4. Verbalizando

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E chegamos á putaria (ou á primeira parte dela)! Tirem as crianças da sala e fiquem se tiverem +18 anos.

Escrevendo esse eu ouvi muito Baco Exu do Blues (Queima Minha Pele, Mulheres Grandes, Ligações de Alma) e aquela Sou Musa do Verão, da Luísa Sonza (tá feliz, Diego?), se quiserem montar uma playlist pra ler. Degustem. Beijus.


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Foi muito rápido que Anaí virou o corpo de Diana e a empurrou contra a parede, apertando sua bunda com a mesma mão que tinha sido instigada a fazer, uma coxa quase escorregando no meio das coxas menores, mais pela força do hábito.

Elas já estavam perto demais, ofegantes com o movimento e toda a pressão começando a ser extravasada, rostos colados, bocas entreabertas. A morena apoiou um antebraço na parede atrás da cabeça de Di, a outra mão correndo da bunda e agarrando a gola do cropped de botão com certa força, como se tivesse pensado melhor. Soltou quando lembrou que aquela roupa, na verdade, era da dona Glô, buscando algum lugar seguro onde pudesse colocar sua mão e conseguisse tirar facilmente depois, mas não encontraria. Diana a apertou contra seu corpo pela cintura e pelo quadril com fome, com sede.

— Você acha que a gente vai conseguir gravar a novela normal depois disso?

— Hoje?

— A partir de hoje.

— Acho que vai ficar pior — Diana disse, os rostos colados, tão perto da boca de Anaí que não conseguia formar uma resposta coerente. Ela pensou rapidamente em como o Brasil inteiro via a tensão sexual delas escorrer pelas telas de suas TVs, a ponto de torcer pra elas terem algum alívio se beijando e se comendo logo, em como o país se compadecia de Kelissa. Na tensão que passariam ao personagem depois de já ter intimidade, de já saber e só querer mais do que havia do outro lado daquilo. Se hoje a revolta era em tag no twitter, depois, viria em multidões nas portas do projac. Pior.

— Pior? — Anaí afastou um pouco o rosto, a observando dos olhos para a boca, um pouco surpresa.

Melhor, melhor. — Sabia que era 2 palitos pra Anaí largar o que estava fazendo e se pôr a militar (um beijo para todos os militares) em cima das personagens, da construção, da desconstrução, do trabalho de atriz em viver uma personagem tão complexa e todas as suas questões dinâmicas e ancestrais e... — Pior só pra pobre da Kelly. Vai sentir os apertão mais forte. Vai pedir buceta toda vez que olhar pra Raíssa. O público vai amar.

Anaí soltou o que era pra ser uma risada, mas se tornou só um suspiro incrivelmente pesado enquanto lambia de novo aqueles lábios que não aguentavam mais de sede da outra boca, sendo puxada como um imã até ela.

— Não, Diana, fala sério. Pensa. A gente vai conseguir entregar a... — A antecipação, o desejo reprimido, a tensão sexual, a expectativa, a súplica em cada olhar, o amor que arde, a pureza, a ternura, o carinho casto que chega a doer por não aguentar mais ser. Eram palavras demais, complexas demais e sua mente não conseguiu acessar nenhuma pra falar. — O que elas precisam? O que elas não tem?

A última palavra saiu distorcida por um quase gemido quando Diana enterrou os dedos nos quadris de Anaí, a pressionando mais pra perto, uma coxa abrindo caminho no meio dos seus joelhos, só pra provocar.

— Você tá duvidando do meu trabalho enquanto atriz, Anaí Lorenzo? Do seu trabalho?

— É sério. Fala sério. — Agora a voz saiu levemente preocupada. Abaixou o olhar, depois olhando Diana nos olhos. Era assim que as duas se expressavam melhor, só pelo olhar.

De Repente Fico - GIRL ! DIMAURYOnde histórias criam vida. Descubra agora