- Eu não acredito que o Bidu não tá aqui! - Alonso exclamou assim que Nico abriu a porta e o menino percebeu que o cachorro não estava por perto.
Nico sorriu e contou que o labrador tinha sido levado ao pet-shop para tomar banho.
- Desculpa, cara. Hoje é só você e eu.
Ele ouviu Alonso soltar um suspiro resignado.
- Ah, tudo bem. Você também é legal, Nico.
- Só não tanto quanto o meu cachorro, pelo jeito.
Alonso foi entrando em casa.
- Ninguém é melhor que o Bidu.
- Pelo menos eu não solto pelo e babo tanto.
- Você baba bastante quanto certas pessoas estão por perto...
Nico franziu as sobrancelhas e já ia perguntar o que ele queria dizer com aquilo quando Alonso disse que estava quase congelando pela caminhada do castelo até ali. Tinha começado a nevar no início da semana e a temperatura estava cada vez mais baixa.
Nico chamou o menino para a cozinha e ofereceu uma bela xícara de chocolate quente, testando a temperatura com a palma da mão bem perto da borda para sentir o vapor. Quando teve certeza que o líquido não estava escaldante demais para queimar a língua de Alonso, estendeu a xícara para ele.
- A minha irmã que te pediu para ficar comigo, né? - Alonso perguntou quando Nico se sentou na cadeira de frente para ele. - Ela tá terminando o livro novo. E eu sei que sou barulhento.
- Na verdade, eu que pedi que você viesse. Estava me sentindo sozinho e você é uma boa companhia.
Nico preferiu não contar que decidiu intervir quando Mari o ligou dizendo que não conseguia terminar o último capítulo do livro, porque Alonso estava brincando de banda e acertando todas as suas panelas com uma colher de pau.
Além disso, ele gostava mesmo de ficar com Alonso. E ajudar Mari com qualquer coisa sempre era um prazer.
- Você é bem solitário, né? - Alonso disse, fazendo Nico quase cuspir o próprio chocolate quente com uma risada. - Cadê o Riccardo? E a Iolanda?
- O Riccardo precisou voltar para Milão, mas ele vem para o Natal. A Iolanda foi levar o Bidu no pet-shop e deve ficar na cidade até ele estar pronto. - Ele sorriu para o menino. - E eu não sou solitário.
- É sim. Só não tanto agora, que namora a minha irmã.
Dessa vez Nico cuspiu mesmo o chocolate quente.
- Meu Deus! Desculpa.
Ele pegou um guardanapo no armário da cozinha para limpar a mesa. Seu coração batia tão rápido e forte que ele podia jurar que Alonso estava ouvindo.
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Um castelo de presente
RomanceMariella não esperava herdar um castelo medieval italiano da noite para o dia. Ela estava ocupada demais tentando criar o irmão mais novo depois da morte da mãe e escrever seu novo livro no tempo certo para ficar sonhando acordada com heranças, cast...