Capítulo 22

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Ri Yue foi encontrado por um eunuco que estava indo buscar água no poço, infelizmente ele havia caído em cima de alguns tijolos cobertos de musgo. Ele rapidamente foi levado de volta para o quarto e os médicos certificaram que ele ainda estava vivo.

“Por que ele ainda vive? Eu não entendo!” Um dos médicos estava intrigado.

O médico militar era um homem que serviu a maior parte da vida em batalhas, ele sabia que haveria algum soldado que lutaria até o fim. Ri Yue é tem uma determinação rara, mas ele não sabia que essa pessoa queria morrer desesperadamente.

“Eu vou cuidar dele pessoalmente, avise Sua Majestade sobre isso e agora saiam!”

Todos eles estavam aliviados por ver que alguém estava disposto a carregar o fardo e que não precisariam ser espancados como os outros médicos. 

A concubina Bao destruiu todo o seu quarto quando soube que Ri Yue ainda estava vivo. Ela não poderia ser feliz enquanto essa pessoa viver.

“Essa vadia ainda quer ir contra mim!” A concubina Bao virou e bateu em uma serva ao lado.

Essa serva serviu pessoalmente o veneno para Ri Yue, mas ela não iria deixar de executar a ordem da concubina Bao, ela não quer que sua mãe morra.

“Minha senhora, ele comeu o veneno como planejado, não é possível que viva por mais tempo!”

“Não importa, eu tenho outra tarefa para você!” A concubina Bao sorriu.

****

Alguns dias se passaram e Ri Yue ainda estava vivo, porém ainda se recurva a comer ou trocar de roupa, ele estava disposto a morrer dessa vez. Chao Hai não o visitou nenhuma vez, ele não queria ver a feiura de Ri Yue.

“Eu sou o médico militar Zhan Lee e servi por muitos anos o grande imperador. Nesse momento muitas pessoas estão rezando para que viva e se recupere logo!” Zhan Lee não era bom em dizer palavras de conforto, mas realmente quer que essa pessoa viva.

“Eu vi as pessoas que amo, eles estavam esperando por mim e eu achei que finalmente estava em casa, mas voltei para esse lugar miserável. Senhor Zhan, se me deixar morrer, eu juro que irei compensá-lo na próxima vida!” Ri Yue levantou a mão tentando tocá-lo.

“Jovem mestre, não seja assim!” Zhan Lee não resistiu e segurou sua mão.

O quarto não estava mais escuro e nem gelado, Chao Hai providenciou que ele tivesse o maior conforto possível. Vários servos foram realocados para cuidar dele e alguns desses servos eram do pátio da concubina Bao.
Ri Yue recebeu os últimos cuidados de Zhan Lee e ficou sozinho com uma serva. Essa serva era do pátio da concubina Bao e suas mãos tremiam enquanto trocava as roupas de Rui Yue.

“Eu sei o que você pretende fazer!” Ri Yue virou os olhos sem foco para ela.

“Ah… “ A serva caiu de joelhos rapidamente.

“Está tudo bem, faça isso!” Ri Yue sorriu ainda sentindo uma parte de seu rosto doer.

“Essa serva não quer… minha mãe pode morrer se eu não… eu sinto muito…” A serva estava chorando profundamente. 

“Eu quero morrer, então você não estará fazendo nada de errado, isso será uma grande ajuda para mim. Considere isso como um favor e na próxima vida eu irei compensá-la de alguma forma!” Ri Yue tentou sair da cama e conseguiu colocar os pés no chão.

“Meu senhor… muito obrigada…!” A serva se curvou várias vezes.

A serva estava em posse de um frasco com um veneno mais letal que o que foi usado em Ri Yue. Ela colocou o frasco nas mãos dele, mas ainda não conseguia sair.

“Senhor, eu…!” A serva tentou pegar o frasco de volta, mas Ri Yue segurou fortemente.

“Está tudo bem, você pode ir agora!” Ri Yue abriu o frasco e tomou o veneno rapidamente.

No começo ela julgou que dar aquela comida envenenada seria apenas para salvar a sua mãe e não sentiu tanta culpa, mas quando ouviu dos servos os dias em que Ri Yue estava sofrendo com o veneno, ela se arrependeu amargamente. Essa pessoa estava disposta a morrer para que sua mãe possa viver. Ela apenas assistiu em choque o veneno ser engolido por Ri Yue.

“Eu sinto muito… me perdoe… é culpa minha…!” Ela abraçou as pernas de Ri Yue e chorou em desespero.

“Não é culpa de ninguém, vá agora, logo tudo estará acabado.” Ri Yue a levantou e deu um leve empurrão em sua costas enquanto sorria.

A serva saiu em prantos e olhou para trás uma última vez, aqueles olhos sem foco transmitiram uma genuína paz. Como alguém prestes a entrar no submundo poderia estar tão feliz dessa maneira?

Sozinho, Ri Yue estendeu as mãos e andou pelo quarto passo a passo onde conseguiu achar uma lamparina. Ele a segurou calmamente e continuou a procurar mais algumas. Segurando duas lamparinas perto de si, ele deitou na cama e derramou o líquido em cima dos lençóis e um pouco sobre si.

Rapidamente a cama estava completamente em chamas e nenhum grito foi ouvido, o quarto estava iluminado como se houvesse uma grande fogueira. Não havia servos e nem guardas por perto, a concubina Bao cuidou disso, para que Ri Yue chamasse por ajuda e morresse em desespero sozinho.

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