Married • Sillie

incidente

MILLIE

[...]

Meu celular começa a vibrar. Imaginando que seja Nathaniel, eu ignoro. Porém o aparelho não parava de vibrar, pego para ver quem ou o que era.

Um número desconhecido me ligava, eu atendo.

"Alô?"

Era a voz de Sadie.

- Alô, Sadie?

"Oi Millie. Te vi voltando para casa abalada e chorando--"

- O que? Como viu isso, Sadie?

"Eu tava limpando a janela. Você tá bem? Quer alguma companhia?"

- Pode vir aqui, por favor?

"Claro Millie. Espere um minuto."

- Estou esperando.

Sadie encerra a chamada. Depois de alguns minutos, alguém batia na porta, deve ser ela. Me levanto e abro a porta.

- Millie, o que aconteceu?

Sadie entra e me dá um abraço apertado. Eu fico confusa, porém retribuo o abraço.

- Sente que eu te conto.

Sadie se senta no sofá e eu fecho a porta, sento do lado dela.

- Fui me encontrar com Nathaniel como havia dito e ele veio com o mesmo papo de sempre, falando que me amava e que não cometeria mais erros. Basicamente ele me traiu com várias.

- Está surpresa?

- O que?

- Desculpe Millie, mas você não pode esperar muito de um homem que agride sua mulher grávida. - olhei para ela.

- Como sabe disso?

- Ele fala muito alto quando está bêbado. Sempre costumava ouvir os gritos e as discussões.

Meu Deus, que vergonha.

- Tem razão. Deveria ter me livrado de Nathaniel a muito tempo atrás.

- Quantos anos de casamento, Millie?

- Oito.

- O que? Só isso? Tantos poucos anos de casados e ele já te traiu com várias?

- Não precisa esfregar na minha cara, Sadie...

- Desculpa. Você não está planejando voltar com ele, está?

Respiro fundo.

- Eu... não sei, Sadie.

- Tá bom Millie, é... por que você acha que ele ainda te merece, exatamente?

- Eu não disse isso.

- Mas você não respondeu minha pergunta de primeira, isso quer dizer que estaria considerando voltar com ele.

- Sadie, eu acho melhor você ir. Sua mãe deve estar preocupada.

- Mas...

- Por favor.

Sadie olha para baixo.

- Tudo bem, eu vou.

Sadie se levantou e caminhou até a porta, porém antes de ir, ela me olhou. E foi embora fechando a porta.

Meu celular recebe uma chamada, e vejo de quem é. Nathaniel. Mesmo ele não merecendo, atendo a ligação.

- Oi Nathaniel.

"Millie, que bom que atendeu! Pensou sobre nós, amor?"

- O que você quer?

"Millie, por favor... me encontre no motel amor, vamos conversar."

- Não. Para que eu iria te encontrar no motel? Para você me manipular com palavras carinhosas, daí nós iríamos para a cama, eu ficaria grávida de você de novo, e no primeiro erro que você cometer, você usa nossos filhos como argumento?

"Não Millie. Por Deus, só quero conversar."

- Não envolva Deus em suas mentiras. Não quero te ver nem tão cedo, nem tão tarde.

Desligo a ligação, sentindo lágrimas caindo de meus olhos, vejo a aliança em meu dedo e a retiro, deixando em cima da cômoda.

O que irei fazer agora?

SADIE

Fiquei certamente irritada com Millie. Porra, o cara já traiu ela com várias, e a tonta ainda acredita nele?

O tanto que Millie tem dependência nesse cara é impressionante.

Bem, parece que aquela ideia que tive de me tornar uma "destruidora de lares" não irá funcionar. Pego meu celular e vejo que haviam algumas mensagens não correspondidas.

maya: Oi Sadie

eu: Oi Ma

maya: Tá livre?

eu: sim, pq? quer sair cmg?

maya: ah, não tenho nada para fazer. bora!

eu: blz gata, na sua casa mesmo né?

maya: sim hihi

Entro em meu quarto para tirar a roupa imunda que estava usando, e vestir algo que preste.

Maya Hawke era uma garota que antes era minha melhor amiga, porém inventamos de tentar construir algo a mais que amizade e não deu certo. Mas enfim, de vez em quando ainda ficamos. Por minha parte, é apenas amizade, porém pela parte dela...

Em vinte minutos de caminhada chego a casa da Hawke e toco a campainha. A garota alta atende, e me dá espaço para entrar.

- Seus pais não estão, certo?

- Sim.

- Isso quer dizer que podemos fumar e beber?

- Ainda pergunta?

Hawke caminha até o armário da cozinha, abre e de lá retira uma garrafa de bebida alcoólica.

- Você sempre sabe como me animar. - sorrio.

[...]

Estávamos no quarto dela, bebendo e jogando conversa fora.

- Ainda tá naquele trabalho? - ela traga um cigarro.

- Sim.

- E você tá com alguém?

- Estou. - Menti.

- Quem? - Sinto o olhar de Maya em mim.

- Você não a conhece. Maya, acho que já vou. - digo me levantando e saindo do quarto dela.

- O que Sadie? Mas já?

- Sim, minha mãe pediu para eu cuidar da casa. Eu nem deveria estar aqui. - Pego meu casaco e me visto. - Tchau.

Fecho a porta e vou embora da casa dela, caminhando até a minha.

Caminhando uns passos até a garagem, eu olho para o lado de vejo Millie beijando um homem...

Sou arremessada para longe quando sinto um carro se colidir contra meu corpo. Sinto minha visão escurecer e a tudo que eu conseguia escutar eram zumbidos. Desmaio no meio da rua.

eu quando não tenho ideia de capítulo: atropelamento