quatorze

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O carro tinha ficado lotado

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O carro tinha ficado lotado. Mesmo numa Ferrari espaçosa e chique daquele jeito.

- Todo mundo confortável aí atrás? - Riccardo perguntou, olhando para Alonso, Vitória e Mariella pelo espelho retrovisor. Vitória estava tentando finalizar os cachos com um pote de creme entre as pernas, Alonso estava de cabeça pra baixo porque seu celular tinha caído no chão do veículo e Mari aproveitou que o pé do irmão estava no seu rosto para amarrar os cadarços dele.

- Tudo tranquilo - ela disse.

- Por que eu tenho a impressão que isso é mentira? - Nico se perguntou em voz alta do seu lugar no banco da frente.

Riccardo riu baixinho e deu partida no motor.

- Ah, primo, você não faz nem ideia.

Eles tinham saído às pressas, pra dizer o mínimo. O celular de Mari não despertou e Alonso praticamente precisou ser jogado pra fora da cama. Eles engoliram o café da manhã e apareceram na frente do castelo bem na hora que Riccardo estacionou.

Foi difícil conter o impulso de não ir até a janela do passageiro e beijar Nico casualmente quando o viu. Mari precisava se lembrar o tempo todo de que Alonso ainda não sabia sobre os dois, e que seria difícil explicar qualquer coisa para o irmão quando nem eles tinham estabelecido o que estava rolando.

A viagem para Sirmione foi rápida e tranquila. Riccardo deixou o carro em um estacionamento pago logo na entrada do centro histórico da cidade e todos desceram animados para explorar e esticar as pernas.

Mari foi até Nico e o ofereceu o braço. Ele tinha deixado Bidu em casa naquele dia, alegando que o carro estava cheio demais e que conseguiria se virar bem com a bengala e a ajuda dos amigos. Era estranho não ter o enorme labrador chocolate com eles.

- Mas é bom ter uma desculpa para ficar perto de você - ela disse em seguida, só para que Nico escutasse.

Ele sorriu e chegou mais perto para sussurrar no ouvido dela, os lábios roçando sua bochecha:

- Mari, você não precisa de nenhuma desculpa para me tocar.

E o arrepio que percorreu seu corpo não tinha nada a ver com a brisa fria que vinha do lago.

- Eu pesquisei no Google e fiquei sabendo que esse é o maior lago da Itália - Alonso disse, dando pulinhos para conseguir ver a superfície da água à distância. - É verdade?

- É sim - Nico contou. - Ele se estende por três províncias. A de Bréscia, de Verona e Trento.

- Caramba... Não tem lagos grandes assim no Brasil.

- A gente pode ir à praia mais tarde - Mari falou.

- Praia?

- É. O lago tem praia.

- E eu posso entrar na água?

Nico sorriu.

- Você vai congelar se entrar na água nesse frio. Tá fazendo nove graus. -Alonso estava perto dele e Nico colocou a mão na sua cabeça, bagunçando o cabelo acobreado. - No verão a gente te traz de novo e você pode nadar.

Um castelo de presenteOnde histórias criam vida. Descubra agora