•07•

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Era manhã de domingo, o celular da loira naquele quartinho não parava de vibrar, na noite anterior tocou, isso fez ela deixar apenas no modo de vibração, tanto que agora acordou por conta do aparelho debaixo do seu travesseiro, na parede à sua frente, tinha um relógio, daria seis horas ainda, quem estaria ligando tão cedo assim? ainda mais num domingo.

_Cassetada, tava dormindo tão bem_ sussurrou, ao franzir a testa.

Enfiou sua mão debaixo do travesseiro, puxou o celular, mas a ligação havia caído, pegou-o melhor, deslizou a tela de bloqueio onde era uma foto sua, que inclusive fora a primeira que tirou  no bar da dona Simone, como ela a chama, digitou sua senha, e entrou no aplicativo de ligações.

_Uma hora dessas? se ferrar_ colocou o celular no silencioso e deixou ali debaixo de novo.

Seu sono então logo passou, mesmo estando ainda tão cedo, decidiu por fim levantar e ir até o banheiro, lembrara outra vez de quando viu a Simone exatamente aqui, perto da pia, com aquelas poucas roupas no corpo, não consegue tirar essa imagem da cabeça, e não sabe explicar o por quê disso.

_Será que alguém acordou?_ perguntou ao se olhar no espelho.

Lavou seu rosto, escovou seus dentes alinhadinhos, deu um sorriso para o espelho após lavar sua boca, e lembrou das palavras de dias atrás da menina Gleisi, de como houve um progresso quando a loira decidiu apagar as fotos do casal.

Foi um passo dado, mais um degrau que ela subiu, estava indo bem, cogitou a possibilidade de tudo ir por água abaixo com aquele telefonema, mas não, ela não atendeu, e nem quer saber o que ele quer, um mês se aproxima que ela está no bar, e agora ele a procura.

_Se achou que eu ia me rastejar por você, estava muito enganado, Carlos_ falou sozinha outra vez.

Mas então lembrou do ocorrido no lugar onde ela está, naquela sexta, quando o pai voltou a procurá-la, será que o seu ex noivo havia voltado para casa ou procurou por ela, mas encontrando somente a família, e inventou uma mentira qualquer e agora quer que ela volte.

_ decidi que meu lugar vai ser aqui_ "aqui" ela se referia ao um todo.

Mas, queria continuar "aqui" para estar perto das duas mulheres, que ao contrário de seu ex noivo e até de sua família, elas apenas lhe fazem o bem, ela se sente em paz, como nunca se sentiu antes, e pensa, "por quê então voltar para um lugar que tirava a minha paz? não, demorei para perceber, mas agora eu tenho consciência da mulher madura que sou, e não apenas uma menininha."

_Você está indo bem, Soraya_ soltou seus cabelos ao proferir algo novamente.

A loira se sentia animada para a chegada do próximo mês, dentro de alguns dias, a doce jovem que lhe ajudou desde o primeiro dia, iria completar vinte anos, isso a fez lembrar de quando essa idade chegou para ela um dia, e do quanto foi privada naquela época de fazer o que queria.

_Você é uma mulher, forte e independente_ sorriu atoa.

Quando ela parava para pensar, se via sorrindo sozinha em algum canto do lugar onde ela está, pensa em como tudo é como tem que ser, e não como a gente quer que seja, ela queria uma coisa, realizar seu sonho de casar, e ser feliz com a realização do mesmo.

Mas o que tava destinado à ela, era vir parar onde ela está hoje, e agora ela já começa a entender um pouco das coisas, por isso, prefere permanecer onde chegou no dia em que fora humilhada naquela igreja.

A dona do bar (simoraya)Onde histórias criam vida. Descubra agora