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Eu já estava na casa de Dom e ele contratou um segurança pessoal para nós, meu pai se hospedou em sua casa, ele queria retribuir a gentileza, foram dias ainda muito nublados, tínhamos pouco contato, ele parecia preocupado, quando ouvia algum barulho se alarmava, infelizmente isso transpassou para nosso relacionamento e senti toda a sua frieza comigo, mesmo que sem intenção, por isso, eu queria conversar com ele.

- Dom, acho que precisamos conversar.

Eu disse enquanto me preparava para dormir, ele não respondeu, apenas parou em minha frente, olhando atentamente todos os meus movimentos.

- Eu sei que você está preocupado, mas não tem necessidade de um segurança, tudo passou, eu só preciso de carinho e cuidado mesmo, estou sentindo falta disso. O que está acontecendo?

- Nada, só continuo preocupado e se sua mãe fugir?

- Se ela fugir nós ficaremos sabendo.

- Será?

- Dom você não pode se armar dessa maneira, isso está nos afastando, daqui a pouco me sentirei convivendo com o meu pai, não com o meu namorado.

- Terá que se acostumar, esse será um novo eu, porque antes, eu era disperso quanto a isso, deu no que deu.

- Dom, não é culpa sua.

- Ah não? Se não é, a culpa é de quem?

- Exclusivamente da minha mãe!

- Mas se eu não tivesse deixado você sozinha, isso não teria acontecido.

- Dom...

- Alice, sabe há quanto tempo sua mãe estava te vigiando?

Respondi que não com a cabeça.

- Para ser sincero, poucos dias, então eu concluo que ela não agiu sozinha, ela tinha alguém que lhe repassava todas as informações.

- Não é possível, se não essa pessoa poderia ter aparecido quando estava em cárcere.

- Acha mesmo? Alice, não conhece sua mãe? Ela quase me fez te perder outra vez, mandando Franciele te tirar do meu caminho, se não fosse por você e pela Nath, existiríamos agora? Inclusive, ela também está sendo investigada.

- Okay, talvez tenha um pouco de razão, mas não sou sua filha, sou sua namorada, preciso de você como um homem em minha vida, você não tem conseguido nem transar comigo.

- É sério que está preocupada com isso?

- Não estou preocupada Dom, mas eu sinto tesão quando te vejo, você não?

Dom abaixou a cabeça.

- Perdeu sua libido? Antigamente não podia me ver nem vestida, quem dirá pelada. Dormi sem roupa ontem a fim de algo a mais e você nem me tocou. Estou há dias implorando por um beijo. O que foi? Foi porque eu emagreci?

- Alice, não tem a ver com você, nunca teve, eu só estou preocupado.

- Preocupado está meu pai, você está em colapso.

- Talvez e eu não tenho o direito?

- Dom, precisamos seguir em frente.

- Mas...

- Mas nada, acabou, você não tem culpa, acabou, eu estou aqui, querendo o meu namorado, querendo transar, querendo um beijo, quero me sentir mulher novamente, preciso que você me olhe como antes, porque eu te amo como nunca! Dom, você sempre provou que me protegeria, que me amaria para todo o sempre, estou tentando manter algo aceso, mas está difícil quando você sopra e tenta apagar tudo.

Dom se sentou na beira da cama, parecia estar refletindo em tudo o que eu disse, me aproximei e me sentei em seu colo, dando um carinho em seu rosto.

- Isso não pode nos atrapalhar, precisamos seguir em frente, se não, nós não sobreviveremos.

Dom me deu um abraço, eu retribui, era evidente que aquilo havia se tornado um trauma e nós precisaríamos de ajuda, Dom chorou em meus braços, como um menino, como um bebê, ele gritava como se tivesse tentando tirar algo de si e meu coração se desesperava em vê-lo assim.

- Me desculpe parecer fraco, quando eu tinha que estar mais forte nesse momento, sei que precisa do meu apoio.

- Não tem problema, outra coisa, você não está sendo fraco, é muito forte por admitir seus sentimentos.

Dei alguns selinhos na boca de Dom, o que contribuiu para ele iniciar um longo beijo, isso o acalmou de alguma forma.

COMO SÓ VOCÊ SABE - VOLUME IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora