadia dos nossos convidados – anuncia Catherine.

  De repente a porta é aberta sutilmente revelando a figura delicada de Greer, a mesma faz uma mesura a todos na sala e faz um gesto singelo para sua senhora.

   — Com licença – Mary levanta saindo do cômodo.

   Por um momento a sala fica em absoluto silêncio.

   — Podemos conversar mãe?

   —  Claro, meu filho – senta-se perto do rei.

   — Anos atrás papai me contou sobre Daiane, que você confessou a ele ter matado ela. Disse também que traiu a senhora com essa mulher – Francis observa a mãe engolir com certa dificuldade, claramente um incomodo lembrar do deslize cometido pelo marido.

   A rainha mãe permanece em silêncio.

   — Eu fiquei intrigado, porque depois de tantos anos da traição do meu pai não fazia sentido a senhora querer se vingar, vocês estavam felizes juntos e a tal mulher casou anos depois com um fazendeiro com quem teve uma família pelo que soube da criadagem. Cheguei a conclusão de que tinha que haver outro motivo. – continua o rei – Fui até Serena, a serva mais antiga do palácio e perguntei o que ela sabia, foi então que descobri que sua antiga dama  era mãe de Sebastian e que o tal motivo para a senhora ter feito o que fez era Mary. Por que? – perguntou.  

   — Eu estava cega, meu querido. Tinha a ilusão de que Deus trouxe Mary para ser a filha que perdi e queria protegê-la – admite – era mais fácil do que aceitar a perda da minha filha.

   — A senhora sabia do envolvimento dela com Sebastian? 

   — Depois de ser traída é impossível confiar nas pessoas novamente, por isso tenho olhos e ouvidos em todos os cantos deste palácio. Não me arrependo do que fiz, porque protegi nossa família e não apenas Mary. E vou sempre fazer o que for preciso por você e meus netos – assegurou a Francis.

   — Então  sabia sobre Charles? 

   — No início fingi não ver os enjoos de Mary, antes mesmo de estarem casados. Usando como desculpa para minha consciência que você sempre foi um galanteador nunca teve dificuldade em ter uma moça em sua cama, preferi acreditar que vocês não haviam esperado. Depois de casados ignorei a gravidez rápida. – suspira – Mas quando ele nasceu, saudável e grande eu sabia que aquele menino não tinha sete meses. Conversei com o médico que fez o parto, no entanto decidi que era melhor deixar as coisas como estavam.

   — Por que nunca me disse?

   — Porque você estava protegendo sua família da maneira que achou que seria melhor, e respeito isso em você.

   — Obrigado por ter dito agora – beija a mão sua mãe.

   A rainha mãe se levanta deixa um beijo no topo da cabeça do filho e se retira o deixando sozinho.