Capítulo 25

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Ri Yue segurava Chao Duo enquanto caminhava calmamente até o portão. Ele viu que havia uma certa comoção, mas sabia o que estava acontecendo.

Chao Hai assistia Ri Yue se aproximando cada vez mais enquanto o palácio desabava sobre o fogo. "Tão belo, meu amor!"

Ri Yue colocou Chao Duo no chão e disse: "Não vire até que eu diga para virar!" Chao Duo concordou com a cabeça e se virou rapidamente.

Ri Yue pegou sua escada e disse: "Pelo fogo se deu início e por ele terminará!" A espada foi erguida em direção ao céu e o fogo que consumia o palácio foi absorvido pela espada.

"Aqueles que desejam viver, abandonem esses domínios e procurem a redenção de seus pecados!" Ri Yue pegou a lança e bateu no chão três vezes. Todos os animais foram libertados de suas correntes e gaiolas, as pessoas viram que eles estavam indo todos juntos em uma única direção e então os seguiram também.

Aos poucos a cidade imperial estava ficando vazia e nada poderia ser feito.

"Meu amor, com o seu poder nós poderemos dominar os outros reinos e melhor, os reinos além dos mares!" Chao Hai sorriu como louco e então viu Chao Duo escondido atrás de Ri Yue.

"Venha aqui!" Chao Hai esticou as mãos para pegá-lo, mas algo se moveu rapidamente diante de seus olhos e um baque foi ouvido. A concubina Bao gritou alto em desespero e os soldados se afastaram rapidamente.

"O quê…?" Chao Hai caiu para trás e começou a gritar histérico. Ele olhou para seus braços caídos no chão e rolou no chão com dor.

"Darei a oportunidade de irem embora com os outros!" Ri Yue olhou para os soldados que rapidamente montaram em seus cavalos e seguiram a multidão.

Ri Yue usou a lança para cortar as cordas e libertá-los, mas a concubina Bao correu em direção à Chao Hai e notou que os ferimentos não estavam sangrando e se acalmou um pouco.

"Sua vadia, ele é o imperador, como ousa feri-lo?" A concubina Bao chutou uma pedra em sua direção.

"Nem mesmo a mais venenosa das serpentes se compara ao seu coração venenoso!" Ri Yue apontou a lança para ela e de seu vestido e jóias vieram as cobras que a cobriram da cabeça aos pés. Ela gritou em agonia ao ser picada inúmeras vezes e agonizou de dor ao sentir o veneno invadir seu corpo.

"Quem é você? Você não é o meu Ri Yue!" Chao Hai estava com o rosto coberto por suor e fuligem.

"Quem eu sou? Eu sou a chama que queima perante a injustiça, que chora pelos seus, sou aquele que trás o passado e constrói o futuro. Eu sou aquele que o condena ao inferno!" Ri Yue apontou sua lança e espada para Chao Hai.

O chão abaixo de Chao Hai se abriu lentamente e dele saíram os corpos de suas vítimas. Cada homem e mulher, jovem e velho, bebês e crianças que morreram pelas suas mãos. Os gritos e choros atormentaram Chao Hai e ele tentou levantar, mas foi agarrado e arrastado para o buraco em chamas em meio ao desespero.

"Vocês também devem ir!" Ri Yue olhou para o velho imperador e a imperatriz, mas a imperatriz olhou para Chao Duo e não estava disposta a ir.

Ri Yue soltou sua lança e espada, ele segurou Chao Duo novamente em seus braços e disse: "Seja bom!" Ele o entregou à imperatriz e sorriu.

"Obrigado!" O velho imperador acenou com a cabeça e os três seguiram para alcançar a multidão.

Chao Duo virou o rosto para Ri Yue e acenou enquanto podia ver a pessoa brilhante. Ri Yue acenou de volta e sorriu.

Ri Yue vagou por vários dias e então teve a certeza de que nada vivo estava mais nessas terras.

E então, no dia mais quente e luminoso, Ri Yue soltou a lança e a espada, ele as posicionou cruzadas ao seu corpo e fechou os olhos. O sangue foi derramado e de um corpo sem vida veio uma grande explosão que varreu tudo ao redor. Não restou nada, nem mesmo uma única rocha.

****

Ri Yue sentiu gostas de algo cair em seu rosto e abriu os olhos lentamente, estava chovendo e então alguém gritou seu nome. “Irmão Yue, você vai ficar doente se não entrar!” Jian o chamou mais uma vez e saiu correndo.

Ri Yue andou lentamente até o portão de uma villa, era feito de madeira e estava pintado de verde e azul. Ele não estava com medo e continuou andando pela estrada de terra.

Ele passou por uma casa e viu vários jovens brigando, cada um com uma cadeira pela metade em mãos. Um velho saiu e gritou com eles dizendo que o trabalho não estava bom e que o prazo estava acabando. Algumas crianças passaram por ele segurando folhas sobre a cabeça enquanto corriam da chuva.

Jian não estava muito longe e acenou para ele, mas logo abriu um portão de madeira e entrou rapidamente. Ri Yue o seguiu e quando passou pelo portão a chuva parou imediatamente, o sol estava muito brilhante e demorou um pouco para que seus olhos se acostumassem com a claridade.

Logo ele ouviu várias vozes ao seu redor, eram risos felizes e comentários sobre o quanto ele estava bonito. Ri Yue olhou para essas pessoas e viu seus pais, sua mãe adotiva Mee, os irmãos carpinteiros, Jian, Tao Xien, senhora Wang e o senhor Lam, senhora Tong e até mesmo Xu Rang. Estavam todos bens e vivos.

Shan Duo estava a frente, com vestes vermelhas e segurando um grande buquê de flores. Ri Yue ficou um pouco entorpecido e andou lentamente até Shan Duo. “Você está muito bonito!” Ele entregou o buquê a Ri Yue e sorriu.

Ri Yue ouviu a voz de Shan Duo e disse: “Obrigado, querido!”

“Viva os noivos!” A multidão gritou com entusiasmo absoluto.

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