† ℭ𝔞𝔭𝔦𝔱𝔲𝔩𝔬 𝔲𝔪 †

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Um uivo profano e assustador ecoou no meio da madrugada.
Com seu coração acelerado, a pequena criança despertou de seu sono.

As paredes de pedras eram frias e o pequeno quarto só não estava mergulhado em um um frio total, por conta da pequena lareira que ainda tremulava com um fogo vivido e quase mortal.

Suspirando ainda amedrontado, a criança retirou com cautela as diversas camadas de peles que cobriam seu pequeno corpo, mas ainda não teve coragem para sair debaixo delas.

O canto de um pássaro ecoou acima de sua janela. O som era agourento e arrepiava as espinhas.

— S-Sora? — A voz do pequenino falhou e um soluço ameaçou sair de sua garganta.

O silêncio que parecia ser seu companheiro sem fim era sua resposta.

— T-tem alguém aí? — Ele perguntou baixinho tentando não tremer de medo.

Com um suspiro trêmulo ele baixou um pouco mais as peles até que seus pequenos olhos pudessem observar através da penumbra.

Respirando fundo ele observou cada canto de seu quarto empobrecido. O velho baú estava aberto e era possível ver uma pequena túnica tão branca quanto a neve estendida nele.

O pequeno piscou algumas vezes até ter certeza do que estava vendo. Ele tinha recebido outro presente, então isso queria dizer que era seu aniversário.

Com um pouco mais de coragem, ele se moveu até chegar na beirada da cama. Ele olhou para baixo e hesitou por alguns segundos por conta da altura. Ele sabia que não podia se machucar ou Sora também ganharia um machucado novo, o homem mau não gostava quando ele se machucava.

“ Você é como uma porcelana”

Era isso que os soldados diziam para ele, enquanto gargalhavam. Ele não sabia o que era isso. Mas Sora disse a ele, que era porque ele era frágil e tinha um dever muito importante para cumprir.

Ele não entendia porque não podia sair da torre ou conversar com outras pessoas além de Sora, tão pouco entendia porque tinha que seguir tantas regras. Tudo parecia tão grande fora de sua janela. Ele olhava para além da grande floresta e podia jurar que conseguia ver os aldeões ao longe.

Pelo menos ele às vezes ainda conseguia ver algumas pessoas aqui e acolá quando vinham trazer mantimentos. Mas elas não olhavam para ele, não importava o quanto ele tentasse.

Ele sempre estava sozinho.

— Sora? — Ele tentou mais uma vez.

Diante do silêncio, ele finalmente se deu por vencido. Com um biquinho chateado, ele olhou para a túnica novinha que parecia ser muito macia. Ele balançou suas pernas curtas, virando seu corpo e deslizando suavemente pelas peles até seus pés tocarem o chão.

☬✞ PORCELANA  ✞☬Onde histórias criam vida. Descubra agora