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Soraya T.


_Veja como está ficando lindo_ a loirinha chegou no pequeno quarto dizendo.

_Está mesmo, querida_ sorrimos uma para a outra.

_Sabia que eu estou na página duzentos?_ se sentou em um banquinho.

_É mesmo? você é rápida, não?_ ela deu um sorriso e concordou.

_Sim, gostei muito_ a vi levantar.

_Fico feliz por isso_ ela pegou um pincel e melou de tinta.

_Fico feliz por você ter ficado aqui_ sorri ao ouvir ela dizer isso.

Uma semana se passou desde o dia que cheguei aqui nessa cidade, nesse bar, e dormi aqui por duas noites, na manhã seguinte, ouvi rápido uma conversa de Gleisi com sua irmã Simone, pedindo que eu ficasse aqui até o tempo que eu precisasse.

Havia um outro quarto, o qual estou pintando no momento, e disse que seria melhor eu ficar aqui do que por aí em qualquer pousada que não conheço ninguém.

_Eu agradeço por isso que fizeram por mim, desde o primeiro dia_ resolvi falar.

_Você é uma boa pessoa, sol, isso desde o dia que chegou no bar, não tava em um dia bom_ falou.

_Você foi muito gentil por ter me deixado passar a  noite aqui, e não me deixou ir_ me abaixei para pegar o balde com tinta e pôr sobre um banco.

_Aprendi isso com mamãe, em ajudar o próximo, fiz uma boa ação_ disse.

_Sua mãe está orgulhosa de você_ falei.

Com os dias, fui sabendo melhor sobre as duas irmãs, perderam os pais em um acidente na volta para casa, cinco anos atrás, me comovi com a história que elas me contaram, não dá nem pra imaginar essa dor que elas sentiram e carregam com elas até hoje.

_Sol, está piscando de novo_ ela apontou pro meu celular.

_Vai continuar assim_ virei o celular sobre a cômoda.

_Eles devem estar muito preocupados_ comentou.

_Eu também ficaria, mas ainda não bem para falar com eles_ fui sincera.

Perdi as contas de quantas ligações perdidas encontrei em meu celular durante essa semana, da mamãe, do papai, do meu irmão, de alguns amigos, de colegas da escola onde trabalhava, fora mensagens de textos.

Só pego o celular mesmo para ver meu aplicativo do banco, e ainda dou graças a Deus por não ter feito conta conjunta com aquele filho de uma puta.

_Alguém está me ligando, volto_ ouvi o toque de seu celular no outro cômodo.

A vi saí e caminhar até seu quarto, ficava ao lado do que comecei a dormir quando fui chamada para permanecer por aqui, sei que Simone ficou relutante, ter uma estranha quase praticamente morando com você após chegar em um lugar desconhecido, mas no fim, ela aceitou o pedido de sua irmã, mas eu também já tava pronta para ir pra alguma pousada.

A dona do bar (simoraya)Onde histórias criam vida. Descubra agora