Capítulo 11

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Ri Yue acordou ofegante e se sentiu muito sufocado, ele tossiu com violência e saiu da cama. Depois de um longo tempo ele saiu do quarto e viu Jian preparando o café da manhã. "Senhor, aconteceu algo?" 

"Não, está tudo bem!" Ri Yue bebeu um pouco de água e voltou para o quarto para se trocar. 

Ri Yue saiu para fora olhando para as pessoas da vila que sorriam e acenavam para ele. A vila era pequena e lembrava da vida que Ri Yue tinha com sua família. Ele lembrava de tudo e até mesmo das crianças que o intimidaram, mas lembrava principalmente do menino que era meio palmo mais alto do que ele, aquele menino o defendia de tudo.

"No que está pensando?" Mee sentou ao lado dele e sorriu. 

"Estou muito feliz pela vida que temos agora. Tao Xien foi muito generoso conosco, espero um dia conseguir retribuir!"

"Se as circunstâncias fossem outras, talvez vocês dois poderiam ter sido um belo casal!" Mee sorriu dando um leve tapinha no ombro dele.

"Bem, não há como voltar atrás e agora temos essa vida!" Ri Yue olhou para o céu e fechou os olhos. É bom que tudo seja assim para sempre, ter paz e alguém para cuidar. Os pais dele devem estar felizes e satisfeitos onde quer que estejam.

****

Chao Hai roubou todas as riquezas que haviam na mansão da família Tao. Ele usou uma parte para pagar mercenários e os mandou procurar Ri Yue em todas as cidades e vilas vizinhas. Enquanto não recebia notícias, ele voltou para o palácio onde vivia e se sentou para tomar chá. 

Antes que conseguisse terminar uma xícara, as quatro concubinas escolhidas por ele se apresentaram a ele rapidamente. A concubina Zhen é filha de comerciantes ricos; concubina Xu é a segunda filha do ministro de direita; concubina Bao é sobrinha do imperador do leste; e a última concubina se chama Dan, ela é a neta de um amigo muito próximo do imperador.

Cada uma delas foram escolhidas ao acaso por Chao Hai e ele não tinha nenhum interesse em demonstrar afeto por elas, mas essas mulheres já estavam prontas para lutar entre si por uma chance de conquistar o seu favor. "Vossa majestade, creio que não me apresentei adequadamente…." Antes que pudesse terminar de falar, a concubina Dan a empurrou.

"Vossa majestade, gostaria de passar essa noite em meu palácio?" As outras concubinas ficaram verdes de raiva por tamanho descaramento e estavam prontas para tentar remediar a situação, mas o príncipe simplesmente se levantou e as deixou paradas enquanto olhavam para suas costas se distanciando.

"Vadia descarada, como ousa ser tão oferecida?" A concubina Zhen não conseguiu conter sua raiva e gritou quantos insultos foram possíveis. 

"Cale a boca, vocês não sabem quem eu sou? Meu pai é amigo íntimo do imperador e eu sou a preferida da imperatriz. Sou mimada pelos dois e mesmo assim vocês, vadias de cara grossa, acham que podem competir comigo? Nem em sonhos!” A concubina Dan ergueu a cabeça expressando claro nojo e se distanciou delas indo para seu palácio. 

"Eu aceito ajudá-las a se livrarem dela e depois disso cada uma irá lutar por si!" A concubina Bao estava com os olhos vermelhos de raiva e as outras também estavam na mesma situação e aceitaram o acordo prontamente.

Chao Hai sabia muito bem o que aquelas mulheres estavam tramando e ordenou que elas fossem executadas caso fizessem algo excessivo. De qualquer forma ele não queria vê-las. 

****

Ri Yue varreu a casa duas vezes com a ajuda de Mee e Jian. Hoje seria o dia em que os filhos do carpinteiro viriam com os móveis novos. “Acho que assim está bem!” Ele colocou a vassoura de lado e carregou o balde para fora. 

