Na manhã seguinte Chao Hai voltou para buscar Ri Yue e a senhora Tong ficou muito chocada ao ver que ele realmente estava disposto a cumprir o que havia prometido. Ela conversou um pouco com ele e tentou convencê-lo de que não seria bom para a imagem dele manter um homem que trabalha vendendo o corpo para outros homens. Chao Hai não queria ouvir mais nada sobre isso e pediu para chamar Ri Yue para ele.
Ri Yue levou Chao Hai até seu quarto e nele estava Mee os esperando. Eles se sentaram juntos à mesa e Chao Hai tirou a máscara sem pressa.
"Essa é a Mee, minha mãe adotiva!"
A Mee logo fez uma reverência e em seguida disse: "É uma honra, vossa majestade!"
Chao Hai abanou a mão no ar e disse: "Vamos deixar as formalidades de lado. Então, está pronto para ir?"
"Vossa majestade, minha mãe pode vir comigo?"
Chao Hai olhou para a Mee e respondeu: "Vai ser bom ter alguém de confiança com você quando eu não estiver!"
Ri Yue suspirou aliviado e segurou a mão da Mee sorrindo. "Vamos!"
A senhora Tong se despediu deles e disse que poderiam voltar quando quisessem. Apesar de tudo, foi nesse lugar que ele cresceu e viveu a maior parte da vida. Ele não iria sentir falta do trabalho que fazia para os homens, mas sentiria falta da convivência com as outras mulheres. Era como uma grande família para ele.
A carruagem parou em frente a uma grande casa e nela havia vários servos enfileirados à espera deles. Assim que pisaram naquele corredor de servos em frente ao jardim, Ri Yue sentiu no fundo de seu coração que algo estava errado e que isso poderia ser um erro. Chao Hai viu a insegurança estampado no rosto dele e logo o segurou pela mão o guiando para dentro da casa. A Mee sempre se manteve atrás deles para não incomodar.
"Esse é nosso quarto!" Chao Hai abriu a porta e Ri Yue viu o quanto era luxuoso. Ele nunca imaginou que um quarto poderia ser tão imponente dessa maneira. É realmente digno de um príncipe herdeiro do trono.
"Onde é o quarto da minha mãe?"
"Eu não esperava que mais alguém viesse e por isso não tinha outro quarto pronto, mas eu já mandei alguns servos prepararem um bom quarto para ela!"
"Obrigado!"
Chao Hai continuou a mostrar cada canto da casa com muito entusiasmo. Ri Yue ficou feliz por ver que ele estava sendo muito atencioso e gentil, mas isso não era motivo para fazer o que quiser. Chao Hai ainda é um príncipe e como tal ele pode ficar com raiva a qualquer momento.
"Hoje a noite jantaremos juntos em comemoração a sua vinda!"
Ri Yue sorriu e fez uma reverência. "Estou muito honrado, vossa majestade!"
"Me chame de Chao Hai, eu não gosto de toda essa formalidade. Não estamos no palácio!"
"Sim, Chao Hai!"
Ri Yue tomou um bom banho e foi vestido por duas servas. A roupa é de um tecido caro e fino, muito suave ao toque. Assim que atravessou a porta, os olhos de Chao Hai caíram sobre ele. "Você está magnífico!" Chao Hai estendeu a mão para ele e logo Ri Yue a segurou.
"Muito obrigado!"
O jantar seria mais íntimo e por isso a Mee fez sua refeição em seu quarto. Chao Hai não queria ter olhos em cima dele enquanto estivesse trocando palavras de amor com Ri Yue. "Meu amor, está feliz por morar aqui?"
Ri Yue foi pego de surpresa com essa pergunta e pensou rapidamente antes de responder. "Eu estou muito feliz e grato, Chao Hai!"
"Um dia eu serei imperador e você será a minha imperatriz!" Chao Hai tomou Ri Yue em seus braços o acariciando de maneira suave. Não parecia que ele passaria desse ponto, mas mesmo que passasse Ri Yue não se importaria. Essa é a primeira vez que ele sente estar pertencendo a alguém e também sente que é uma coisa ruim, essa contradição em seu pensamento o deixa nauseado.
"Eu posso ir à Capital amanhã?"
Chao Hai parou as carícias e o encarou com o rosto enrugado. "O que você quer fazer na Capital?"
Ri Yue se sentiu incomodado e por reflexo tentou sair do colo dele, mas Chao Hai o prendeu com força.
"Eu pretendo visitar a senhora Tong e as damas de cortesia!"
Chao Hai franziu os lábios e com uma voz um pouco alta disse: "Você nunca mais vai pisar naquele lugar, nunca mais. Agora você é meu e irá ter uma vida digna ao meu lado!"
Ri Yue o encarou perplexo e logo retomou o mínimo da postura de antes. "Claro, vossa ma...Chao Hai, eu nunca mais irei para aquele lugar!"
Chao Hai o abraçou enquanto sorria alegremente. Assim que terminaram de jantar, eles se deitaram para dormir e Chao Hai puxou Ri Yue para deitar sobre seu peito.
Ri Yue não conseguia dormir, alguma coisa estava martelando seu coração com força o deixando muito angustiado. Ele saiu da cama com muito cuidado e abriu a porta. A brisa fria bateu no corpo frágil de Ri Yue, mas ele não se incomodou e até sorriu com a sensação de ser levado pelo vento.
"Eu não sei o que sinto!" Ri Yue colocou a mão sobre o coração e fechou os olhos para se concentrar na batida. Seu coração batia selvagem como se fosse de um animal lutando para sobreviver. Uma lágrima fina desceu lentamente e com ela veio o desejo desesperado de fugir.
Seus pés se moviam lentamente para frente e a velocidade aumentava a cada passo. Ri Yue correu o mais rápido possível como se tivesse voltado ao dia em que perdeu a família e todos na aldeia. Ele chorou do mesmo jeito de quando estava sozinho e perdido.
A imensa floresta à frente se tornou escura e o chão macio por conta das folhas. Ele parou de correr e chorando continuou a andar com a cabeça rodeada de gritos de dor.
Sem prestar atenção ao redor, Ri Yue caiu em um burado não muito fundo feito por caçadores, mas ele acabou desmaiando depois de bater a cabeça.
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The Flames Of Hope
Romance"Ri Yue veio sozinho quando sua pequena aldeia foi atacada por saqueadores durante a noite. Não deixaram ninguém viver, nem as crianças nem os idosos. Ri Yue foi salvo por seus pais a tempo e eles lhe disseram para correr sem parar em direção ao nor...