I HATE LOVE YOU

Red Against Red.

(When Tension Boils Over)

MON

Assim que a porta do vestiário se fechou atrás de mim, eu senti a raiva subir como uma maré incontrolável. Sem pensar duas vezes, caminhei até o centro da sala, com passos firmes, e soltei a pergunta que estava queimando na minha garganta.

"O que diabos vocês pensam que estão fazendo?"

Algumas jogadoras se voltaram para mim, surpresas, enquanto outras simplesmente continuaram se preparando para o segundo tempo, fingindo que não ouviram. Mas eu não estava disposta a deixar isso passar.

"Do que você está falando, Mon?" Rebecca, sempre pronta para um confronto, respondeu com desdém, cruzando os braços como se estivesse diante de algo insignificante.

"Estou falando de Sam," rebati, sem hesitar. "Vocês estão sabotando o time, e isso está nos prejudicando! Eu vi várias jogadas em que ela estava livre, mas ninguém sequer olhou na direção dela!"

As jogadoras se entreolharam, algumas soltando risinhos abafados, como se minha acusação fosse ridícula. Rebecca, no entanto, suspirou com impaciência. "Sabotando? Mon, você está exagerando. Estamos jogando como sempre jogamos. Talvez o problema seja você, que está preocupada demais."

"Eu?" minha voz elevou-se um pouco mais, indignada. "Eu estou tentando ganhar esse jogo!"

Rebecca não recuou, seu olhar desafiador fixo no meu. "E por que deveríamos confiar nela? Ela acabou de chegar e já está se comportando como se fosse a estrela. Mas a verdade é que ela ainda não provou nada aqui. E nós somos o United. Não precisamos de uma novata que não consegue se entrosar com a equipe."

"Não se trata de confiança cega," retruquei, tentando manter meu tom firme. "Trata-se de jogarmos como um time! Se vocês continuarem com esse comportamento mesquinho, vamos perder. E não apenas este jogo."

O ar estava carregado com a tensão palpável. Outra jogadora, com um sorriso provocador, decidiu se intrometer. "Mon, parece que você está mais preocupada em proteger Sam do que em vencer o jogo. Se ela não consegue lidar com a pressão, talvez ela não devesse estar aqui."

"Isso não é pessoal," insisti, tentando controlar a fúria que ameaçava transbordar. "É sobre o jogo. Se vocês não conseguirem entender isso, vamos cair juntas."

"Talvez você não tenha notado, Mon, mas não queremos ela aqui," disse outra jogadora, com um tom frio.

As palavras bateram em mim como um soco. Eu sabia que Sam estava enfrentando dificuldades, mas ouvir isso das minhas próprias companheiras era devastador. "E mesmo assim, ela marcou o gol que nos colocou na frente," retruquei, tentando manter a voz firme. "Se vocês não podem respeitar a Sam como jogadora, então pelo menos respeitem o time. Vocês estão nos prejudicando, e isso é inaceitável."

Houve um silêncio pesado no vestiário, quebrado apenas pelo som de respirações tensas. Eu podia sentir a tensão, a divisão que Sam estava causando, mas também sabia que não podia deixar que isso destruísse o que estávamos construindo.

Rebecca cruzou os braços, seu olhar duro e desafiador. "Você pode ser a capitã, Mon, mas parece que esqueceu o que isso significa. Liderar não é só falar bonito e proteger quem você quer. Você está colocando o time em risco, insistindo tanto na Sam. Se ela não consegue se encaixar, talvez o problema não seja só ela, mas você também."

As palavras dela eram afiadas, cortantes, e eu senti o golpe. Ela estava me desafiando abertamente, colocando em dúvida minha capacidade de liderar a equipe. "Eu sei o que significa liderar, Rebecca. E liderar significa fazer o que é melhor para o time, mesmo que isso signifique tomar decisões difíceis. Se vocês continuarem ignorando Sam, quem vai perder é o United, não só eu."