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Pov Rebecca Armstrong

Acordei com o pé esquerdo, como se o universo estivesse contra minha paz. O café da manhã foi um duelo com a torradeira que foi querer estragar justo hoje que estou sem paciência. Decidi que precisava botar esse estresse para fora, então calcei os tênis e saí para correr, como se os passos firmes pudessem acabar com o mau humor.

De volta a meu apartamento, Tomei um banho longo, a água fria deslizava pela minha pele, como se lavasse a irritação. Me vesti com qualquer roupa que encontrei no guarda-roupa e fiz um coque no cabelo.
Ao adentrar o carro, meus pensamentos vagueavam pelas ruas caóticas de Bangkok. Os semáforos tornavam-se reflexões momentâneas, e as buzinas, trilhas sonoras descoordenadas. O destino era o trabalho, mas minha mente dançava já imaginando o caos que vai estar lá...


Como imaginei o dia foi daqueles que fazem o estômago revirar. Estava Investigando o motivo de um caso em que uma gangue da máfia espancou uma mulher por recusar um beijo de um deles, senti minhas veias pulsarem no pescoço de tanta raiva que estava fervendo, as lembranças começando a vim em meus pensamentos e sentindo meus olhos lacrimejando. Precisava extravasar, dirigi-me à academia, após encerrar o dia no trabalho
A academia para mim era um lugar sagrado de ferro onde meus punhos e mãos podiam falar mais alto que as palavras. Luvas apertadas, o eco metálico dos pesos era meu som de preferido.
Cada soco no saco de pancadas era um grito silencioso contra a injustiça e as lembranças. O suor escorria, os músculos gritavam, mas a raiva só aumentava. Lá, naquele ambiente impessoal, eu descarreguei minha fúria, uma série de golpes afiados contra o ar, como se pudesse apagar as cicatrizes deixadas pela violência que essa mulher passou.

Quando finalmente parei, estava exausta, mas também revigorada. A academia, realmente era meu lugar favorito, a noite podia ser escura lá fora, mas dentro daquele espaço, eu me tornava a tempestade que se recusava a ser silenciada.

Depois de passar o dia inteiro ignorando meu celular, decido finalmente checar, não sou muito de grude com o celular
Pego e, surpresa, vejo uma mensagem do meu namorado desde cedo.

Nop: "Oi meu amor! 💖 Espero que seu dia esteja sendo tão lindo como você é. Queria te convidar para um jantar especial com minha família e uns amigos hoje à noite. Minha irmã mais nova e alguns amigos estão loucos para te conhecer! Vou passar aí para te pegar às 20:00. Mal posso esperar para ter você ao meu lado. 😘"

Sorri, sentindo uma pitada de carinho que eu não esperava, e me animo no mesmo instante
Ele finalmente quer me levar para jantar com a família e amigos dele. Fico divagando no pensamento quando de repente dou um pulo assustada! O detalhe? Ele quer me buscar às 20:00, olho pro relógio da academia e vejo que já são 18:30 Solto um palavrão mental, não estava preparada para esse jantar inesperado.

Saio da academia correndo, suada, malhada e desesperada para chegar em casa. Não sei nem o que vestir, quanto mais qual desculpa esfarrapada dar para o pequeno atraso que tenho certeza que vou ter, quando ele chegar aqui.

Foi uma correria louca para me arrumar em cima da hora! Meu cabelo não estava ficando bom a chapinha, a maquiagem parecia que ia virar uma obra abstrata, e o guarda-roupa estava fazendo uma rebelião pessoal. Enquanto isso, Nop decidiu bombardear meu celular com ligações. Já estava perdendo a paciência, mas entendo que ele pode estar ansioso !!!

Mas, contra todas as probabilidades, consegui ficar pronta. Coloquei um vestido preto que comprei e nunca havia usado antes, e ele me fez sentir uma deusa. Não sei como, mas a pressa me transformou numa diva em tempo recorde.
Me olhei no espelho e, caramba, eu realmente tava muito sexy, curvas no lugar certo, cabelo liso e maquiagem que era quase uma obra-prima. Até perdoei Nop por todas as ligações. Afinal, ele só queria ter a honra de levar essa maravilha de mulher para jantar. E lá fui eu, pronta para arrasar na noite

Desci do apartamento me sentindo a própria gostosa, sabe? Era daqueles dias que a autoestima decide dar as caras. Lá embaixo, avistei Nop, encostado no carro todo bonitão, me esperando. Abri um sorriso de orelha a orelha, e ele me olhou de cima a baixo, franzindo a testa, parecia estar um pouco impaciente

Cheguei perto, toda feliz, ele me deu um selinho e soltou

-Você tá linda, mas o vestido é um pouco sexy demais pra jantar com a família, não acha?".

Meu sorriso murchou na hora. Sexy demais? Era exatamente o que eu queria ficar para ele, mas ele tinha esse comportamentos estranho em questão de vestimentas. Suspirei, ajeitei o vestido e disse,

-Ah, meu amor, eles vão ter que se acostumar com o pacote completo. Vamos nessa, então?" Tentei amenizar o clima, estava me sentindo linda demais para simplesmente ter que ir trocar a roupa por causa dele! Ele suspirou pesado e entrou no carro, entrei no lado do carona e fomos em direção a casa dele.

Nossa vida particular sempre foi meio que um território sagrado, sabe? A gente raramente se mete no mundinho um do outro. Mas, hoje, foi surpresa, fiquei até meio chocada. Não tinha ideia de onde ele morava, nunca fui lá, e até então, era quase um mistério do universo.
Mas esse convite era quase como um passe VIP para a área exclusiva da vida dele. Sei lá, talvez a gente fosse quebrar a tradição e invadir o território um do outro de uma vez por todas. Estou indo sem saber o que esperar, mas animada em pensar o que está por vir.
O único amigo do Nop que eu conheço é o Tee, também só porque ele namora a Irin, meu deus não havia pensado nisso, será que a Irin também vai estar lá, seria ótimo porque estou começando a ficar nervosa de não conhecer ninguém lá.

A Mafiosa & A Assassina Onde histórias criam vida. Descubra agora