nove

322 61 153
                                    

- Alonso, por que você está descalço? Eu já disse para calçar os chinelos depois de sair do banho

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Alonso, por que você está descalço? Eu já disse para calçar os chinelos depois de sair do banho. Você quer pegar um resfriado?!

- Não dá pra pegar resfriado por causa disso! Resfriados são causados por vírus. Você não foi para a escola, não?

Mari jogou uma almofada no irmão.

- Seu abusado.

Ela ainda estava insistindo para que Alonso calçasse a droga dos chinelos quando a campainha tocou. Mari e o irmão se entreolharam.

- Você tá esperando alguém? - ela perguntou para ele. Alonso era cheio de amigos da escola e vivia convidando eles para o castelo sem avisar.

- Eu não. E você?

Mari fez que não com a cabeça e se levantou do sofá para atender. Ela estava enrolando na Netflix, com preguiça de preparar o jantar. Vitória já tinha saído para o trabalho em Montefiori, deixando Alonso deprimente e Mari sem ninguém para fofocar por algumas horas.

Uma tristeza.

Ela cruzou os braços na frente do corpo, tentando se aquecer enquanto se afastava da lareira. Aquele castelo era grande demais, cheio de correntes de ar e pontos que nunca estavam iluminados o suficiente. Ela tinha que atravessar uma infinidade de cômodos e passar por uma dezena de portas até chegar ao hall de entrada. Pelo menos seu avô tinha se preocupado em instalar um sistema de campainha moderno. Se dependesse apenas do visitante bater na porta, esperaria para ser atendido pelo resto da vida.

Ela destrancou as enormes e pesadas portas do castelo e espiou por uma frestinha para ver quem era.

- Nico!

Mari deu passagem para ele entrar, se encolhendo diante do ar frio do lado de fora. Nico estava parado bem ali, vestindo um casaco marrom acolchoado e luvas pretas, o cabelo encaracolado uma bagunça por conta do vento forte. Bidu estava preso à guia e latiu quando Mari o cumprimentou com um afago.

- Oi, Mari - ele disse com um sorriso um tanto sem graça. - Espero não estar atrapalhando.

- De jeito nenhum! Anda, entra. Tá muito frio aqui fora.

Nico explorou o hall com sua bengala antes de dar os primeiros passos. Ele entrou no castelo e ela fechou as portas depressa atrás dele.

- Eu vim devolver seu suéter - ele disse, estendo a peça de roupa. - Você esqueceu lá em casa naquele dia em que a gente foi para o lago.

- Meu Deus, é verdade! Acredita que eu nem lembrava disso? - Mari falou em um tom de voz surpreso. Às vezes ela mesma se surpreendia com o quanto conseguia ser falsa.

Mas quem iria julgá-la? O plano tinha dado certo. Nico estava ali ao invés de sozinho naquela mansão escura.

- Nico! - a voz estridente de Alonso surgiu no corredor.

Um castelo de presenteOnde histórias criam vida. Descubra agora