Talvez algumas coisas que são ditas, são pensadas verdadeiramente e só dizemos quando estamos em uma situação que nos deixa vulnerável, sabia que Dom me amava e eu, acima de tudo sabia o que sentia por ele. Dom atravessou a porta e ouvi o carro mais uma vez ligar, ele estava partindo e me deixando sozinha. Um filme se passou por minha cabeça, todos os nossos momentos compartilhados, tínhamos uma história, não éramos anônimos um para o outro. Eu pensei mais do que de costume, o que fritou meu cérebro, acabei adormecendo em cima da cama minha.
Foi um cochilo, acordei com a sensação de estar sendo observada e quando olhei para a porta, Dom estava parado, em pé, ou pelo menos quase em pé.- Dom? O que está fazendo aí?
Ele caminhou cambaleando até a cama, não conseguia dizer uma palavra direito. Antes que ele deitasse, eu me levantei, peguei ele em meus braços, levei-o até o chuveiro e lhe dei um banho.
- Que água gelada.
Dom disse batendo os dentes.
- Quem mandou beber tanto?
- Você me forçou a isso.
Ele disse enrolando a língua.
- Te forcei?
- Você não vai embora?
- Ah Dom, eu disse na hora da raiva, eu vou embora, mas só no início do ano, você sabe que sou incapaz de te deixar.
- E porque insiste?
- Dom...
- Alice, eu não quero viver sem você, não imagino passar quatro anos longe de você.
- Mas é o meu sonho Dom. Foi nisso que me encontrei.
Dom começou a se lavar, agora, parecia um pouco melhor pelo banho gelado, eu o soltei. Acabei deixando-o sozinho no banho e voltei para o quarto, agora me secando, já que eu tinha me molhado também. Tirei a roupa ensopada pela água e fiquei nua. Dom saiu do banheiro e me encarou.
- Vou te preparar um café.
Ele concordou com a cabeça. Eu fui até o closet, coloquei um vestido bem soltinho e desci do quarto para a cozinha, para preparar o café para Dom. Eu procurei as cápsulas de café e as encontrei do lado da cafeteira, revirei os olhos e pensei o quão burra era. Manipulei a máquina e ela começou a passar o café.
- Odeio quando me observa.
Disse olhando para máquina.
- Eu amo admirar você.
- Parece estar melhor.
- Estou um pouco, obrigado.
Eu me virei para o Dom, lhe entregando a xícara.
- Nós não precisamos brigar, sabe? Deixar o ego falar mais alto.
Disse.
- Você tem razão, teremos pouco tempo, peço desculpas por hoje.
- Eu também amor, sei que fui dura com você.
Dom sorvou seu café e atravessou a bancada que nos separava, ficando frente a frente.
- Me perdoe por colocar o trabalho a nossa frente novamente, eu já resolvi isso quando saí de casa, sou todo seu.
- É mesmo?
- Sim. Quero conversar sobre algo que andei pensando nos últimos dias.
- Diga.
- Eu sei que você vai, não quero fazer nada para te impedir e vamos dar um jeito de continuar isso, mesmo longe, apenas realize uma coisa da qual quero.
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COMO SÓ VOCÊ SABE - VOLUME III
Historia CortaAlice Hoffman foi sequestrada por quem menos esperava, sua vida sempre parece ter um obstáculo ou ser interrompida por coisas que não estão ao seu alcance. Será que ela terá um final feliz? Ela conseguirá escapar? PLÁGIO É CRIME, SE VOCÊ LEU OU VIU...