Eu estava na loja escolhendo algumas coisas, Cris me ajudou e foi fundamental para mim, escolhi tudo da maneira em que eu queria, o pessoal da loja foi super atencioso, me mostraram as amplas opções que eu tinha.
- E esse tapete filha?
- Ah, pai, é lindo, mas eu mal vou ficar em casa, é só um lugar aonde eu precise voltar quando estiver ao Brasil.
- Mas nossa casa tem que ser aconchegante, não acha? É o lugar aonde devemos ter vontade de estar.
- Sim, tem razão, mas quando a faculdade acabar, eu volto para comprar mais coisas.
Eu escolhi um lindo sofá, cortinas, cama, mesa, banho, eletrodomésticos, armários, talheres enfim, tudo o que eu realmente precisava, caprichei na escolha, só não escolhi outras coisas para os outros quartos, apesar de comentar com Cris que queria decorá-los cada um a sua maneira. Quando paguei, saí da loja totalmente realizada.
- Eu vou usar o banheiro da loja, achei que daria para segurar, mas, preciso ir lá.
Ele riu.
- Claro, espero você no carro.
Eu fiquei esperando Cris, que não demorou, homem é prático, nós fomos depois tomar um delicioso café, em uma das suas cafeterias preferidas, conversamos sobre a casa de Nova York, lhe contei que ela estava toda mobiliada já, principalmente porque era quase um padrão de casas por lá, foi uma conversa calma, daquelas que você não quer sair da presença da pessoa, mas o dia passou rapidamente e logo eu estava exausta para poder voltar para o hotel.
- Bem, chegamos ao hotel, qualquer coisa, me ligue, sabe que estarei sempre aqui quando precisar de um amigo.
- Sei que sim, obrigado pai, pelo dia de hoje, foi incrível, deveríamos fazer mais vezes isso, antes de eu ir para a faculdade.
- É claro, é só me ligar, para você, sempre estarei disponível.
Eu dei um abraço em Cris e me despedi.
- Eu vou lá, estou exausta pela trilha.
Ele sorriu e fechou o vidro do carro depois que eu havia descido, eu acenei com as mãos vendo ele sumir pela estrada.
Entrei no quarto e antes de deitar, tomei um banho rápido, meus pés estavam ardendo pelo dia inteiro, minhas pernas estavam doendo também, então quando saí do chuveiro, apenas me joguei na cama, sem vestir qualquer coisa e apaguei.
Acordei no outro dia bem cedo, os móveis iriam chegar pela manhã, por tanto precisava correr para casa, vesti uma roupa e conferi minhas mensagens.
"O silêncio é uma resposta, estive com tio Cris ontem, você teve a capacidade de passar um tempo com ele, mas não teve coragem de me chamar, isso está ficando chato e insustentável, espero pela minha resposta, mas se não tiver, entenderei também."
Eu revirei os olhos e terminei de calçar meus sapatos, sabia que não conseguiria fugir por muito tempo de Dom, uma hora teria que enfrentar ele e me perguntei, em qual momento nós viramos esse tipo de inimigos? Daqueles que se evitam. Dom era um completo estranho nos últimos dias, sem saber o que pensar mais, por suas últimas atitudes, chamei um carro de aplicativo e fui em direção a minha nova casa.
No carro tocava um sertanejo bem baixo, que contava a história de alguém que havia se entregado e não tinha tido boas respostas, mesmo essa pessoa sendo prevenida antes de conhecer outra, ela não seguiu os próprios conselhos, sua paixão fez com que ela estivesse cega o tempo inteiro, não conseguindo ver a verdadeira face da outra, mas é óbvio que ninguém sustentava coisas por muito tempo. Quando ela tomou noção de tudo á sua volta, lhe desejou alguém que fosse exatamente o igual o outro. Por um momento refleti sobre aquilo, o que eu não via de Dom? O que eu precisava enxergar?
- Prontinho moça, entregue.
Eu sorri para o motorista.
- Obrigado.
Eu desci do carro e caminhei até a portaria, aonde o porteiro me reconheceu e me deixou entrar.
- Senhor Hélio, hoje entregarão alguns móveis. Então se for em minha casa, apenas deixe eles entrar.
- Okay senhorita Alice. O pessoal da companhia elétrica, da água e do gás também acabaram de sair.
- Muito obrigado por avisar.
Eu caminhei até minha casa e ao me aproximar, notei que a porta estava aberta, uma senhora, estava para fora dela, limpando os vidros da sala.
- Bom dia senhorita Alice, é um prazer conhecer você.
A moça sorriu e eu me aproximei.
- Você é?
- Lilian.
- Meu pai...
- Isso, trabalho para ele, quer dizer, agora para você, eu estarei aqui para te auxiliar em tudo o que precisar, ele me contou que vai inaugurar a casa hoje.
Ela sorriu.
- Você está com fome?
- Não senhorita, eu comi antes de sair de casa.
- Tem certeza? Vou pedir um café, se quiser, podemos tomar um.
- Não se preocupe, hoje vou ajudar a senhora a arrumar tudo.
Eu sorri.
- Obrigado Lilian, só para que eu consiga acompanhar sua rotina, vai trabalhar para mim quantos dias na semana?
- Todos.
- Todos?
- Exceto fim de semana e feriado.
- Ah bom. Mas, eu queria pedir para que você viesse apenas segunda, quarta e sexta-feira, tudo bem?
- Claro, a senhora é quem manda.
- Eu peço.
Disse sorrindo e ela retribuiu. Eu pedi um café em uma padaria próxima e quando menos esperei, os moços estavam com meus móveis na porta de casa.
- Bom dia!
O rapaz disse.
- Bom dia.
- Alice Hoffman?
- Eu mesmo.
- Ótimo, a senhora pode assinar para mim aqui?
Eu sorri e peguei os papeis, para assinar a entrega. O pessoal foi descendo todos os móveis, eram muitos, eu nem me lembrava de ter comprado tanta coisa assim, eles me perguntavam aonde e o que ficaria tal coisa, eu ia lhes informando e eu percebi que algumas coisas eu não havia pago.
- Mas é aqui dona, seu pai que pediu para entregar.
Eu sabia bem quem era o pai do qual eles informaram e liguei para Cris imediatamente.
- Alice?
- Pai, porque comprou tudo isso?
- Vi que ficou namorando as decorações, os outros quartos não ficarão vazios, comprei uma cama para você me recepcionar com minha nova noiva.
Ele disse rindo.
- Ah pai, você não tem jeito mesmo!
- De nada.
- Obrigado, amei os presentes.
- Bem filha, vou entrar em uma audiência, te amo, se cuida.
- Também te amo, bom trabalho.
Eu desliguei o telefone e Lilian foi organizando as coisas em seu lugar, os montadores da loja chegaram em seguida e todos foram trabalhando, fazendo suas coisas.
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COMO SÓ VOCÊ SABE - VOLUME III
Cerita PendekAlice Hoffman foi sequestrada por quem menos esperava, sua vida sempre parece ter um obstáculo ou ser interrompida por coisas que não estão ao seu alcance. Será que ela terá um final feliz? Ela conseguirá escapar? PLÁGIO É CRIME, SE VOCÊ LEU OU VIU...