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Acordei no hospital com um acesso em meu braço, no meu quarto tinha muitas flores, quando olhei para o lado vi Dom com as mãos na cabeça, meu pai estava com ele, Cris também. Com o meu sinal eles se levantaram e Dom foi o primeiro a chegar na maca.

- Oi amor, como você se sente?

Eu comecei a chorar, só conseguia agradecer a Deus pela minha vida.

- Oi amor, eu estou bem, graças a vocês, obrigado.

Todos nos emocionamos, vi a porta se abrir e nós olhamos em sua direção, era Nath, que chorou ao me ver acordada.

- Aonde ela está?

- Sua mãe foi presa filha.

Meu pai respondeu e eu respirei aliviada.

- Meu Deus, foram dias terríveis, ela me envenenou, certamente queria me matar.

- Mas agora você está aqui filha, nós sempre iremos te proteger.

Cris disse e pegou em minha mão.

- Eu quero ir para casa.

- Olha, se tudo ocorrer bem, talvez você vá para casa em breve, mas ela aplicou muitos remédios em você, talvez precise ficar aqui um tempo.

Dom disse.

Nós conversamos sobre o que eu tinha vivido e lhes contei meus dias de terror.

- Ela não está bem, apesar de tudo, infelizmente foi a pessoa que me criou, como posso não me preocupar com isso?

- É normal filha, acredite, como Juiz eu vivenciei muitos casos.

- Ah gente, obrigado, sei que vocês todos se uniram, sabia que correriam por mim, mesmo você Cris, que sempre foi como um pai, sabe disso e quero que saiba que nunca deixará de ser, também espero que você me considere ainda como uma filha.

Meu pai olhou um pouco enciumado.

- É claro Alice, ninguém ocupa o seu lugar, você é incrível, sempre terá alguém que possa contar, é uma pena não termos nos tornado mais íntimos por conta da sua mãe, mas você será da família muito em breve eu espero.

Dom olhou para seu tio e deu um riso meio frouxo.

- Bem meninos, eu gostaria muito de poder dar um banho na Alice, vocês já viram ela, já conversaram um pouco e preciso tirar ela dessa cama.

Todos eles concordaram.

- Eu vou tomar um café.

Cris disse.

- Ótimo, acho que vou te acompanhar tio. Denis?

- Claro, estou logo atrás.

Os três saíram pela porta e eu consegui chorar nos braços da Nath, com ela eu conseguia me abrir melhor.

- Chora filha, chora tudo o que tiver para chorar.

- Aí Nath, minha mãe é o pior ser humano da terra, foi horrível.

- Eu sei meu bem, mas está tudo bem agora, nós vamos para casa novamente.

- Não posso ir, quero ficar com Dom. Falando nisso, achei que ele está um pouco diferente.

- É normal meu amor, vocês viveram dias de terror longe um do outro, esse homem não dormiu por várias noites, ficou no telefone informando seu pai até ele chegar, foi nos buscar no aeroporto, não comeu todo esse tempo e quando comeu foi coisas bem leves, Dom chorou muito sentindo sua falta e se culpou o tempo inteiro.

- Eu não sei o que dizer, mas é óbvio que ele não tem culpa.

- Então explique para ele filha, porque Dom disse que se não tivesse te deixado sozinha nada disso teria acontecido.

Por mais que isso fosse um pouco verdade, não poderíamos prever o que minha mãe tinha em mente, foram dias difíceis para todos.

- Seu pai, olha, eu nem sei o que teria acontecido com ele se você tivesse ido para fora do país, sabemos que seria difícil te encontrar, ontem quando sua mãe ligou informando o valor do resgate, ele pensou na possibilidade de vocês estarem por aqui ainda, por isso ligaram para o Cris, que assinou com urgência o mandato de busca e apreensão a sua mãe.

- Cris foi incrível, na verdade, todos vocês foram, eu nem sei o que seria de mim, essas horas não estaria aqui.

Nath concordou, nós continuamos conversando e ela me levou para um banho, á alguns dias eu não sabia como era estar limpa daquela forma, quando terminamos o banho, ela se dedicou em meus cuidados, me ajudou a me vestir, me alimentou e me deu todo o suporte que precisava.

COMO SÓ VOCÊ SABE - VOLUME IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora