Capítulo 20: Sombras de um Certo Tempo (II)

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"Matar você... O quê?"

Os olhos de Deheen estavam manchados de choque.

Ao mesmo tempo, ele se lembrou da primeira vez que se conheceram. Durante esse evento, ela havia falado a mesma coisa, pedindo-lhe que se matasse.

"Talvez agora seja a hora. Por favor me mate."

Enquanto Esther implorava, um trovão caiu e ela cobriu os ouvidos enquanto enterrava o rosto nos joelhos.

'O que diabos essa criança passou?'

Deheen foi dominada pela raiva. Estas não eram palavras que deveriam vir de uma criança de doze anos.

Ele preferiria que ela lhe dissesse para ficar ao seu lado, em vez dessas declarações cruéis.

Ele disse que lhe daria tudo o que ela quisesse, mas a primeira coisa que esta criança pediu foi a sua morte.

"Por que diabos..."

Deheen não conseguiu acompanhar as palavras terríveis. O que deixou esta criança tão desesperada?

"Eu tenho uma faca. Eu darei a você se você precisar.

Como que para provar que não estava apenas blefando, ela pressionou violentamente a mão.

Deheen olhou para a mão de Esther, que estava pálida. Inúmeras emoções surgiram dentro dele.

Se ao menos eles tivessem se conhecido antes. Se ao menos eles pudessem ter sido uma família antes. Ele se sentiu muito dolorido e seu coração doeu muito.

"Não. Isso não vai acontecer."

"Não vai?"

"Não. Ninguém, não só eu, pode te machucar."

Deheen soltou a voz mais doce que conseguiu produzir e sussurrou suavemente.

Esther estremeceu e fechou os olhos ao ver a mão levantada de Deheen, que pretendia confortá-la e acalmá-la.

Deheen sentiu a onda de assassinato passar por ele e cerrou os punhos.

"Quem bateu em você?"

"Não."

Esther murmurou e balançou a cabeça. Deheen ficou ainda mais emocionada.

"Esther, olhe para mim."

Deheen dobrou os joelhos e ajustou o nível dos olhos para combinar com os de Esther. Então ele lentamente reconheceu.

Ele nunca acalmou uma criança chorando. Quando os gêmeos choravam, apenas a babá os abraçava.

Mesmo assim, ele fez contato visual desajeitado para acalmar a assustada Esther.

"Quem sou eu?"

"O Grão-Duque."

"Sim. Esta é a minha residência, sua casa. É um lugar muito seguro."

Esther assentiu lentamente com as palavras de Deheen.

"Ninguém pode te machucar. Eu vou proteger você."

Ao ouvir seu tom sincero, Ether lentamente começou a voltar aos seus sentidos.

"Você tem medo de trovão?"

"...Sim."

Desta vez, ela respondeu de forma simples e honesta.

"Eu vejo."

Não foi fácil bloquear o trovão neste instante. O som continuaria a vazar para dentro, não importando quantas vezes os flashes de luz fossem bloqueados por cortinas.

A Saint Who Was Adopted by the Grand DukeOnde histórias criam vida. Descubra agora