.❥. 𝓞𝖉𝖊𝖎𝖔 𝓥𝖔𝖈ê, 𝓐𝖒𝖔 𝓿𝖔𝖈ê | 𝔍𝔢𝔫𝔩𝔦𝔰𝔞

✦ Capítulo 21 - 𝓔𝓵𝓪 𝓼𝓮𝓻𝓲𝓪 𝓶𝓲𝓷𝓱𝓪

Jennie Kim

Eu pulei suavemente para fora da borda da piscina, meu corpo deslizando pelas profundezas da água mal iluminada. Nadei mais forte, empurrando meu corpo o máximo que pude, esperando que a dor em meus músculos sobrecarregados fosse suficiente para me distrair da dor constante que eu sentia no peito.

Eu precisava sentir isso. Eu precisava de esforço físico para me levar a um sono sem sonhos esta noite. Eu precisava saber que voltaria para o meu quarto exausta demais para me concentrar no fato de que eu estava sozinha, que eu havia aberto meu coração e finalmente reconhecido meus sentimentos por ela, apenas para vê-la rejeitando.

Repetindo o processo do outro lado, mergulhei mais fundo, na esperança de afogar toda a dor que senti por sua rejeição. Tudo tinha sido tão perfeito e eu ainda estava lutando para aceitar que ela basicamente havia se afastado. Eu não sabia o que tinha acontecido. Num minuto estávamos felizes, tão felizes quanto poderíamos estar dada a situação, e no seguinte... ela se foi.

Quando saímos da reunião, os olhos que olharam para mim não eram os olhos suaves e gentis que conheci esta semana.

Ela estava fria e distante enquanto me contava os planos que ocupariam sua noite.

Eu fiz o meu melhor para manter minha surpresa e mágoa escondidas, mas por dentro eu estava lutando. O que mudou? O que eu fiz? Essa garota magoada e insegura não era a mulher que eu me orgulhava de ser. Eu soube então, enquanto ela se afastava de mim, que isso estava acabado.

Saindo da superfície, fiquei de costas e deixei a água morna suportar meu peso. Flutuei ao longo da superfície e tentei deixar minha mente clarear por um momento enquanto eu observava as estrelas no profundo céu de ébano acima de mim. Estava tão perfeito aqui, e me peguei desejando mais uma vez poder compartilhar isso com ela.

Pela primeira vez desde esta manhã, pensei no que tinha acontecido e em como foi acordar em seus braços.

Segundos depois de acordar, senti sinais de pânico indesejado começarem a tomar conta de mim novamente e saí da cama, precisando de algum espaço antes de encará-la. Quando vesti meu roupão e fui até a varanda, me repreendi mais uma vez por não ter coragem suficiente para falar com ela.

Eu estava com medo de não gostar do que ela tinha a dizer? Talvez tenha sido isso. Talvez eu estivesse com medo de realmente olhar para os meus sentimentos. Eu sabia que assim que abrisse aquela porta e finalmente os reconhecesse, não haveria como voltar atrás.

Fiquei surpresa ao sentir seus braços em volta de mim, mas não surpresa com o quão certo isso parecia. Tudo com ela parecia certo e isso só tornava a realidade da nossa situação muito mais difícil de aceitar. Eu sabia que ela estava completamente indisponível para mim e, na época, isso não era um problema. Eu nunca quis mais dela. Agora eu queria.