I HATE LOVE YOU

Shadows on the Pitch.

(When the Game Becomes Personal)

MON

A tensão continuava crescendo em nossas vidas. Enquanto as negociações contratuais exigiam que permanecêssemos em silêncio, a realidade era que a imprensa não estava dando trégua. Cada movimento nosso era vigiado, cada palavra era dissecada. Sabíamos que estávamos em um campo minado, onde um passo em falso poderia arruinar tudo.

E então veio Nop.

As primeiras insinuações começaram a aparecer em entrevistas. Questionado sobre mim, ele sorria, um sorriso que não era nem de longe amigável. "Perguntem para outra pessoa," dizia, recusando-se a se aprofundar no assunto. Mas era o riso que seguia, um riso cruel, que deixava a imprensa alvoroçada, como se houvesse algo mais sombrio por trás de suas palavras. As manchetes surgiram em seguida, cada uma mais especulativa do que a outra, tentando descobrir quem era a "outra pessoa" a quem ele se referia.

Esse jogo sujo estava colocando tudo em risco, principalmente nossa carreira. Sabíamos que a atenção da imprensa estava se desviando do futebol para nossas vidas pessoais, e isso era perigoso. Mais do que nunca, a pressão para manter o relacionamento em segredo crescia, assim como o medo das consequências de qualquer revelação.

As negociações estavam finalmente encerradas. Eu e Sam havíamos fechado os contratos, e como consequência havia uma condição que nenhuma de nós queria: não poderíamos anunciar nada sobre nós publicamente até que os clubes controlassem a narrativa, recuperando a confiança dos investidores e estabilizando o mercado de marca. Não era apenas uma questão de futebol; estávamos envolvidas em um jogo muito maior, onde nossa imagem valia tanto quanto nossa performance em campo.

Eu mencionei aos dirigentes as dificuldades com Nop, esperando que eles pudessem oferecer algum apoio. Mas, ao invés disso, fui recebida com olhares cautelosos e respostas calculadas. "Isso só vai piorar a situação," disseram eles. "Nop é um ídolo nacional, e qualquer escândalo envolvendo vocês dois pode ser um golpe para a imagem do clube, especialmente agora que o United está investindo tanto em você e Sam."

Eu sabia que tinham razão, mas a ideia de manter tudo em segredo, de não poder contar com apoio, me deixava sufocada. E ainda havia Sam, que parecia cada vez mais isolada em seu novo clube.

Os primeiros dias após o anúncio da transferência foram um turbilhão de emoções. O mundo parecia estar em ebulição ao nosso redor, com os jornais e as redes sociais fervilhando de especulações e opiniões sobre a decisão de Sam. Mas, apesar do caos exterior, dentro de mim havia uma calma tensa, uma espécie de silêncio antes da tempestade.

Eu estava feliz por Sam ter tomado a decisão de ficar no United. Apesar de toda a pressão, ela escolheu o clube, escolheu estar ao meu lado, e isso significava mais do que eu conseguia expressar em palavras. Mas a alegria era rapidamente ofuscada por uma sombra que parecia crescer a cada dia.

Nop.

Eu sabia que ele não aceitaria isso de bom grado. Desde o momento em que Sam anunciou sua decisão, uma parte de mim ficou em alerta, esperando o próximo movimento dele. Ele não era do tipo que recuava facilmente, e eu conhecia bem o olhar que ele tinha quando se sentia traído ou humilhado.

SAM

Desde o momento em que tomei a decisão de me juntar ao United, sabia que haveria repercussões. O que não esperava era a rapidez com que as coisas escalariam. A imprensa estava em frenesi, os fãs estavam divididos, mas nada disso me afetava tanto quanto a sombra de Nop pairando sobre nós.

Ele não fez nenhum movimento óbvio à primeira vista, mas a tensão estava ali, em cada canto, em cada silêncio prolongado.

Minha transição para o Manchester United não foi nada como eu esperava. Saí do meu antigo clube com o coração pesado, deixando para trás companheiras que me apoiaram e acreditaram em mim. Agora, no United, as coisas estavam diferentes. As jogadoras me olhavam com desconfiança, e a torcida... Bem, a torcida não estava exatamente me acolhendo de braços abertos.