I HATE LOVE YOU

Echos.

(The After Party)

A proximidade discreta de Sam fez meu coração palpitar de forma desenfreada. O ar quente expelido tão próximo ao meu ouvido nos isolava do mundo ao redor, criando um espaço onde não existiam conflitos. Naquele instante, nada mais importava além do desejo de experimentar sensações que eu sempre reprimira.

A celebração ao nosso redor se tornou um eco distante, e tudo o que eu podia ouvir era sua respiração. Minha mente vagou para um lugar onde seu corpo se encontrava contra a parede do chuveiro, completamente nua e entregue. Minhas mãos percorriam cada centímetro dela, como se fossem caminhos conhecidos e queridos. Seus lábios, inchados pela intensidade do nosso beijo, eram a manifestação física de tudo o que eu mantinha guardado dentro de mim.

A água escorria pelos nossos corpos, fazendo cada toque parecer uma nova descoberta. Eu sentia a textura da sua pele, o sabor salgado das gotas de água misturadas com suor, e a tensão dos seus músculos relaxando sob minhas mãos. Cada segundo intensificava a conexão entre nós. Seus gemidos suaves ressoavam no pequeno espaço, alimentando meu desejo por ela.

"Você sempre quer estar no controle, não é, Mon?" Sam murmurou, seus lábios roçando minha orelha, enviando uma onda de eletricidade pelo meu corpo. "Vamos ver até onde você aguenta..."

Aquele sussurro provocativo me envolveu completamente, fazendo com que todos os meus sentidos se concentrassem nela. O som da sua voz, o cheiro da sua pele molhada, a visão do seu corpo nu – tudo contribuía para a intensidade avassaladora do momento. Eu sabia que estava perdida, entregue a algo que parecia inescapável.

"Mon... Mon..." A forma como ela repetia meu nome, como uma carícia, me puxava ainda mais fundo nesse redemoinho de sensações. Minha respiração se misturava com a dela, e cada toque, cada beijo, parecia incendiar algo dentro de mim que eu não sabia que existia.

"Mon? Você não vem?"

Um toque desconfortável em meu ombro me trouxe de volta à realidade, um lugar no qual eu não queria estar.

"Hum?" Meus lábios ainda formigavam com a ausência de Sam.

"Você está bem? Estamos te chamando há alguns minutos para o ônibus. Vamos para a festa no restaurante do hotel. A organização liberou tudo para nós."

Olhei ao redor, tentando me situar. A adrenalina e o êxtase da vitória deixaram minha mente confusa. Sam não estava mais ali.

"Claro. Acho que um pouco de diversão não faz mal." Virei-me para a colega de time e sorri, tentando disfarçar a decepção. "Desculpe. Acho que estou um pouco cansada. Não sei onde estava com a cabeça."

Ela riu.

"Sem problemas. Achei que estivesse se sentindo mal, você estava mordendo seus lábios com muita força. Fico feliz que esteja tudo bem." Sua mão alcançou a minha, e deixei-me ser levada. "Vamos! Todo mundo já está no ônibus."

Quando chegamos ao veículo, fui rapidamente deixada para trás, obrigada a procurar um lugar vago. Ao fundo do ônibus, um pequeno grupo cochichava e dava risadinhas. Foi então que percebi: o único lugar disponível era ao lado de Samanun.

Nossos olhares se cruzaram, misturando relutância e curiosidade. Quando comecei a achar que ela estava mais receptiva, revirou os olhos, tornando o caminho até o restaurante ainda mais desconfortável.

Apesar da tensão entre nós, o time não parecia afetado. Ao chegarmos ao local, todas se movimentaram rapidamente para descer, e o clima de festa tomou conta. Respirei fundo e, antes de me levantar, vi que Sam estava com o olhar distante, observando através do vidro, com os fones de ouvido tão altos que seria impossível iniciar qualquer conversa. Apressadamente, desci do ônibus, querendo me afastar dela o máximo possível. Perguntei-me por que me atrevi a ser gentil com alguém tão arrogante e ingrata.