† ℭ𝔞𝔭𝔦𝔱𝔲𝔩𝔬 𝔡𝔬𝔦𝔰 †

4.8K 956 44
                                    

† ☪ †

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

† ☪ †

Seu olhar era tedioso e por um momento ele pensou em recuar.

Aparentemente nada mais no mundo mortal o encantava. Com um suspiro frustrado, ele continuou seu passeio por terras humanas. Estava muito longe de casa. Mas com suas asas recém adquiridas, ele sentiu necessidade de explorar cada vez mais longe de Tenebris.

Ele observou do alto algo que chamou sua atenção. Com seu olhar aguçado foi possível ter o vislumbre de uma mulher humana. Ela estava se banhando em um riacho.

Movido por sua curiosidade e puxado por algo invisível, ele desceu lentamente sobre as árvores. Com movimentos sutis, ele permitiu que sua forma fantasmagórica o dominasse.

Ele estava satisfeito com suas habilidades e como estava cada vez melhor em dominá-las. Com seu olhar cheio de curiosidade, ele se permitiu chegar mais perto da mulher humana.

Ele os observava há alguns anos, mas nunca ficou tão perto de uma mulher assim. Eram tempos violentos para os humanos, guerras e doenças assolavam a face da terra.

A mulher à sua frente parecia ignorar o perigo, no entanto. Ele chegou mais perto e pôde finalmente perceber que ela estava nua. A pele pálida dela refletia na água por conta do brilho do sol acima deles.

Ela cantarolou uma música, enquanto mergulhava as mãos em concha na água e usava para molhar o seu corpo. Ele ficou fascinado pela forma com que ela parecia estar tranquila e feliz.

De repente um barulho de galho sendo esmagado foi ouvido. Ele virou a cabeça para a origem do som, alguém estava vindo nessa direção. Ele voltou seu olhar para mulher que agora tinha um sorriso misterioso nos lábios.

— Pensei que não viesse mais.

Foi o que a mulher proferiu ainda se banhando de costas.

— Você não imagina como foi difícil despistar meu marido hoje, ele está cada vez mais desconfiado.

Ela resmungou enquanto batia na água.

— Acho que talvez essa seja nossa última vez.

A mulher sussurrou, mas ainda foi possível ouvi-la. Ele voltou seu olhar para o recém chegado e suas orbes ficaram vermelhas. Ele cheirava a sangue.

A mulher finalmente se virou e um grito assustador saiu dela. Seus olhos arregalados e o cheiro de medo impregnaram seu nariz. Mesmo em sua forma fantasmagórica, era impossível ignorar o doce cheiro de sangue humano. Ele se afastou dos humanos, mas o grito desesperado da mulher o fez voltar.

☬✞ PORCELANA  ✞☬Onde histórias criam vida. Descubra agora