The Edge of Truth.

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(Facing the Fear, Embracing the Love)

MON

O trajeto de volta ao apartamento foi um borrão. Minha mente parecia uma tempestade de pensamentos desconexos, mas todos giravam em torno das mesmas questões: o que eu estava prestes a perder e o que eu estava tentando salvar. As palavras de Nop ecoavam na minha cabeça como um martelo, golpeando meu coração a cada repetição: "Você vai ter que escolher: sua carreira ou nós dois."

Ao entrar no apartamento, o silêncio me envolveu como uma onda, sufocante e pesada. Coloquei a bolsa no chão e fiquei parada no meio da sala, tentando encontrar um foco em meio ao caos. Olhei ao redor, para os pequenos detalhes da minha vida com Nop que estavam espalhados pelo apartamento – o casaco dele pendurado na cadeira, os livros que ele insistia em deixar pela mesa, as fotos nossas nas prateleiras. Tudo aquilo parecia me puxar para um lugar que eu não tinha certeza se ainda queria pertencer.

Mas, ao mesmo tempo, minha mente voltava para Sam. Para a intensidade com que ela me olhava, para a dor que eu via por trás de sua indiferença, para o que aconteceu entre nós naquela noite. Algo havia mudado dentro de mim desde então, algo que eu não sabia como explicar, mas que se recusava a desaparecer.

Caminhei até a janela, olhando para a cidade abaixo de mim, buscando uma clareza que parecia impossível de alcançar. Como eu cheguei aqui? A pergunta ressoava na minha mente, sem resposta. Fechei os olhos e deixei que as memórias me invadissem – momentos com Nop, momentos com Sam, a confusão que me consumia a cada vez que pensava em uma delas. O que era real? O que eu realmente queria?

Meu celular vibrou na mesa, me arrancando do turbilhão de pensamentos. A mensagem era de Sam. Uma única linha: "Precisamos conversar." Meu coração pulou uma batida. Eu sabia que não poderia adiar essa conversa para sempre. As palavras dos dirigentes ainda ecoavam em minha mente: "Vocês têm até o fim do dia."

Peguei o celular e saí do apartamento, meu corpo movendo-se automaticamente, como se soubesse que não havia mais tempo para hesitações.

SAMANUN

Eu ainda estava no estádio, chutando a bola de um lado para o outro sem objetivo, tentando dissipar a energia nervosa que tomava conta de mim. A reunião com os dirigentes ainda pesava em meus ombros, e a ausência de Mon apenas tornava tudo pior. Ela havia saído da sala sem dizer nada, e agora eu estava aqui, lutando para não deixar a raiva e o medo me consumirem.

O campo, que normalmente me trazia alívio, agora parecia apenas refletir a tensão que fervia dentro de mim. As palavras de Mon do dia anterior ecoavam na minha mente, como uma melodia dissonante que eu não conseguia afastar. Cada chute na bola era carregado de frustração.

Quando vi Mon atravessando o campo em minha direção, meu coração pulou uma batida. Parte de mim queria acreditar que ela estava pronta para resolver as coisas, mas outra parte estava preparada para mais uma decepção. Ela parou a alguns passos de mim, os olhos cheios de uma tensão que eu reconhecia, mas eu já não sabia se podia confiar no que via.

"Precisamos conversar," ela disse, as palavras quase um sussurro.

"É, precisamos," respondi, cruzando os braços, tentando manter a calma. "Mas parece que você tinha outras prioridades."

Mon olhou para mim, e pela primeira vez, eu vi algo se quebrar em seus olhos. Ela estava exausta, mas isso não mudava o que eu sentia. Não mudava a dor que ela causou ao me deixar sozinha, novamente, sem respostas.

"Sam, eu não sei o que fazer," ela admitiu, a voz trêmula. "Eu... estou presa em uma situação que não sei como sair. Tudo o que eu pensei que sabia agora parece errado. Eu não sei como escolher."

I HATE LOVE YOUOnde histórias criam vida. Descubra agora