dezesseis

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O pequeno hospital de Montefiori estava praticamente vazio naquela noite, o que fez com que a chegada abrupta de Mari não passasse nem um pouco despercebida

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O pequeno hospital de Montefiori estava praticamente vazio naquela noite, o que fez com que a chegada abrupta de Mari não passasse nem um pouco despercebida.

Ela entrou correndo com Vitória em seu alcance, as duas com as bochechas vermelhas e os lábios rachados pelo frio do lado de fora. As poucas pessoas na sala de espera ergueram os olhos assustadas, mas Mari mal as notou. Ela correu para o balcão onde uma recepcionista já tinha se levantado diante da chegada delas.

- Meu irmão, Alonso - Mari disse sem fôlego. - Ele...

A mulher deve ter notado o desespero dela, porque não enrolou.

- Você é a responsável legal pela criança que deu entrada há meia hora?

- Sim, sou eu.

- Eu vou chamar uma enfermeira para te levar até o médico.

A mulher começou a dar a volta no balcão.

- Mas ele está bem? - Mari perguntou, quase a agarrando pelo pulso. - O meu irmão, ele está bem?

- Eu não sei informar. O médico vai te dizer tudo. Um momento.

Ela se afastou a passos largos, as deixando no saguão. Mari tinha estado tão aterrorizada que nem uma lágrima caiu em toda a corrida do castelo até a cidade. Agora, ela sentia o choro vir, subindo pela garganta.

- Vai ficar tudo bem - Vitória sussurrou, a abraçando apertado.

Mari tentava acreditar naquilo. Com todas as forças que ela ainda tinha.

- Você deve ser Mariella, certo? O senhor que acompanhou seu irmão nos deu seu nome.

Ela se virou e assentiu com a cabeça para a moça jovem ao lado da recepcionista. Deveria ser a enfermeira.

- Você pode me acompanhar? Vou chamar o médico para você.

Vitória pegou a bolsa do ombro de Mari, onde já estavam todos os seus documentos e os de Alonso, sempre organizados para casos de emergência.

- Eu dou entrada nos documentos e cuido das coisas aqui, ok?

- Certo. Obrigada.

Vitória apertou a mão de Mari uma última vez antes de acompanhar a recepcionista para perto do balcão.

Mari seguiu a enfermeira pelos corredores do hospital. Parecia ser um prédio pequeno e modesto por fora, mas seu interior era um verdadeiro labirinto. Ela a conduziu para um corredor em que ficavam os quartos dos pacientes. Havia algumas cadeiras de espera ao lado das portas, e foi em uma dessas que ela viu Nico, os cotovelos apoiados nos joelhos e o rosto escondido nas mãos.

- Nico?

Ele ergueu a cabeça diante do som da voz dela, mas não se mexeu. Mari notou o rosto úmido dele e as linhas de preocupação na testa.

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