III

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Opaa! Então né... quanto tempo! Queria dizer pra vocês que não apareci por aqui por causa que nao estava conseguindo entrar na conta. Agora consegui e de brinde vou postar 3 capítulos.  Beijos e não desistam de mim! (Vou tentar postar "Pornstar" também)

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(1/3)

Quando chegaram ao supermercado, e Wednesday desceu da moto, suas pernas estavam bambas, mas não sabia dizer se era o medo da viagem ou se era por ter estado tão próxima a Enid, praticamente grudada em suas costas.

-Então, foi tão ruim assim andar de moto?

-Você me prometeu que não ia correr.

-Mas não corri, em situações normais ando muito mais rápido que isso.

Enid só podia estar de brincadeira, ninguém anda tão rápido assim de moto pela cidade né?! Ou será que andam? Se fosse assim teria que dar uns puxões de orelha nela. aquilo era perigoso.

Foram até a entrada do supermercado e pegaram um carrinho. Wednesday também tinha que pegar umas poucas coisas, mas seria rápido.

-Vamos pegar sua coisas primeiro. Já vou dizendo o que vai na receita.

Foram caminhando entre as prateleiras, pegaram leite, ovos, óleo e farinha, depois passaram na área dos lacticínios, pegaram queijo e requeijão para o recheio. Enid era viciada em todo tipo de queijo, queria panquecas desse sabor.

Estava passando pela área onde fica os achocolatados, quando Enid parou por ali e ficou olhando.

-Hey Wednesday, dá para fazer panqueca de chocolate?

-Não sei, nunca tentei, mas podemos testar.

-Ahhh que perfeito, testes culinários na minha cozinha. Estou eufórica.

E estava mesmo, era possível perceber a alegria só de olhar naqueles olhos azuis que pareciam maiores quando ela ficava feliz.

Já havia pegado tudo, Enid até aproveitou para levar algumas coisas a mais pra casa, umas barras de cereais, uma garrafa de vinho e comida congelada.

No momento que se dirigiam até o caixa, Wednesday lembrou das batatas que precisava pegar, avisou Enid.

-Preciso ir pegar algumas batatas, pode me esperar?

Ficou totalmente surpresa, quando Enid falou num tom meio cantado e meio brincalhão.

-E se você não demorar muito, posso espera-la por toda a minha vida.

Quando notou a completa confusão no rosto de Wednesday, se adiantou em esclarecer.

-É uma frase de Oscar Wilde.

Sem saber o que dizer de imediato, correu para pegar as batatas, Enid ainda não havia passado no caixa, estava esperando por ela.

-Por que ainda não passou, Enid?

-Porque disse que ia te esperar.

Passar no caixa demorou bem mais do que a paciência costuma suportar, mas por fim estavam lá fora. Apesar de já ser quase inverno, as tarde eram ainda bem quentes.

-Vamos tomar um sorvete? Tem uma barraquinha ali perto.

-Estou morrendo de calor. Mas acho que meu dinheiro não vai dar para o sorvete.

-Deixa disso Wednesday, eu pago, é só um palito, não precisa se preocupar.

Deixaram a moto no estacionamento do mercado e foram comprar o sorvete, Enid quis de morango e Wednesday de chocolate, sentaram em um banco que ficava debaixo de um grande ipê amarelo que fazia uma sombra deliciosa naquele calor infernal. Wednesday queria saber mais sobre a frase.

-Aquela frase que você disse antes, quem é o autor mesmo?

-Oscar Wilde. Conhece?

Tentou puxar pela memória, aquele nome não era cem por cento estranho. Então se lembrou que havia começado a ler um livro desse autor quando ainda estudava, mas não chegou a terminar.

-Eu me lembro de ter começado ler um livro dele, mas não terminei, lamentei ficar sem saber o final.

-Consegue lembrar qual livro era?

-O nome não, mas lembro que era sobre um rapaz que ganhou um quadro e depois não envelhecia mais.

-Nossa, eu sei que livro é esse, O retrato de Dorian Gray. Adoro esse livro. Você lê bastante, Wednesday?

Deu um suspiro, nossa como ela adoraria poder ler mais, sem tem que esconder os livros, ela adorava ler.

-Quase não leio nada Enid, na mente de Tyler tudo é pecado. As vezes leio escondido algum livro que pego na biblioteca, mas tem sido bem raro.

Enid pega na mão de Wesnesday e tenta conforta-la.

-Isso não é justo Wednesday, você deveria poder ler o que quisesse.

O toque da mão quente de Enid sobre a sua parecia queimar, mandar ondas de carinho direto para alma dela, não queria soltar aquela mão nunca mais, mas precisou, o sorvete começa a escorrer do palito.

-Então, gostaria de acabar de ler o Retrato de Dorian Gray?

-Gostaria muito, mas não quero correr mais o risco dele se zangar.

A outra se manteve calada por alguns minutos e então disse de forma triunfante:

-Eu tive uma ideia, Wednesday. Você pode ler na minha casa, todas as tardes, tenho vários livros e tenho esse do Oscar Wilde também. Eu saio para trabalhar e deixo a chave extra com você, é só entrar e aproveitar.

-Mas Enid, eu ficaria sozinha na sua casa.

Um sorriso deslumbrante se abriu no rosto de Enid, antes dela responder.

-Eu confio em você, pode entrar em minha casa a hora que quiser.

Pegou o chaveiro e tirou uma chave extra dele e entregou para Wednesday.

-Aqui esta. Agora Mi casa, su casa. Aproveite. Agora vamos, estou morrendo de vontade de comer essas panquecas logo.

E lá foram as duas de moto para casa, mais uma vez com Wednesday grudada as costas de Enid, mas dessa vez aproveitando a sensação boa que aquela proximidade causava.

A Mulher do Pastor- Wenclair Onde histórias criam vida. Descubra agora