(Shine for Life: A Gala of Hope)
ARMSTRONG
O vestiário do Manchester City ainda ecoava com os resquícios daquele beijo inesperado entre mim e Samanun. Enquanto as jogadoras adentravam o recinto, olhares curiosos e sussurros formavam um pano de fundo constante para a tensão que pairava entre nós duas. Sam e eu, ainda atordoadas pelo momento compartilhado, trocávamos olhares carregados de uma mistura de raiva, confusão e, acima de tudo, repulsa.
A rivalidade entre os times estava mais evidente do que nunca, e as outras jogadoras, mesmo sem saber do beijo, podiam sentir a eletricidade no ar. Ciente de que não seria bem recebida pelas companheiras de time de Sam, eu precisava encontrar uma saída sem desencadear uma tempestade.
Enquanto me dirigia para a saída do vestiário, as jogadoras do City, desacreditadas com o empate, voltavam para o recinto, lançando olhares afiados em minha direção. Um murmúrio sutil se espalhou pelo ambiente, indicando que algo estava fora do comum. A tensão era palpável.
Nesse momento delicado, Sam, antecipando possíveis problemas, interveio. "Deixem ela passar. Não há tempo para distrações agora. Nosso foco é outro." Sua voz, autoritária, cortou o murmúrio, e as jogadoras, mesmo desconfiadas, abriram caminho para mim. Aproveitei a oportunidade, lançando um último olhar para ela antes de sair do vestiário. A porta se fechou atrás de mim, deixando para trás a atmosfera carregada.
No corredor vazio, ciente de que o desafio não estava mais apenas no campo, uma onda de sentimentos tumultuava meus pensamentos. O frescor da minha mão colidindo com o rosto de Samanun estava na minha mente, criando um conjunto de arrependimento, raiva e, estranhamente, libertação.
Eu não podia ignorar a intensidade da minha reação. O tapa era mais do que um ato impulsivo; era um rompante de frustração, uma explosão contida de emoções que se acumularam ao longo do tempo. Aquele momento tinha sido a culminação de uma série de eventos, desentendimentos e desafios não ditos entre nós.
Mas, a lembrança do beijo carregava consigo uma complexidade ainda maior de emoções, oscilando entre o choque da surpresa e a intensidade do desejo que tinha sido compartilhado. Havia algo elétrico na maneira como nossos lábios se encontraram, algo que transcendeu a rivalidade e as complicações circunstanciais. Era como se, naquele instante, todas as barreiras tivessem desaparecido, revelando uma atração latente que, até então, permanecia oculta.
No fundo, havia uma sensação de vulnerabilidade que eu relutava em enfrentar. Aquilo que tinha acontecido no vestiário não era apenas um beijo; era a revelação de uma faceta inesperada e complexa da minha própria identidade e desejos. E agora, diante dessa revelação, a incerteza do que isso significava para o futuro se tornava mais evidente a cada passo que eu dava até a saída, onde me deparava com a horda de repórteres ansiosos.
Os holofotes lançavam uma luz intensa sobre mim, destacando as marcas da batalha no campo. Minha expressão era uma mistura de determinação e inquietação enquanto eu me aproximava do centro das atenções.
Repórter 1: Mon, um empate aguerrido contra o Manchester United. Como você avalia o desempenho da equipe hoje?
Mon: Foi uma batalha difícil, ambos os times deram tudo de si. O Manchester United é uma equipe formidável, e sabíamos que seria um jogo disputado. Infelizmente, não conseguimos sair com a vitória, mas estou orgulhosa do esforço que demos em campo.
Repórter 2: Sua expulsão no final do jogo teve um impacto significativo no resultado. Pode nos contar o que aconteceu naquele lance?
Mon: (Suspiro) Foi um momento de intensa frustração. O jogo estava acirrado, as emoções estavam à flor da pele. Eu dei um carrinho que, em retrospecto, foi impulsivo demais. Sinto muito pela minha equipe e pela torcida, pelo impacto que minha expulsão teve. É algo que precisamos analisar e aprender.
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I HATE LOVE YOU
FanfictionMon e Sam, rivais no futebol inglês, enfrentam competição e segredos em Manchester. Sentimentos proibidos desafiam a dinâmica esportiva, revelando que a linha entre rivalidade e romance é tão fina quanto as traves de um gol.