Ri Yue abriu os olhos, mas não conseguia ver nada, ele achou que o quarto ainda estava sem iluminação como sempre e se levantou com dificuldade. Suas pernas estavam um pouco dormentes e sua cabeça doía muito.
A porta se abriu e ele ouviu vários passos apressados dentro do quarto, mas ainda estava escuro.
"Quem é?" Ri Yue se virou em direção ao som.
Chao Hai viu uma figura ensanguentada quando abriu a porta. Os olhos dessa pessoa se mexiam sem rumo e ele se aproximou tentando entender a bagunça que Ri Yue estava.
"O que aconteceu com você?" Chao Hai o puxou para seu abraço.
"Não é nada." Ri Yue fechou os olhos.
"Olhe para mim." Chao Hai o soltou e se colocou bem à frente dele.
"Eu não posso, está escuro." Ri Yue olhou para todos os lados sem nenhum foco.
Chao Hai deu alguns passos para trás e começou a rir. Isso é perfeito, com Ri Yue cego, como ele poderia fugir?
"Executem todos que estiveram aqui e chamem os servos para levá-lo para se banhar e ver o médico." Chao Hai olhou para Ri Yue animado.
"O quê?" Ri Yue esticou os braços tentando encontrar algo, mas não conseguiu.
Ele tentou achar a porta mas foi segurado pelos servos e a corrente foi removida rapidamente. Depois de cinco anos, ele não sentia mais aquele peso no tornozelo. É estranho e seu corpo está mais leve.
“O que vai fazer comigo?” Ri Yue parou de lutar.
“Você irá ver.” Chao Hai riu levemente e saiu do quarto.
Ri Yue foi colocado em uma banheira de mármore cheio de água morna, a sensação era muito boa. Os servos deram um banho meticuloso nele e não deixaram passar nem mesmo uma única sujeira. Suas vestes eram as mais finas e elegantes, seu cabelo precisava ser preso, mas isso foi feito depois que o médico fez um curativo em seu ferimento. Uma coroa feita pelo melhor artesão do palácio foi colocada em sua cabeça.
“Jovem mestre, está tudo pronto.” Uma serva o guiou para se sentar.
“Obrigado.” Ri Yue realmente estava agradecido pelo banho e por ter roupas confortáveis.
Chao Hai voltou para buscá-lo e o apresentou adequadamente aos seus pais. A imperatriz ficou encantada com sua beleza e o imperador não estava convencido de que Ri Yue estava bem.
“O que aconteceu com ele? Parece que está muito doente.”
“Pai imperial está certo, ele ficou cego pelo trauma. É realmente uma pena, mas eu não me importo e fico feliz em tê-lo comigo.” Chao Hai sorriu.
“Veja só, nosso filho tem um bom coração. Fico feliz que ele esteja bem agora.”
Ri Yue ficou com Chao Hai na sala do trono apenas ouvindo essas pessoas conversarem. Ele não queria falar com eles e nem sabia o que dizer, mas não era algo para se preocupar, Chao Hai respondia tudo por ele. Muitas mentiras, é claro. Ri Yue foi levado para o palácio principal, agora ele viveria com Chao Hai no mesmo ambiente.
A concubina Bao sabia muito bem o que estava acontecendo. Ri Yue voltou a ter o favor do príncipe Chao.
“Aquela vadia mais uma vez está interferindo nos meus planos.” Ela varreu a mesa com as mãos e todo o chá foi ao chão.
“Mãe concubina, o que aconteceu?” Chao Duo correu para ela.
“Não é nada, vá brincar.”
Chao Duo saiu correndo para fora com seu cata-vento de papel na mão e as servas o seguiam de perto. Ele entrou no palácio do Chao Hai e viu Ri Yue sentando, parecendo muito brilhante e bonito.
“Quem é você?” Chao Duo correu diretamente para se sentar em seu colo.
"Ah… " Ri Yue se assustou, mas se manteve parado.
Os servos ao redor olharam uns para os outros em silêncio. A beleza de Ri Yue é mais impecável de perto. É uma pena que tenha ficado cego.
"Bem, meu nome é Ri Yue."
"Eu sou Chao Duo."
Ri Yue esticou os braços e os colocou ao redor do pequeno corpo com um sorriso. Essa pequena criança o deixou muito feliz enquanto esteve com ele, mas agora é uma criança muito bela de cinco anos completos.
Ri Yue passou um ano no palácio de Chao Hai. Ele foi tratado como um príncipe com todo o luxo que poderia existir e Chao Hai o tratou muito bem, mas a beleza que ele mantinha naquela gaiola de ouro e metal não se importava com ele.
"Eu já pedi perdão por tudo que fiz. Por que você não me ama como antes?" Chao Hai bateu sua espada na gaiola.
O barulho assustou Ri Yue, mas logo se recompôs, ele estava acostumado com isso.
"O que você quer de mim?" Ri Yue girou lentamente.
"Eu quero que você me ame. Sorria para mim como antes." Chao Hai segurou as grandes e as sacudiu.
"Eu não consigo esquecer de todas aquelas coisas quando fecho os meus olhos, mas agora eu revejo tudo de novo e de novo nessa escuridão eterna. Eu queria estar morto, eu deveria estar." Ri Yue levantou a cabeça na esperança de ver ao menos um pequeno foco de luz.
Apenas o calor do sol o aquecia, mas até mesmo isso estava se tornado fraco. Se possível, ele gostaria de não acordar quando fechasse os olhos para dormir. Um sono eterno onde não haveria nenhum resquício de consciência para se lembrar dos momentos difíceis. Descansar parece ser um desejo distante.
"Você vai se entregar a mim de boa vontade ou ficará nessa gaiola pelo resto da vida." Chao Hai bateu a porta quando saiu.
"Nada me assusta, você deveria saber dos invernos em que passei naquele quarto escuro. Eu sinto em meus ossos, a neve branca falando comigo e me contando histórias maravilhosas de quem eu fui." Ri Yue sorriu colocando a mão sobre o coração.
Ele ainda vive.
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The Flames Of Hope
Storie d'amore"Ri Yue veio sozinho quando sua pequena aldeia foi atacada por saqueadores durante a noite. Não deixaram ninguém viver, nem as crianças nem os idosos. Ri Yue foi salvo por seus pais a tempo e eles lhe disseram para correr sem parar em direção ao nor...