😖 | QUE CLICHÊ! ── 𝗵𝘆𝘂𝗻𝑖𝑛

😖 | 𝐀𝐋𝐆𝐎 𝐍𝐎𝐕𝐎.

Terça-feira, por volta das 07h30AM, no colégio de Seul.

— Aah professora! — Hyunjin resmungava pelos corredores enquanto era puxado pela citada professora para a diretoria.

— Hyunjin, nem venha com seus papinhos, pichar o portão foi a gota d'água para mim! — Ela dizia furiosa, ignorando o fato de estarem causando um motivo de risada pelos corredores.

— Mas tia, não fui eu! — Ele parou de fazer drama, ficou em pé e encarou a mulher como se quisesse passar clareza.

A mulher suspirou, encarando o mais novo. — Hyunjin, tinha até seu nome assinado. Ou você aceita limpar ou iremos de transferir. Não precisamos mais das besteiras que você faz neste colégio.

— Não fui eu, não vou limpar. — O mesmo simplesmente saiu andando em direção á diretoria.

Após um tempo, o pai de Hyunjin chega, um homem alto e *tatuado, deixando clara sua reputação. Ambos saem da sala e Hyunjin leva um tapinha na cabeça do homem mais velho e em seguida ambos caem numa risadinha. Nem tudo na vida de Hyunjin era bagunçado, ao menos sua relação com seu pai era agradável e não deixava a desejar nada.

(*; Tatuagens no Japão, Coreia do Sul e mais outros países asiáticos ainda é considerada — por muitas pessoas — relação com máfia, crime e coisas do tipo. Consequentemente é utilizada por mafiosos e criminosos, por exemplo os yakuza que esbanjam elas justamente para exibirem sua conduta criminosa.)

Chegando em casa, Hyunjin se jogou no sofá enquanto seu pai saía para trabalhar.

— Porra.. CARALHO! EU NÃO VOU PODER MAIS VER O JEONGIN! — Ele se levantou do sofá num pulo com as duas mãos na cabeça. — E A GANGUE? O QUE SERÁ DELA SEM MIM?!

Enquanto a ficha de Hyunjin cai, vamos retornar ao colégio e ver como está a situação da gangue e das pessoas sem Hyunjin.

A gangue não mudou, a escola muito menos. Ou era o que Jeongin, destaque de classe, pensou quando recebeu a notícia da transferência.

Jeongin nunca foi um aluno bagunceiro, nem nunca causou algum problema para a escola, pelo contrário, passava os intervalos dentro de sala revisando algumas matérias.
Jeongin era indiferente com Hyunjin desde o pré-escolar, não conseguia se aproximar pela tímidez e outros fatores pessoais.

Por outro lado, Jeongin é o garoto que Hyunjin gosta desde pequeno, porém nunca faz nada para tentar se aproximar mais do que colegas de classe.
Jeongin lida com elogios pequenos durante o dia a dia, cartinhas anônimas que ele sempre sabe quem é pela letra mal feita, e sabe? Ele até gosta desse tratamento delicado, é adorável ao seu ver.

“A escola não mudou, as pessoas muito menos.. porém eu mudei.”

O garoto pede para sair de sala, puxa o telefone flipper e liga para Hyunjin.

Não demorou muito e Hyunjin atendeu.

— Alô, Hyunjin Hyung? — Disse Jeongin.

— Oi Jeongin! Cê q-quer algo? — Foi possível ouvir um barulho de algo caindo, era Hyunjin derrubando sua caneca. — Ai merda..

— Não! Eu só queria- Que que houve? Derrubou alguma coisa?

— Não, não. Pode falar.

— Podemos marcar de sair amanhã? Eu.. fiquei sabendo que você foi transferido. Não somos muito próximos mas.. — De repente, vozes e risadas começam á soar no fundo da chamada. O telefone de Jeongin cai ao mesmo tempo que seu cabelo é puxado para trás e uma caixinha de leite é derramada sobre sua cabeça por um dos membros da gangue de Hyunjin.

— Oh.. Jeongin, tá tudo bem? — Hyunjin escuta toda a situação com atenção, apertando os punhos pela preocupação.

— Aí, é desse garoto aqui que o líder gostava? Que patético hein? — Disse o rapaz rindo com a gangue envolta, sacudindo a caixa para que não sobrasse mais nenhuma gota de leite dentro da caixinha.

Jeongin, assustado, pega o telefone no chão e empurra o rapaz quando seu cabelo foi solto, correndo para o banheiro e se trancando numa cabine. Tudo que ele pôde lembrar de fazer foi fugir, como sempre fez. — Hyunjin Hyung.. podemos falar depois..? Aconteceu uns problemas aqui e.. — O mesmo estaria chorando, fungando a cada frase. — D-desculpa, falamos depois.

Chamada Encerrada.

Hyunjin permanece parado encarando o telefone, pensando em tudo que poderia ter acontecido. Em um movimento brusco ele se levanta, pega sua bicicleta e pedala por um longo caminho até a escola.
Chegando lá, ele entra por uma grade furada — que já utilizava quando se atrasava e precisava entrar — e olha aos arredores, já era o horário do intervalo. Hyunjin avista os dois rapazes cuja voz foi ouvida na chamada e partiu para cima de um.

Socos foram distribuídos no rosto do garoto, e uma multidão se formou ao redor dos dois, inclusive Jeongin estava lá agora.
Jeongin, vendo toda a cena, gritou o nome de Hyunjin e pediu para que ele parasse.

A camisa manchada e os cabelos molhados recém-lavados de Jeongin fizeram com que Hyunjin soltasse a gola do outro e se levantasse num movimento brusco, proferindo xingamentos ao agredido no chão e indo em direção de Jeongin, que o mesmo em questão se encolheu um pouco quando o maior chegou perto.

Hyunjin abraçou Jeongin por um tempo. Durante o abraço, Hyun disse o seguinte: “— Sim, podemos sair amanhã. Estarei te esperando na praça as 17h.” Em seguida Hyun vê a diretora descendo as escadas, fazendo com que o mesmo soltasse o menor e corresse, passando por debaixo da mesma grade pela qual entrou na escola e fugindo da situação.

Jeongin ficou sem palavras durante e depois do abraço, assistindo o mesmo que puxou seu cabelo sendo socorrido por alguns participantes da gangue, que mal tiveram tempo de reagir visto que o agressor era seu próprio líder.

Uma risada no cantinho dos lábios do garoto de cabelos úmidos foi vista, e ao mesmo tempo dava meia volta e retornava para a sala. Estava tremendo? Sim. Porém satisfeito.

Hyunjin estava pedalando com um dos punhos sujos de sangue, porém também estava rindo um pouquinho da situação. Pensava se Jeongin iria sair com ele mesmo após essa situação embaraçosa.

Mal ele sabia que tudo aquilo faria uma diferença enorme na relação dos dois. Uma ótima diferença.