Duas carroças de bois pararam em frente a casa e o terceiro filho do carpinteiro se aproximou quando viu Ri Yue. “Os seus móveis estão prontos, quer ajuda para levá-los para dentro da casa?” O segundo filho do carpinteiro rapidamente carregou uma cadeira para colocá-la no quintal. 

“Eu agradeceria muito. Por favor, me acompanhem!” Ri Yue abriu a porta da casa e apontou os lugares em que os móveis iriam ficar. Em pouco tempo a casa estava ocupada por móveis novos o que deixou Mee muito satisfeita. 

“Xiao Yue, não se esqueça do pagamento!” Mee rapidamente lembrou o filho sobre isso.

“Sim, mãe!” Ri Yue entrou em seu quarto e saiu com uma bolsinha contendo o restante do dinheiro. “Diga ao seu pai que apreciamos muito o trabalho dele!” Ele entregou o dinheiro para o terceiro filho.

“Nós ajudamos o nosso pai, também temos que ser elogiados!” O terceiro filho sorriu orgulhoso, mas em seguida levou um tapa na cabeça de seu segundo irmão. “Ah, mas nós realmente ajudamos!” Ele abaixou a cabeça se sentindo injustiçado.

“Tudo bem, vocês também são excelentes ajudantes e um dia serão tão bons quanto o pai de vocês!” Ri Yue achou muito divertido o jeito desses dois irmãos.

“Bem, temos que ir. Se precisar de móveis é só nos procurar!” O segundo filho se despediu e saiu com seu terceiro irmão. 

“Meninos levados!” Mee balançou a cabeça enquanto sorria e continuou: “É uma benção para mim tê-lo como filho!”   

Ri Yue sabia muito bem que apesar de tudo e do lugar em que estiveram antes, não muda o fato de que Mee cuidou dele como se fosse um filho. “Obrigado, mãe!” 

****

Shan Duo tirou água do poço e levou para dentro da casa da família que ele servia a muitos anos desde que foi vendido como servo quando criança por seu pai. Ele não foi criado como as outras crianças e até onde se sabe nem os seus pais o queriam por perto, por isso o venderam. 

A senhora Wang o viu se aproximar com o balde e disse: “Vá cortar lenha!” 

“Sim!” Shan Duo pegou o machado ao lado da porta e saiu com uma cesta nas costas. 

As pessoas da vila sabiam sobre a situação de Shan Duo e simpatizavam com ele de todo o coração, mas não podiam fazer muito por ele já que o mesmo é um servo comprado. Algumas senhoritas de famílias simples na villa expressaram algum desejo de se casarem com ele, mas suas famílias não permitiriam e o líder da villa não quer perder um servo tão útil como Shan Duo.   

“Bom dia, irmão Duo!” O terceiro filho do carpinteiro o comprimentou com um grande sorriso. 

“Bom dia!” Shan Duo olhou para as duas carroças de bois e se lembrou vagamente que havia se mudado para a villa três pessoas, mas naquele momento ele não estava interessado nisso e seguiu seu caminho para a colina.

Durante o caminho ele ouviu algumas mulheres fofocando sobre um jovem muito bonito que havia se mudado recentemente. Elas falaram também que suas filhas não poderiam competir com ele e que até os filhos do carpinteiro foram enfeitiçados por essa raposa. 

“Ele tem lindos cabelos longos, vocês viram os olhos dele? Minha filha não pode vê-lo ou irá morrer de inveja!” A mulher mais velha suspirou. 

Outra mulher também queria reclamar e disse: “A mãe dele é uma mulher solteira, como vamos esconder os nossos maridos?” 

Shan Duo balançou a cabeça e continuou o seu caminho. Essas mulheres sempre gostaram de perder tempo falando e agora que algo novo aconteceu na villa, elas teriam muito o que dizer. 

Depois de chegar à entrada do bosque, Shan Duo olhou para os galhos mais curtos e árvores caídas. Quando estava pronto para tirar seu machado da cesta, uma voz chegou aos seus ouvidos e ele se virou para ver uma mulher jovem com olhos ternos. 

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